segunda-feira, julho 18

Domingo, 17 Julho




Hoje para tomar café caí incauto no meio da conversa de uma roda de tias. Enquanto trincava o croissant lembrei-me de uma referência de António Barreto a um texto de Mary McCarthy, a propósito de um trabalho seu sobre as elites em Portugal (link)
"Mary McCarthy, nos anos cinquenta, depois de mencionar os exilados ricos que viviam em Portugal: "Os portugueses das classes altas têm ar de viver eles próprios em exílio. Há neles uma tendência para olhar de cima para as pessoas das classes mais baixas como se estas fossem nativas, ou indígenas, no sentido colonial do termo: ralham com elas, têm pena delas, acham graça às suas idiossincrasias e têm orgulho na sua devoção".
Ao sair dei um pequeno encontrão numa das senhoras. Atrapalhado não consegui balbuciar qualquer pedido de desculpa. Como qualquer bom nativo ou indígena que se preze.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pese embora toda a qualidade da SaudeSA, estes pequenos apontamentos são o Must deste Blog.
Parabéns.

9:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Xavier

Então o meu caro, já anda aos encontrões às tias ?

E ela ? Nada disse ? Ignorou o nativo, pura e simplesmente ?

Parabéns por estes pequenos e deliciosos apontamentos, que nos tiram do sério, especialmente no inicio da semana...

11:24 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Diz-se por aí à boca fechada que o camarada "Coelhone" já anda aos "encontrões" à tia Baba Guimarães... :-)

Confirma, caro Xavier ?

11:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O António Barreto e o Vasco Pulido Valente há muito que andam à volta com esta teoria das Elites.
O VPV utiliza um conceito mais restrito de elite: a nata intelectual pensante que contribuir para a busca de novas soluções.
Para o AB a Elite é tudo que lidera qualquer processo na sociedade.

3:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Esses joggings vão de mal a pior: croissants e Tias. Uma mistura verdadeiramente explosiva.

8:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vou ter a lata de contar uma história de Tias.
Quando vim estudar para Portugal havia uma Tia do 2.º Dt.º do prédio onde então morava que me olhava com desprezo sempre que nos cruzávamos. Fazia-me sentir como se sentem os nativo, os indígenas sem educação dada a sua baixa condição social.
A muito custo foi conseguindo manter a compustura, Talvez já com a secreta esperança de que o desdém não duraris sempre.
Havia outro motivo para toda aquela contenção. è que tirando o seu jeito afectado, a senhora Tia não era nada para se deitar fora.
O meu felling foi sempre a chave do meu êxito.
Numa chuvosa noite de Inverno em que a electicidade faltou a Tia bateu-me à porta a pedir ajuda.
Vão desculpar que eu guarde só para mim os pormenores.
Acabei por concordar que há pessoas de classe superior que cultivam os mais requintados e variados prazeres da vida.

10:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olhe, Xavier, na Administração Hospitalar há cada Tia ...

9:04 da manhã  

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