CC em Campanha
Um estudo, publicado recentemente, sobre a prevalência da infecção hospitalar, efectuado pelo grupo do Programa Nacional de Controlo de Infecção (PNCI), coordenado pela Dr.ª Elaine Pina, concluiu que a taxa de prevalência das Infecções nosocomiais no nosso país é de 8,4%, o que significa que em cada 100 doentes que passam pelo internamento hospitalar, +/- oito contraem pelo menos uma infecção. As infecções hospitalares mais frequentes são as respiratórias, as urinárias e as cirúrgicas (link)
"Estudos internacionais mostram que cerca de 25% das infecções hospitalares podem ser prevenidas através de gestos simples e eficazes, como a desinfecção das mãos. Dos 53 hospitais analisados só 40% têm lavatórios adequados e mais de um terço não possuem normas escritas sobre a higienização das mãos" (DN, 15.07.05).
O ministro da saúde, António Correia de Campos, num despacho dirigido ao Insa, pede que se prepare "uma carta dirigida às ordens dos Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos", "solicitando a sua melhor atenção para esta realidade", com vista "ao desenho de uma campanha nacional a lançar em breve", como acontece noutros países europeus.
Achamos, aliás, que esta campanha começou, quando CC na cerimónia de posse da nova administração do hospital de São João, acusou os médicos e demais profissionais de não lavarem as mãos o que, segundo o ministro, faz com que este hospital tenha uma das taxas de infecção hospitalar mais elevadas do país 17% (tx. nacional:8,4%).
O ministro da saúde, António Correia de Campos, num despacho dirigido ao Insa, pede que se prepare "uma carta dirigida às ordens dos Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos", "solicitando a sua melhor atenção para esta realidade", com vista "ao desenho de uma campanha nacional a lançar em breve", como acontece noutros países europeus.
Achamos, aliás, que esta campanha começou, quando CC na cerimónia de posse da nova administração do hospital de São João, acusou os médicos e demais profissionais de não lavarem as mãos o que, segundo o ministro, faz com que este hospital tenha uma das taxas de infecção hospitalar mais elevadas do país 17% (tx. nacional:8,4%).
6 Comments:
A Dra. Elaine Pina é um dos especialistas de excelencia, nesta área (se não o melhor)que nós temos em Portugal.
O relatório refere-se à taxa de infecção nosocomial detectada nas unidades avalidas.
Mas nisto dos números é necessária uma enorme atenção ao contexto, quando se tiram conclusões.
O Hospital de São João é conhecido pela sua atenção a esta questão.
Apenas é diagnosticado o que se procura!
Talvez o que exista na realidade é um deficite de diagnóstico na maioria dos hospitais.
A questão é muito complexa.
As implicações de uma incorrecta avaliação dos dados têm custos muitos gravosos (para todos nós, doentes e contribuintes).
Avaliemos todas as vertentes e não apontemos o dedo de forma forma imprudente,o que poderá levar a retrocessos, num caminho dificil, que está a ser iniciado e que ainda tem muito que andar.
Para que fique claro não tenho nada a vêr com o Porto nem com os Hospitais do Porto.
É uma opiniâo de quem se preocupa com estas questões
O controlo da infecção hospitalar depende de múltiplos factores como a arquitectura e estado de manutenção das instalações, elaboração e cumprimento de procedimentos adequados, controlo e supervisão.
- exiostência de circuitos autónomos de limpos e sujos para a roupa, alimentação, lixos, distribuição de material de consumo.
- utilização de produtos adequados na limpeza e na higiene.
- utilização de material de protecção adequado.
Há muitos procedimentos incorrectos. Há também procedimentos adequados que não são cumpridos.
Os médicos, por exemplo, passeiam as suas gravatas por tudo o que é sítio. Utilizam o estestocópio de doente para doente sem qualquer desinfecção, vão almoçar ao refeitório com as mesmas batas que utilizam durante o trabalho no internamento ou nas consultas externas. Quando não aparecem semi mascarados com a farda do bloco operatório.
Tudo isto contribui para o cruzamento da infecção (bactérias, virus, esporos) tornando o ambiente hospitalar propício à ocorrência de infecções dos doentes.
É certo que também há falta de condições graves: inexistência de lavatórios com torneiras accionáveis por lazer ou pelos cotovelos, produtos de lavagem e desinfecção das mãos adequados.
Existência de balneários onde o pessoal hospitalar pudesse trocar de roupa e tomar banho.
Em Portugal não há o hábito dos profissionais hospitalares trocarem de roupa, tomarem banho sempre que entram e saem de serviço.
Raros são os hospitais que têm casas de banho e balneários adequados para os profissionais.
Ao nível do controlo as Comissões nem sempre funcionam como devis ser, raramente são efectuadas análises de controlo. Há falhas frequentes de material de protecção.
Com uma organização assim a taxa de infecção hospitalar tem que ser elevada forçosamente.
No caso do H.SãoJoão a taxa parece efectivamente demasiado elevada. Terá havido excesso de zelo?
Xavier o que afirma é CERTÍSSIMO.
O que eu sou é menos óptimista.
Não acho que exista excesso de zelo com respeito ao São João. O que eu acho, é que se fosse possivel existirem avaliações reais, no que respeita à avaliação da infecção nosocomial em Portugal provavelmente todos ficariam assustados.
Não é um defeito do estudo comparativo, mas uma impossibilidade real no contexto dos medicina hospitalar em Portugal.
As comissões de infecção são relegadas para planos completamente secundários. A maioria dos profissionais (médicos, enfermeiros, técnico, auxiliares,etc.) e Conselhos de Administração, não estão suficientemente atentos a estas questões, com consequencias desastrosas.
Gostaria que fosse só um problema de excesso de zelo do São João, ou um problema interno desse hospital, mas infelismente penso que não é.
Continuo a defender a transparência.
Penso que os hospitais deviam ser classificados com estrelas de * a **** conforme os hoteis, em termos de higiene hospitalar
Temos direito, como utentes do SNS, conhecer a classificação do hospipal em que somos atendidos e onde entregamos o nosso corpo para uma intervenção cirúgica.
À situações inadmissíveis em alguns hospitais ,em que poderiam ser mais criteriosos nos investimentos, previlegiando a promoção das condições de higiene para a prática clínica e para o conforto e segurança dos doentes .
Relativamente à Dra Elaine Pina é de lamentar que não tenham sido mais respeitados os seus eloquentes estudos e pareceres.
Aproveito para manifestar o meu reconhecimento pela sua Excelência profissional, a qual tive a honra verificar em vários momentos da minha actividade profissional como AH
O que a MP está a dizer é que os resultados dos estudos sobre as infecções nosocomiais não reflectem o que realmente se passa nos hospitais do SNS?
Estou de acordo.
Os programas de avaliação de qualidade que estão em implementação nos HH do SNS deixam muitas das causas deste problema a descoberto.
Agradeço os comentários interessados anteriores.
Temos que passar a falar mais da Saúde e dos Hospitais do SNS.
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