Semana da Saúde - 4
No Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Régua,SA, o Presidente da República, Jorge Sampaio, num debate improvisado considerou haver pouca informação esclarecedora sobre o processo de empresarialização do grupo de hospitais SA e que a sua avaliação deveria ser efectuada por entidades externas.
Este ponto deverá ter agradado, especialmente, ao responsável da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, a quem, recentemente, foram dados os meios necessários para o arranque desta entidade fiscalizadora da saúde.
Pedroso de Lima, responsável da Unidade de Missão, interveio para traçar um quadro positivo da "performance" do grupo hospitais SA (como não podia deixar de ser).
Quer dizer, Jorge Sampaio em vez de privilegiar a audição dos responsáveis locais (Conselho de Administração, responsáveis dos serviços hospitalares, representantes das associações de trabalhadores) permitiu que o responsável da Unidade de Missão liderasse a reunião.
Ficou por responder em que medida os hospitais SA poderão contribuir para o equilíbrio financeiro do SNS, uma vez que os dados provisórios de 2004 apontam para um crescimento da despesa de 10,2 por cento e um acréscimo da receita de apenas 4,7 por cento.
"No final do debate, perante a inusitada consensualidade à volta dos hospitais-empresa, um médico de Vila Real não conteve o desabafo. "Até parece que está tudo bem, não parece? Olhe que não é nada assim" (O pessoal encolhe-se. Pudera! Com o clima de intimidação existente nos hospitais SA, uma opinião mal interpretada pode comprometer o trabalho de vários anos)
Para quem já não tinha muitas expectativas sobre o êxito desta jornada nacional, promovida por Jorge Sampaio, cujo objectivo seria, à partida, a denúncia dos reais problemas por que passa a saúde em Portugal, a desilusão é total.
Luís Filipe Pereira, do seu "bunker", tem controlado, habilmente, o desenrolar do acontecimento não deixando que nenhuma vaga de fundo se desenvolva.
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