domingo, janeiro 16

Boa Música, faz bem à Saúde

Transition
John Coltrane - tenor sax
McCoy Tyner – piano
Jimmy Garrison – bass
Elvin Jones – drums
Recorded at the Van Gelder Studio . Englewood Cliffs New Jersey Jun/Jul 1965.
1993 MCA Records
Blue Train
John Coltrane - tenor sax
Lee Morgan – trumpet
Curtis Fuller – trombone
Kenny Drew – piano
Paul Chambers – bass
Philly Joe Jones – drums
Recorded at the Van Gelder Studio . Englewood Cliffs New Jersey
Blue Note records
Era um puto meio parvo, cabelo comprido, inseparáveis jeans, sempre numa boa. Durante a semana assistia às aulas para não chatear os velhos. Na cidade onde vivia, pouco acontecia. A vida chegava de fora: Vietname, John Kennedy, São Francisco, Contracultura, Kerouac, Allen Ginsberg, Sontag. A música Rock funcionava como catalizador de sonhos. Tinha uma ideia vaga mas persistente de algo que almejava.
Como de costume, aos Sábados, curtia com os amigos na discoteca.
Nessa noite havia novidade. A Alexandra voltara de férias depois de se mudar para NYC com os pais.
A noite já esmorecia, depois do pessoal dar o seu melhor, quando A. me pediu para dançar. Quando a abraçei senti que o desconhecido se aproximara. Em casa falou-me da vida nos States. Do jazz: Parker, Monk, Chambers, Miles Davis, das baladas do Coltrane. Do amor sem fronteiras.
Quando horas depois acordei, desliguei o braço do gira discos que rodava a seco no "long play" do Coltrane. Nessa madrugada, a porta do mundo do jazz entreabrira-se.

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10 Comments:

Blogger Clara said...

In Back of the Real

railroad yard in San Jose
I wandered desolate
in front of a tank factory
and sat on a bench
near the switchman's shack.
A flower lay on the hay on
the asphalt highway
--the dread hay flower
I thought--It had a
brittle black stem and
corolla of yellowish dirty
spikes like Jesus' inchlong
crown, and a soiled
dry center cotton tuft
like a used shaving brush
that's been lying under
the garage for a year.
Yellow, yellow flower, and
flower of industry,
tough spiky ugly flower,
flower nonetheless,
with the form of the great yellow
Rose in your brain!
This is the flower of the World.
A. G

11:06 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A descoberta do amor está associada a várias sonoridades. A qualidade de ambos também é indissociável.

2:59 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Excelente abordagem. Há patamares que só se atingem através de uma aprendizagem motivadora dada por alguém competente. Sempre há pessoas com sorte.

4:10 da tarde  
Blogger Francisca said...

Boa construção, bom ritmo e bom tema.
Excelente a sensibilidade do subentendido.
A pausa na palavra como na música, sublinhando o sentido.
Os meus sinceros parabéns:)

11:02 da tarde  
Blogger xavier said...

Agradeço o comentário.
O jazzearredores, um excelente blog de jazz que eu desconhecia, cujo link me apressei a colocar na coluna da direita, enviou-me um mail também com um comentário muito simpático.
Tenho vantagem. Basta-me accionar a memória em relação a algumas experiências. E já está. A frase, por vezes, é que sai fraquita. Falta de jeito.

12:58 da manhã  
Blogger Francisca said...

Se teve, pelo menos, dois comentários simpáticos, isso não o faz suspeitar que o seu conceito de crítica literária devia ser revisto?
Tem, de facto, falta de jeito para ser juiz em causa própria:)

1:31 da manhã  
Blogger xavier said...

Há muito tempo que não visitava o Guarda factos. Encontrei-o cheio de novidades. O texto da Francisca achei-o (bem escrito como sempre) mas triste. Aconteceu algo de aborrecido?
Nos primeiros textos que li - viagem à Irlanda, educação religiosa, a zurzir na Clara Ferreira Alves, O homem que pedia pocacachinhos de qualquer coisa - a Francisca mostrava-se directa, aguerrida, sem papas na escrita. Nos seguintes adocicou. Mais contenção. Alguma dose de melancolia. tristeza? A Francisca apaixonou-se? Tenha cuidado. Isso são estados de alma que se guardam para as grandes ocasiões.
Tenho um pressentimento de que já meti água.

2:18 da manhã  
Blogger xavier said...

Aqui há uns anos começei a escrever uns artigos técnicos numa coluna semanal de um jornal.
Num fim de tarde o Pedro chegou a casa e disse-me que partia no dia seguinte para o Iraque.
Nessa semana na coluna do referido jornal no lugar das tralhas da administração hospitalar escrevi sobre a guerra do Iraque. A minha guerra do Iraque. Felizmente tudo correu bem. O Pedro regressou ao Iraque três meses depois. E tudo correu bem novamente.
Foi a partir daí que eu tomei coragem para escrever sobre temas que nada têm a ver com a minha profissão.
Como sou da área da organização, elaborei um projecto de escrita. É nisso que trabalho nas horas que me sobram de tudo o resto.

2:45 da manhã  
Blogger Francisca said...

Não meteu água, minimamente. Mas levantou tantas questões que (deuses) tomara eu saber a resposta para muitas delas.
Amanhã respondo-lhe e comento as suas simpáticas palavras.

3:14 da manhã  
Blogger Francisca said...

Pensando bem, para responder-lhe com algum sentido, tinha que expor-me brrrrrrrrr.
2 ou 3 esclarecimentos são importantes:
- Os problemas ou se resolvem ou se dissolvem. Não há, pois, lugar para tristeza;
- Quer nos momentos bons quer nos menos bons (raros mas não inexistentes) sou especialmente sensível aos gestos bonitos das pessoas, mesmo os que me não são dirigidos (dou-lhe o exemplo da tradução que a Bomba Inteligente fez do poema Ítaca, de Kavafis, a 30.12.04 para desejar um bom ano novo). Como calcula, isso conduz à gratidão (que, geralmente, é lamecha).
- Portanto, sem tristeza ou melancolia - a que sou particularmente alérgica - não posso deixar de registar e sentir-me grata por esse seu último gesto de partilhar comigo o motivo do seu projecto de escrita.

12:26 da manhã  

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