quinta-feira, abril 28

Dívida á Indústria

Volta a Crescer

1. - Apesar do pagamento efectuado em Janeiro deste ano, através de verbas do Orçamento Rectificativo, as dívidas dos hospitais do SNS à Indústria voltaram a crescer no final de Março, atingindo o valor astronómico de 604,2 milhões de euros.

Apesar de Luís Filipe Pereira ter anunciado lucros para os SA´s em 2005, verifica-se que o prazo médio de pagamento dos hospitais SA, no final de Março 2005, é superior ao dos hospitais SPA.
Os maiores caloteiros da rede hospitalar do SNS à Indústria são o Hospital de São João SPA com 47,9 milhões de euros e o Hospital de São Bernardo, SA com 33,5 milhões de euros.
2. - O crescimento da despesa hospitalar com medicamentos (cerca de 14% ano) deve-se, fundamentalmente, à inexistência de uma gestão hospitalar eficiente, relativamente à área do medicamento (inexistência de protocolos, desperdícios verificados nos stocks das farmácias e dos serviços, circuitos de distribuição, falta de critérios na aprovação da introdução de nova tecnologia) e ao aumento dos doentes em programa com HIV e oncológicos (com programas terapêuticos cada vez mais caros).

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A despesa hospitalar com medicamentos cresce a um ritmo superior à do ambulatório.
Para a segunda temos o acordo com a Indústria, efectuado, in extremis, pelo Luís Filipe Pereira.
Nos hospitais há défice de gestão na área do medicamento.
É estranho o que está a acontecer nos SA´s.
Um dos objectivos para a nomeação de gestores provenientes de áreas fora da saúde, segundo o anterior ministro, era a necessidade de restabelecer a cadeia hieráquica relativamente à gestão dos hospitais.
Pois, verifica-se que estes senhores não conseguiram controlar minimamente o pessoal médico prescritor nem organizar a área de gestão do medicamento.

12:23 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Política do Medicamento, segundo Correia de Campos:
"Porrada" na ANF e aumento das dívidas à Indústria.

12:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pedido de esclarecimento: a dívida surge porque não os hospitais não recebem orçamento suficiente, e decidem atrasar os pagamentos à indústria farmacêutica, uma vez que este será o grupo com maior capacidade de endividamente e receberá mais cedo ou mais tarde segundo um orçamento rectificativo (a alternativa seria colocar os trabalhadores com salários em atraso, provavelmente mais efectivo em chamar a atenção dos media e do poder político); ou porque as despesas com medicamentos estão a aumentar muito mais rapidamente do que o previsto nos hospitais?

Sem clarificar qual das duas situações caracteriza o crescimento da dívida, é dificil pensar em soluções. E já agora, que soluções sugerem?

12:44 da manhã  
Blogger xavier said...

O ponto de partida da análise é o pagamento efectuado à Indústria em Janeiro deste ano à custa do orçamento rectificativo.
O referido pagamento reduziu a dívida existente em cerca de 50%.
O que se verificou no curto espaço de dois meses é que, rapidamente, o montante da divida subiu em termos absolutos ao valor mais alto desde Maio de 2004.
Segundo o IMS o crescimento da despesa com medicamentos verificado em 2004 (relativamente ao ano anterior) foi de 14%, dois pontos superior ao verificado em 2003.

A solução passa pela implementação do projecto de reestruturação da farmácia hospitalar de forma a dotá-las dos meios necessários (equipamentos e recursos humanos).

Desenvolver medidas de gestão:
Prescrição "on line" - ver o exemplo do HUC.
Gestão de compras e de stocks:
Já estudaram os preços praticados pelos laboratórios nas vendas aos hospitais (que margens é que são praticadas? 20%+8% ? ´8% ? Com que fundamento?)
Já estudaram os custos de aprovisionamento?
Têm dados sobre o valor do imobilizado ?
As Comissões de farmácia funcionam?
Há protocolos sobre o consumo de antibióticos?
Os doentes do ambulatório que recebem medicamentos da farmácia hospitalar (distribuição exclusicva) levantam medicação para quanto tempo?
Os stocks de emergência dos serviços estão padronizados?
De que forma controlam os desperdícios?
O hospital tem distribuição unitária em relação a todos os serviços?
O processo de autorização de novos medicamentos está devidamente organizado?
É distribuída (têm acesso) aos serviços informação periódica sobre os consumos de medicamentos? São efectuadas reuniões para análise da situação?
O horário de funcionamento da farmácia hospitalar é de 24 horas?

Gestão, muita gestão é do que a área do medicamento hospitalar precisa.
E de pessoal competente + um Administrador Hospitalar, gestor de área, que perceba da matéria. Há vários cursos de pós graduação excelentes.

1:33 da manhã  
Blogger xavier said...

Hoje em dia, na maioria dos hospitais, quando os medicamentos dão entrada nos armazéns das farmácias hospitalares, o valor das entregas é registado pela contabilidade na conta de credores.
Todos os meses se faz a conciliação entre o valor das compras (entregas em armazém)e os registos contabilisticos correspondentes.
A maioria das entregas de produtos nos hospitais são efectuadas acompanhadas de documentos que funcionam simultâneamente como guia de remessa e factura.
Como sabe, legalmente, os fornecedores são obrigados a emitir factura até sete dias após o fornecimento.
Acrece que o Luís Filipe Pereira ao programar os pagamentos efectuados em Janeiro deste ano, mandou pedir aos laboratórios a entrega de toda a facturação em atraso.
Será que apesar destes procedimentos todos sobrou ainda facturação referente a entregas antigas por contabilizar?
Será esta a principal causa para oabrupto crescimento das dívidas com os medicamentos?
Há outro problema que se prende com o descontrolo dos consumos: encomendas desasjustadas face às necessidades dos serviços.
Substituição de tecnologia, ou seja, a utilização de novos produtos no tratamento dos doentes fazendo aumentar o custo por doente tratado em relação às terapêuticas medicamentosas.

De qualquer forma tenho a sensação de que faltam peças para explicar devidamente todo este puzzle das dívidas com os medicamentos.

Um abraço para o Avelino.
Tenho um livro para lhe entregar (nada de bilhetes da bola) e não tenho endereço para o enviar.

10:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

o presidente da ANF defendeu que o Ministério da Saúde deveria centrar a sua acção noutras áreas, nomeadamente na reorganização das farmácias hospitalares, onde "o descontrolo é total". Cordeiro lembra que "ninguém sabe o que se consome nos hospitais portugueses", unidades onde a despesa com medicamentos tem subido cerca de 30 por cento ao ano e onde não existe uniformidade nos preços dos medicamentos adquiridos. "Há dez anos, a despesa com medicamentos hospitalares representava 10 por cento do total da despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos. Agora representa 25 por cento do total dos gastos".
Jornal Público - 29.04.05

11:09 da manhã  
Blogger J.G. said...

em http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=530242 Presidente da associação do sector diz que o SNS apenas deve dez milhões de euros !?

5:08 da tarde  

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