sábado, julho 16

Soneto Imperfeito da Caminhada Perfeita








Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
em que os poetas são os próprios versos dos poemas
e onde cada poema é uma bandeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar.
Ninguém teme as mordaças ou algemas.
- O braço que bater há-de cansar
e os poetas são os próprios versos dos poemas.

Versos brandos ... Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço. Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas

que possam perturbar a nossa caminhada,
onde cada poema é uma bandeira desfraldada
e os poetas são os próprios versos dos poemas.

sidónio muralha, "os poemas da minha vida" JS, edição JPúblico.

Andámos longos anos a brincar às cigarras. Para chegarmos ao ponto de não haver mais vida para além do défice. Políticos e tecnocratas, sem rasgo, prometem-nos a recuperação nas vésperas da falência do modelo económico. O povo abúlico teme, reza e anseia o aparecimento de um novo salvador.
Está na hora dos poetas saírem à rua para a marcha perfeita, sem paragens e regresso, com poemas por bandeira, transformados nos próprios versos dos poemas.
(restam-nos os poetas, e por isso devemos dar graças a Deus).

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

«Al desresponsabilizar al Estado, de hecho se desresponsabiliza la sociedad. Deja de existir la sociedad y pasa a prevalecer lo privado, la competencia de los intereses privados.

La privatización no deja de ser el extremo de la propiedad privada que, de privada, pasa a ser privativa y que, de privativa, pasa a ser privadora de la vida de los otros, de las mayorías. La privatización es privilegización, la selección de una minoría privilegiada que, ésa sí, merece vivir, y vivir bien» (Entrevista a Monsenhor Pedro Casaldáliga, Revista Relat)

11:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

«Para este tipo de pensamento (o pensamento neoclássico contemporâneo de que a Universidade de Chicago é o grande centro), o aumento da exclusão social e de outros problemas sociais não são, na verdade, problemas, mas sim, sinais de que estamos no caminho de uma solução real e definitiva. Sinais de que o Estado está abandonando a sua pretensão indevida de intervir no mercado, em nome de metas sociais, e está deixando o mercado funcionar livremente. No fundo para eles o que nós chamamos de problemas sociais são somente problemas de grupos de indivíduos ineficientes que foram merecidamente alijados pelo sistema de concorrência do mercado.» (ECONOMIA E RELIGIÃO:
DESAFIOS PARA O CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI, SUNG, Jung Mo, Revista RELat)

11:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Homenagem aos deserdados, a propósito de um Poema.

11:30 da tarde  

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