Oh Zé, Aperta o Cinto-- Part II
Depois de dois anos a apertar o cinto com a dupla José Manuel Durão Barroso/Manuela Ferreira Leite, veio a dupla Pedro Santana Lopes/Bagão Félix dizer-nos que o pior já havia passado e podiámos, finalmente, relaxar e desapertá-lo.
Após um "repente" de Jorge Sampaio, José Sócrates ganhou a eleições a prometer uma política diferente, prá frentex, sem aumento de impostos e apertos de cinto.
Afinal, saiu-nos uma tripla: José Sócrates/Vitor Constâncio/Campos e Cunha. O resultado desta "task force" está à vista: o XVII Governo Constitucional volta à política do aperta o cinto para combater essa motivadora criação do Constâncio: o maior défice da zona euro, 6,83%.
E como o português tem horror às coisas grandes, o governo de José Sócrates, sem hesitar, vai aumentar o IVA de 19 para 21 por cento. Os impostos sobre combustíveis, tabaco e bebidas alcoólicas vão também subir. Uma calamidade.
E como o português tem horror às coisas grandes, o governo de José Sócrates, sem hesitar, vai aumentar o IVA de 19 para 21 por cento. Os impostos sobre combustíveis, tabaco e bebidas alcoólicas vão também subir. Uma calamidade.
Com as progressões automáticas congeladas vou ter de trabalhar até aos 65 anos enquanto o Fernando Gomes vai para Administrador Executivo da Galp.
E, o Nuno Cardoso sempre vai para as Águas de Portugal ?
Quando adoecer e tiver de ficar em casa por causa do resfriado vou ter o meu subsídio de doença reduzido para 65 por cento do meu salário.
Lá se vão as conquistas dos trabalhadores.
É necessário nivelar tudo por baixo porque em Portugal os senhores que já tinham muito dinheiro, para ficarem mais ricos, nunca pagaram impostos.
Para o Zé pagode, animado pela vitória do glorioso, não perder o efeito anestesia, desatando praí a barafustar, o Zé Sócrates anunciou que as subvenções vitalícias para titulares dos cargos políticos e as regalias dos administradores de empresas de capitais públicos vão acabar.
Como o Benfica, é preciso acreditar...
O "off-shore" da Madeira, esse, tem de continuar para não prejudicar os benefícios fiscais das empresas que trazem desenvolvimento ao nosso país. E, depois, há o Alberto João.
Quanto aos hospitais do SNS, as administrações vão ter de cortar despesas. Mas não nos doentes. Depois logo se vê.
Como o Benfica, é preciso acreditar...
O "off-shore" da Madeira, esse, tem de continuar para não prejudicar os benefícios fiscais das empresas que trazem desenvolvimento ao nosso país. E, depois, há o Alberto João.
Quanto aos hospitais do SNS, as administrações vão ter de cortar despesas. Mas não nos doentes. Depois logo se vê.
Voltamos ao tempo dos cortes cegos do Luís Filipe Pereira. Por isso é que o Correia de Campos reconduziu os gestores SA. Sabe-se agora. É que eles são verdeiros "experts" nesta matéria. Cortes a direito é com eles.
7 Comments:
Com estas políticas, Portugal já não precisa de Administradores Hospitalares.
Desfazer, cortar, fechar, seguir sempre em frente.
Os técnicos dos CTT, Galp, Portucel, etc, são os mais aptos.
Sem mágoa, desilusão há que encarar a realidade.
Já não há dinheiro para o sector social para alimentar essas chinesices da Administração Hospitalar.
O Governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio, escreveu a frase “hora da verdade” no relatório da sua Comissão. Pois bem: vamos a verdades.
Primeira verdade: A Comissão Constâncio excedeu-se ao apontar um valor de défice às centésimas: 6,83%. Um défice público avaliado assim, por uma comissão independente (não política), não deve ser tão rigoroso – porque o seu valor final depende de opções políticas e de formas de cálculo. Dizer que se anulam cativações de despesa, por exemplo, é uma opção política do ministro das Finanças – não de um organismo técnico. Ainda que Constâncio se baseie na execução (no valor de despesas que, apesar de suspensas em 2004, acabaram por se realizar), a opção é sempre discutível e estimula a oposição a contra-atacar com um valor diferente – o que desvia as atenções do essencial.
Segunda verdade: O problema é sério, e deve saudar-se Vitor Constâncio por se ter prestado a quantificá-lo – sujeitando-se, assim, a críticas como a que se leu antes. Importa, agora, olhar as soluções, pelo que deve recuperar-se a palavra obsessão – associando-a, agora, à urgência com que todos esperamos o plano para reduzir o estado calamitoso das contas públicas nacionais.
