Sector Privado, principal responsável da crise
O primeiro ministro José Sócrates acaba de anunciar um amplo conjunto de medidas de combate ao défice e à dívida pública.
Num excelente artigo publicado hoje no Diário de Notícias (30.05.05), João Cravinho chama a atenção para o facto do défice do sector público não ser a causa principal dos nossos problemas. "Continuamos a fingir que o problema se resume ao défice e à ineficiência do sector público, que são graves mas coexistem com outros défices e ineficiências no sector privado ainda mais graves." A falta de competitividade do sector privado é a principal responsável da actual crise (link)(link)
4 Comments:
Ora, aqui está uma leitura que subscrevo inteiramente e que também é válida para a saúde cum grano salis. Alguém tem dúvidas que os grandes responsáveis pelo estado financeiro da saúde em Portugal são aqueles que mais se fartam de atirar pedras aos funcionários públicos e à Administração Pública. Quem mais do que eles tem distribuido prebendas e lugares pelos amigos e familiares à custa do erário público? Quem mais do que eles tem-se banqueteaado à mesa do orçamento a mamar nas tetas da porca da Administração Pública? E é vê-los, raça de hiócritas, a lançar pedras sobre as suas vítimas!
Levemos as implicações dessa visão ao extremo e procedamos à nacionalização de toda a economia, afinal ainda temos o modelo da Coreia do Norte, país de ampla riqueza, para seguir. Desculpabilizar o que não funciona no sector público com a desculpa que o sector privado deveria gerar riqueza suficiente para todos é original. Se todos quiserem estar do lado dos que esperam que os trabalhem para depois via impostos redistribuir, o que acontecerá? Não deixa de ter alguma graça culpar o sector privado quando o peso do estado é tão grande: se quiser comprar algo que alguém vende por 100 euros, tenho que pagar 121 (viva o IVA), mas para pagar esse valor, se ganhar 1000 euros por mês e quiser trabalhar umas horas mais, é preciso ir ganhar mais 158 euros, já que há IRS a ser pago. Só nisto o Estado tira 58 euros! E ainda há os impostos sobre os combustíveis, selo do carro, imposto de selo, etc... etc...
A maioria dos empresários são incompetentes,criticam o estado mas vivem à sua pala.
Mais uma vez o que o sector privado pretende é a partilha das áreas até agora geridas pelo estado para estabelecerem negócios de ocasião, ao preço da chuva, e sem concorrência internacional.
O estudo da Teodora Cardoso é irrepreensível, provando como a actividade tem desperdiçado milhões ingloriamente.
Sobreiros ou hospitais tudo serve desde que o risco seja mínimo.
O sector Público é ineficiente.
Foi sempre apadrinhado e utilizado pelo poder político.
É necessários acabar com os regimes especiais. Os privilégios. Melhorar a eficiência.
Este é o problema da reforma da administração pública.
O prblema é que esta reforma não basta para salvar a nossa economia.
É necessário que os nossos empresários tenham engenho e arte para criarem novos produtos, com valor acrescentado, competitivos na economia aberta altamente concorrêncial.
O ardil está em os empresários nacionais fazerem coro nas críticas ao sector público para conseguirem obter posições nesta área, quando a maioria deles são incapazes de vencer sem ser à custa do estado.
Concluindo:
Reforma do Estado e da administração pública - SIM.
Reforma do tecido empresarial - acabar com as ligações perigosas Estado/ empresas privadas. Com as vendas de património do estado ao desbarato, com os licenciamentos de projectos imobiliários em zonas protegidas, criação de entidades reguladoras competentes, com amplos poderes para defesas dos interesses do Estado.
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