ESS à venda ?
Com a
Rioforte em pleno programa de protecção de credores, o facto de a Espírito Santo
Saúde estar, desde este ano, cotada em bolsa, faz com que uma eventual compra
deste negócio por terceiros seja mais simples, sem os constrangimentos que um
cenário de insolvência ou protecção de credores - pode colocar.
A ‘holding’ Rioforte
detém a maioria do capital da Espírito Santo Saúde, através da Espírito Santo Health Care
Investments. A compra de acções em bolsa ou o lançamento de uma OPA podem ser
opções de mercado para permitir contornar a actual situação do grupo.
São vários
os investidores que ‘rondam’ nesta altura o grupo de saúde liderado por Isabel Vaz.
Para além de fundos de investimento e dos mexicanos do Grupo Empresarial
Angeles estão na corrida, como já noticiou o Diário Económico, também a
Fidelidade, detida maioritariamente pelos chineses da Fosun, a Amil e o grupo Mello.
Este último, um dos principais grupos de saúde em Portugal e que chegou a estar
na corrida
pelos HPP, não quis fazer qualquer comentário.
Já a
Fidelidade diz que não estão “envolvidos em qualquer processo de aquisição ou
parceria na área da saúde”. Mas acrescenta que “todavia, a Fidelidade acompanha
sistematicamente algumas áreas de negócio que apresentam maiores conexões com a
sua actividade, visando enriquecer a proposta de valor para os nossos clientes,
sendo a saúde, em geral, incluindo vertentes assistenciais, uma dessas áreas de
interesse permanente”.
Contactada, a Amil tão pouco quis fazer qualquer comentário.
Em sentido
inverso, a Espírito Santo Saúde chegou a estar na recta final para a compra dos
HPP, do grupo de saúde que pertencia à CGD. Os brasileiros da Amil acabariam
por ficar com este activo e estarão agora a ponderar a hipótese de dar mais
dimensão ao seu negócio. O Hospital da Luz, em particular, é porventura o
activo da Espírito Santo Saúde que mais atrai potenciais interessados.
O Grupo
Empresarial Angeles, que detém investimentos não só na Saúde, mas também no
turismo, sector financeiro e comunicação, já terá olhado anteriormente para o
mercado português quando, há cerca de um ano, a CGD vendeu o seu grupo de
saúde, os HPP.
Face à
situação vivida na casa-mãe, a Rioforte, uma solução possível poderia passar
por uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), operação de mercado que não choca,
teoricamente, com o processo de protecção de credores acima. Uma OPA à cabeça
sobre todo o grupo, por exemplo, permitiria tentar a compra sem arriscar antes
um investimento
na parcela de free-float disponível sem a certeza se um administrador de
insolvência não trava a compra dos 51% depois. ■ com P.S.D
O que representa
ficar com a ES Saúde
São ao todo cerca de 18 as unidades que compõem a
Espírito Santo Saúde, espalhadas pelo país. Entre elas está o Hospital da Luz,
o Hospital da Arrábida, o Hospital Beatriz Ângelo (PPP), o Hospital de Santiago
e várias clínicas. De acordo com as últimas contas disponíveis, o grupo registou, no primeiro trimestre, um volume de negócios
de 101,6 milhões de euros. Os lucros foram de 4,6 milhões de euros, mais 96,7% que
em igual período de 2013. As contas de Junho só serão divulgadas no final de
Agosto.
DE 31.07.14
A eng.ª Isabel Vaz merecia melhor sorte.
Etiquetas: bater no fundo
6 Comments:
Numa tirada infeliz, Isabel Vaz disse em tempos que melhor negócio qua a Saúde só o das armas. Registo, também, uma máxima do Diretor Clínico do Hospital da Luz afirmando que em, termos salariais, naquela unidade hospitalar o limite era o Céu.
Julgo que este tipo de afirmações ajudam um pouco a perceber toda uma cultura de negocismo, ausência de valores éticos e de sentido social que, a par da desregulação financeira, estão na origem da hecatombe do GES e não só.
Já lá vão os tempos em que a Eng. Isabel Vaz vociferava contra o Estado dizendo mesmo não precisar nem querer nada com o Estado (excepção feita claro à ADSE). O destino tem destas crueldades: falidos, arruinados e de mão estendida ao odioso Estado. Acabaram-se, provavelmente, por uns tempos os sermões sobre as virtudes indiscutíveis da gestão privada. Menos espaço para os ideólogos do liberalismo discorrerem sobre o benchmark da falcatrua.
Se Isabel Vaz for afastada da administração da Espírito Santo Saúde terá direito a receber uma compensação de 850 mil euros. A atribuição deste "prémio de reconhecimento" foi decidida na assembleia geral de 22 de Janeiro. Mas só será pago no momento em que a actual presidente executiva da ES Saúde "cesse, por qualquer causa que não lhe seja imputável, o exercício de funções no conselho de administração", revela o prospecto da oferta pública de venda da sociedade.
A "pipa de massa" que o Estado vai injetar dará para cobrir a indeminização. ..
Isabel Vaz: "Só preciso que o Estado não me chateie"
16 Março 2012, 18:01 por João Carlos Malta | joaomalta@negocios.pt
"Não precisamos de nada do Estado, não preciso que o Estado me dê doentes. Só preciso que o Estado não me chateie", disse hoje a presidente executiva da Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz, durante uma conferência organizada pelo INSEAD, no CCB em Lisboa, em que a gestora falava sobre turismo de saúde em Portugal.
Extracto de entrevista dada em 2012. Enfim, agora dá jeito que venham de lá uns trocos para continuar a brincar às empresas e empresárias de sucesso alimentando no seu longo deleite a imprensa económica. Talvez não seja é conveniente continuar armada em professora a dar aulas de gestão ou de reforma do sistema de saúde. Talvez seja melhor gozar a indemnização num qual quer paraíso fiscal recomendado pelo tio Ricardo.
Sob o título “Los pecados capitales del Espírito Santo” El País publica um artigo, cuja leitura na íntegra se recomenda, do qual se destaca este esclarecedor parágrafo:
El nuevo auditor (PW&C) ha encontrado en 15 días más cosas que KPMG en un año (el Banco de Portugal criticó su informe del 11 de julio sobre la exposición a riesgo del banco). Entre posibles delitos bancarios estaría el favoritismo, la gestión dolosa y la falsificación de cuentas. En concreto, se trataba de que a algunos clientes preferentes (de su banca privada) el banco les recompró su cartera de deuda del grupo, antes del vencimiento y por encima del precio del mercado. Esto se hizo días antes de que entraran los nuevos administradores. El Banco de Portugal cuantifica esta recompra de carteras en unas pérdidas de 1.500 millones para el BES. Otra práctica era la emisión de obligaciones con el compromiso de recompra por parte del banco, aunque este compromiso no estaba registrado en sus cuentas. Consecuencias: Si todo ello se prueba ante la Justicia, Salgado y su brazo derecho Amílcar Morais Pires acabarían en la cárcel.
Mas será que algo se irá provar? Não iremos ter mais um processo judicial arrastado pelo manobrismo dilatório dos proenças-de-carvalho deste País. Já todos percebemos que o banco, mais um, vai ser resgatado com dinheiros públicos. Hoje, o governador do Banco de Portugal irá por certo comunicar-nos que lá terá que ser pois o BES é “too big to fail”. Mais pobres e frustrados, ficaremos a aguardar saber se Ricardo Salgado e seus colaboradores não irão continuar “too strong to jail”.
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