Terceira verdade: A Comissão Constâncio sugeriu dois caminhos (gerais) para resolver o problema. Um deles é inevitável, o outro discutível. O inevitável refere acções do lado da despesa: há que reduzi-la, ponto final. Sabendo-se que, por essa via, só se colhem frutos mais tarde, a Comissão sugere ainda o caminho discutível: acções do lado da receita – já que só assim se produzem efeitos imediatos.
Quarta verdade: O aumento de impostos não é inevitável, como querem fazer crer Governo e o governador. A alternativa? Receitas extraordinárias. Não as de Bagão Félix (meramente contabilísticas) mas as que passam pela venda de património do Estado - não só geram receitas, como libertam o Estado de despesa. E sendo extraordinárias, fica claro que não resolvem o problema - apoiam, apenas, e durante algum tempo, a transição até à solução final. O que conduz à quinta verdade.
Quinta verdade: O Estado está obeso, pelo que a nova obsessão consiste em exigir do Governo um plano rigoroso de emagrecimento deste monstro que esgota 65% das suas tarefas diárias consigo mesmo! Constâncio, mais uma vez, indicou as zonas gordas: a saúde (4,9% do PIB), a educação (4,1%), a segurança social (12,5%) e a função pública em geral (15%). Como emagrecê-las? Introduzindo critérios de racionalidade económica.
Sexta verdade: Um estado economicamente mais racional não coloca em causa a justiça social. Pelo contrário, serve para a potenciar. Esta é uma tese simples que reúne defensores por toda a Europa. Os ingleses estão na liderança, porque aplicaram o modelo e têm resultados para dar e vender. E o que é um Estado economicamente mais racional? É aquele que se preocupa em pensar a política (as medidas) com base nas respostas possíveis dos cidadãos. Subir impostos sobre tabaco e bebidas alcoólicas, por exemplo, é incentivo errado – estimula o contrabando (Espanha é bom exemplo), o que faz com que as receitas do Estado fiquem rigorosamente como estavam antes.
Sétima verdade: O “plano de regularização das finanças públicas” (e não “plano de redução do défice”) tem de ser orientado para a redução clara de despesas. Na saúde? O ‘opting out’ (criando taxa única de risco) e a insistência nos modelos de empresarialização. Na Segurança Social? Modelo misto de contribuições, com os mais ricos em sistemas privados (que “pagam” depois essas reformas) e todos a descontar uma taxa social única. Educação? Fechar escolas com poucos alunos – é mais barato um motorista conduzi-los à escola mais próxima! Na Administração Pública (AP)? Redução do número de funcionários. É inevitável, e não passa necessariamente por despedimentos. Um antigo ministro das Finanças sugeriu que muitos desses excedentes da AP fossem transferidos para as secretarias das polícias, por exemplo, devolvendo os fardados às ruas.
São verdades, portanto, algumas delas mortais para um país que teima em não se reformar – ainda para mais quando alguns duvidam que um Governo à esquerda seja capaz de tantas reformas liberais. Mas a hora é esta, e o Governo este.
Diário Económico
Os AH sempre poderão dizer aos seus descendentes em jeito de justificação: Os Administradores Hospitalares acabaram no tempo do grande défice.
O défice levar-nos-à a todos ...
Nenhum governo - incluindo o actual - tem tido a coragem de tomar medidas sérias para controlar a rigidez das despesas publicas correntes.
As despesas públicas correntes deveriam ser plafonadas por uma taxa de crescimento que nunca deveria ser superior ao evoluir das receitas cobradas.
E o que verificamos ?
Verificamos exactamente o contrário, com o resultado nos sucessivos deficites orçamentais e no crescimento da divida externa que qualquer dia atinge os 70 % do PIB !!!
Sócrates poderia ter feito mais do lado da Despesa Pública, mas se o fizesse seria suicídio político certo...
Os funcionários públicos devem passar a votar todos sempre em branco até os políticos perceberem que a culpa do estado da nação é deles (políticos) e não dos funcionários públicos. O José Saramago ainda vai ser o nosso líder (Partido do Voto em Branco).
Realmente este rapazinho dos fatos enganou-nos a todos.
Sem engenho nem arte a única formula que encontrou para o progresso de Portugal é a de continuar a esfolar quem sempre cumpriu as suas obrigações fiscais e pontapear os funcionários públicos.
Parabéns ao Xavier pelo post inspirado
Um abraço
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