sexta-feira, maio 6

Hospital Central Algarvio


A polémica sobre os hospitais PPP prossegue.
Correia de Campos deu-lhe mais um impulso na conferência sobre «A evidência científica como base da decisão», promovida pela Fundação Luso-Americana, em Lisboa, onde reafirmou a intenção de construir dois novos hospitais na região da Grande Lisboa (zona oriental de Lisboa e Margem Sul do Tejo).
Sobre os restantes cinco hospitais em relação aos quais afirmou recentemente não terem justificação técnica para avançar de imediato, Correia de Campos reafirmou que a sua construção dependerá das conclusões do estudo técnico já encomendado.
O ministro da Saúde reafirmou ainda não haver qualquer contradição entre a afirmação do primeiro-ministro de que construirá o Hospital Central do Algarve e o facto de ter dito não existirem estudos que fundamentem a necessidade de construir a nova unidade.

O problema vai ser quando os estudos concluírem que a construção de um Hospital Central na região do Algarve não é recomendável, dado que vai estar seis meses por ano às moscas, sendo preferível, sob o ponto de vista económico, da eficácia dos cuidados e da escassez dos recursos humanos, proceder ao melhoramento das condições das unidades hospitalares existentes na região.
O que acontecerá então ? Constrói-se, não se constrói?
Talvez o primeiro ministro venha declarar que face às conclusões do estudo técnico não está em condições de cumprir a palavra dada.
Talvez Correia de Campos venha dizer que apesar das conclusões do estudo em contrário o Hospital Central Algarvio irá avançar dado o empenho do senhor Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, algarvio de gema e grande pugnador do desenvolvimento da região.
Há situações a que os estudos económicos não conseguem resistir.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não resistem mas é às pressões das empresas do betão.

As escavadoras alinhadas esperam a bandeirada de arranque das obras.
Cofradores e armadores de ferro emigrantes clandestinos que sobraram das obras do euro já estão apalavrados.

Os empresários da hotelaria estudam a forma de promover o negócio através do anúncio da nova unidade hospitalar.

Reformados ´comunitários residentes na região já informaram familiares e amigos de que o estado português vai precisar de muita mão de obra especializada.

A filha da cabeleireira sonha vir a ser enfermeira e trabalhar no novo hospital.

Macário Correia entre dois sumos de ananás compal, masca a pastilha elástica (hábito que adquiriu desde que deixou de fumar) enquanto sonha com o desenvolvimento da região provocado pela nova unidade. Talvez volte a ser convidado para ministro na capital.

Maria Cavaco Silva, coordenadora da associação "os amigos do HC Algarvio", que promove quermesses para angariação de fundos, vai assiduamente à TV Algarve elogiar a qualidade dos cuidados da nova unidade.

ZÉZÉ Camarinhas frequenta com assiduidade a consulta dos doentes com problemas de erecção.

É assim o nosso mundo. É assim que que somos. Muito dificilmente mudaremos.
Há coisas fatais como o destino. Como a construção do Grande Hospital Central Algarvio, inaugurado com pompa e circunstância por um natural da terra: Aníbal Cavaco Silva.
Depois não querem que as contas da saúde continuem a piorar.

1:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não resisto a enviar esta notícia.
Este Ministro não acerta uma.

"Porto PS local defende verbas para CMIN

O candidato socialista à Câmara do Porto, Francisco Assis, afirmou ontem que o Governo PS deve pagar os 1,5 milhões de euros reclamados pela autarquia, no âmbito do processo do Centro Materno- -Infantil do Norte (CMIN), se isso estiver acordado. Aquele montante corresponde a parte do financiamento de um bairro social, no âmbito das contrapartidas devidas pela mudança de local de edificação do CMIN, acordadas pelo anterior ministro da Saúde do Governo de centro-direita, Luís Filipe Pe-reira, e recusadas pelo actual titular da pasta, Correia de Campos. Ainda assim, Francisco Assis concorda com o ministro no sentido de submeter o processo que o opõe à autarquia relativo à construção do centro à auditoria de órgãos especializados do Estado, como o Tribunal de Contas.

DN, de 7 de Maio de 2005

10:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Alguém sabe em que dia foi publicado no "Público" a notícia sobre a auditoria aos hospitais SA efectuada pela Inspecção Geral de Saúde ou de Finanças, onde foram detectadas muitas irregularidas com vencimentos e "fringe benefits" dos gestores SA ?

Agradecia que me informassem caso saibam da data de publicação.

Penso que foi no Público ou talvez DN, no mês de Março 2005, mas não tenho a certeza...

Antecipadamente grato pela info.

Cumprimentos ao Blog Saúde SA

6:59 da tarde  
Blogger xavier said...

Vou tentar saber.

1:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Achamos que é necessário melhorar os cuidados hospitalares da região.

No entanto a região do Algarve tem uma característica particular em termos de planeamento dos recursos da saúde, a existência de uma numerosa população flutuante.
Por outro lado a criação de uma nova grande unidade hospitalar vai confrontar-se com o grave problema da carência de médicos e enfermeiros.

Penso que deverá ser construída uma unidade com uma lotação muito inferior à proposta no programa do anterior ministro.
Dificilmente será autorizada a instalação de mais uma unidade de medicina no Algarve.
Se a prioridade deste governo são os cuidados de saúde primários como compatibilizar os investimentos necessários com a construção de um grande hospital?

Penso , por último, que todo este processo devia ser debatido pela opinião pública para o esclarecimento das ideias.

1:32 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Contra promessas eleitorais não há argumentos! continuemos pois a cavar o buraco como sempre temos feito!

10:38 da manhã  

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