Tem a palavra o Doente
Diz-se que o doente é o Centro do Sistema de Saúde. Mas na prática, como é assumida esta afirmação ?
Em primeiro lugar somos tratados como estorvos e não como pessoas que justificam a existência do sistema de saúde.
Em primeiro lugar somos tratados como estorvos e não como pessoas que justificam a existência do sistema de saúde.
Sendo mais clara, o olhar de desprezo que nos lançam!
Nos casos de internamento deixamos de ter nome para usarem o número da cama.
A situação de certas salas de espera onde as cadeiras além de não oferecerem o mínimo conforto a quem tem dores e espera horas para ser atendido, estão colocadas em espaços sem ar ou no meio de correntes de ar. Nas consultas externas hospitalares os doentes são chamados para estarem presentes às oito horas da manhã, embora muitas vezes ainda lá não estejam os profissionais. Em alguns serviços hospitalares os doentes são obrigados a andar de camisa ou pijama (podendo andar de roupão se o trouxerem de casa), e isto mesmo no caso de serem levados a fazer análises ou aos serviços de radiologia, onde estão pessoas que vão fazer exames como doentes externos, vestidos normalmente.
Muitos doentes têm de levar medicamentos de casa por não haver no hospital e outros são substituídos. Há doentes que se têm queixado de lhes substituírem os medicamentos que tomavam por genéricos, o que só lhes foi comunicado quando apresentaram reacções adversas, pois há doentes e doenças a quem nem sempre se podem fazer substituições.
Muitos doentes têm de levar medicamentos de casa por não haver no hospital e outros são substituídos. Há doentes que se têm queixado de lhes substituírem os medicamentos que tomavam por genéricos, o que só lhes foi comunicado quando apresentaram reacções adversas, pois há doentes e doenças a quem nem sempre se podem fazer substituições.
Rosa Gonçalves - Representante das Associações de Doentes no Secretariado Permanente da Plataforma Saúde em Diálogo.
In Revista Gestão Hospitalar - Março 2005.
Este texto é elucidativo sobre alguns dos problemas de falta de qualidade do atendimento hospitalar (consulta externa e internamento) e das falhas de informação dirigida ao doente, nomeadamente, em relação à distribuição da medicação e dos medicamentos genéricos.
Todos os hospitais têm um manual de atendimento onde está prevista a informação necessária a transmitir aos doentes do internamento. Muitas vezes a recepção dos doentes internados é descurada dada a carência de pessoal.
1 Comments:
Em relação ao atendimentodos doentes hospitalares foi desenvolvido pelo anterior ministro o projecto conforto que teve por objectivo melhorar vários pontos do atendimento: salas de espera, instalações sanitárias, etc.
Os melhoramentos foram efectivos mas ainda não suficientes.
Em relação às Consultas Externas Hospitalares há graves problemas relativamente ao sistema de marcações: há especialidades com elevados tempos de espera.
No dia da consulta os doentes permanecem nas salas de espera longas horas.
Os exames complementares não são geralmente feitos no próprio dia da consulta o que implica nova ida ao hospital ou a laboratórios privados.
Em relação ao internamento há falhas graves com o vestuário dos doentes (falta de pijamas, camisas de dormir, roupões, toalha, lençõis de banho) roupa de cama em mau estado, falta de colchões anti-escaras.
As casas de banho são manifestamente insuficientes e encontram-se geralmente em mau estado de funcionamento (1 casa de banho para trinta doentes).
A alimentação - dietas terapèuticas- é geralmente inadequada (falta de cobertura de técnicos de nutrição e dietistas) havendo problemas de qualidade relativamente à confecção e distribuição(no inverno as refeições chegam geralmente friasao doente, há falta de saladas, fruta da época).
Há enfermarias no verão que são autênticas salas de sauna contribuindo para a desidratação dos doentes de idade avançada.
As instalações deficientes - circuitos autónomos de limpos e sujos, falta de ventilação - falha nos procedimentos de esterilizaçãodo, higiene limpeza e recolha de resíduos hospitalares, são responsáveis pela ocorrência de um elevado número de infecções hospitalares.
O rol das deficiências é bem mais extenso .
O internamento hospitalar significa não só para o doente a separação do meio social e familiar em que está inserido como significa também, geralmente, elevados sacrifícios causados pelo desconforto das instalações e inadequação dos cuidados, constituindo ainda um elevado risco devido aos perigos resultantes do risco de infecção hospitalar e dos erros cometidos pelo pessoal responsável pelo seu tratamento.
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