Parece-me estranho…
Por unanimidade, decidímos trazer à luz do dia este excelente comentário do Vivóporto ao Editorial da Gestão Hospitalar do nosso colega, Dr. Poole da Costa (Parece-me estranho ...):
O colega Director da GH, Dr. Poole da Cota, que me perdoe, mas não posso concordar com a postura de fundo que assume no editorial da Revista e nomeadamente com algumas das suas afirmações. Tendo em atenção a politização absoluta que foi feita da gestão hospitalar, os protagonistas não podem deixar de ser vistos como os representantes no terreno das políticas que se pretendiam seguir. Nem a gestão dos hospitais é politicamente neutra, nem, muito menos, são neutros os seus protagonistas. Dizer que o que é fundamental é definir a missão, os objectivos e as metas independentemente dos protagonistas é idealismo. Todos sabemos que há muitas maneiras de cumprir uma missão, objectivos e metas. Com respeito pelas pessoas ou sem respeito pelas pessoas, com violação dos princípios gerais da actuação administrativa ou com a preocupação de cumprimentos desses princípios, etc. Como sabe, também a nível da gestão privada, há muitas posturas. Enquanto o sistema de gestão dos hospitais estiver politizado, a política não pode /não tem de ficar à porta dos hospitais. Mudem-se as regras, concordo. Enquanto as regra forem estas então a cara tem de dar com careta.
Também as mudanças não são necessariamente más, nem geram por si instabilidade. A paz podre, hipócrita e oportunista criada por gestores que deviam ter tido a decência de se terem demitido é bem pior. Nas instituições que conheço, sabe o que está a verificar-se? Todos os protagonistas estão a jogar no empate, no «low profile», no deixa andar. Os CAs do PSD porque já não têm as costas quentes andam preocupados em não fazer ondas, em não desagradar, em não chamar a atenção do Ministro por qualquer má razão, os funcionários do PSD e votantes, completamente desinteressados da sorte da gestão, os do PS e votantes, minimamente ou nada empenhados. Ou seja, ninguém está a jogar para marcar golos, estão todos a jogar para o lado ou para trás. Curiosamente, penso que não há ninguém mesmo à espera de um frango.
Aconselho a leitura de um livro escrito por um marxista (George Sarrote, O Materialismo Histórico no Ensino do Direito, Editorial Estampa), reputado juiz francês, por me parecer ser um livro sério e ainda actual sobre as pretensas neutralidades dos protagonistas da vida, sejam juízes, sejam gestores hospitalares, sejam o que for. Ninguèm é neutro neste mundo. Nem o Dr. Poole da Costa, apesar, «parece-me estranho», nos pretender querer fazer crer que o é. Não vale a pena andarmos a enganarmo-nos. Em política o que parece é. Ponto final.
Também as mudanças não são necessariamente más, nem geram por si instabilidade. A paz podre, hipócrita e oportunista criada por gestores que deviam ter tido a decência de se terem demitido é bem pior. Nas instituições que conheço, sabe o que está a verificar-se? Todos os protagonistas estão a jogar no empate, no «low profile», no deixa andar. Os CAs do PSD porque já não têm as costas quentes andam preocupados em não fazer ondas, em não desagradar, em não chamar a atenção do Ministro por qualquer má razão, os funcionários do PSD e votantes, completamente desinteressados da sorte da gestão, os do PS e votantes, minimamente ou nada empenhados. Ou seja, ninguém está a jogar para marcar golos, estão todos a jogar para o lado ou para trás. Curiosamente, penso que não há ninguém mesmo à espera de um frango.
Aconselho a leitura de um livro escrito por um marxista (George Sarrote, O Materialismo Histórico no Ensino do Direito, Editorial Estampa), reputado juiz francês, por me parecer ser um livro sério e ainda actual sobre as pretensas neutralidades dos protagonistas da vida, sejam juízes, sejam gestores hospitalares, sejam o que for. Ninguèm é neutro neste mundo. Nem o Dr. Poole da Costa, apesar, «parece-me estranho», nos pretender querer fazer crer que o é. Não vale a pena andarmos a enganarmo-nos. Em política o que parece é. Ponto final.
Vivó Porto
Etiquetas: Vivóporto
8 Comments:
Vamos inseri-lo nos apontamentos.
Parece-me uma estranha forma de abordar a situação actual.
Mergulhar nos indicadores e nas metas de molde a ignorar o que fervilha à nossa volta.
Cansado de disfarçar, arrepiado por tanta fraqueza humana nada melhor do que partir em busca do descanso e da Tosca.
O que o Correia de Campos e Francisco Ramos disseram e fizeram até agora não chega para nos motivar, confiar, e no mover ao trabalho cego da mudança.
Mudança?
Para onde e para quê?
Dr. Poole da Costa, por onde andou o Dr. durante o reinado do Luís Filipe Pereira?
A mim também me parece estranho...
Mas não vou adiantar mais nada para não ferir susceptibilidades.
Custa dizer isto, mas tem de ser.
Indubitavelmente os Administradores Hospitalares têm uma formação específica adequada para fazer a gestão dos hospitais.
Acontece que um grande número destes profissionais, razoavelmente remunerados, se acomodou e permaneceu durante largos anos a não fazer nada, a fingir que faz ou a fazer muito pouco nos hospitais.
Depois lamentam-se, lamentam-se.
E armam-se em bons...
Lutem, lutem, lutem.
Demostrem que são os melhores.
Parabéns ao colega do Vivóporto pelo excelente texto.
Até parece que andam por aqui Gestores SA !
Eles andam aí...
Correia de Campos e Francisco Ramos:
Quais as consequências da inspecção realizada pela DGS em Março 2005 onde foram detectadas irregularidades escandalosas em muitos hospitais SA ? Vencimentos absurdos, cartões de crédito e viaturas não permitidas e outras mordomias ?
Ou o assunto só serviu para vender jornais e já caiu no eaquecimento como é costume neste país ?
Quais as consequências dessa auditoria Sr. Ministro Correia de Campos ?
Assobia-se para o lado e reconduz-se os CAs dos Hospitais SA que prevaricaram escandalosamente ?
É isso ?
Desilusão total ...
Parece-me estranho que os AH ainda acreditem no associativismo tipo APAH.
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