sábado, julho 23

Percorro do teu corpo









Percorro do teu corpo os templos todos
as colunas os áticos as fontes .

Como se de romagem fosse a Roma.
David Mourão Ferreira - "Os poemas da minha vida", Gil Moreira dos Santos, edição JPúblico

Sobre a edição do JPúblico “Os poemas da minha vida”, José Pacheco Pereira(JPP) publicou um interessante artigo “nostalgia do ar lavado” (link) em que considera, por um lado, as antologias dos “profissionais” da poesia como Vasco Graça Moura, Alzira Seixo, Urbano Tavares Rodrigues, por outro, as antologias das figuras públicas, em princípio, susceptíveis de causar maior curiosidade nos leitores.
Para JPP, a antologia de Jerónimo de Sousa é das mais interessantes, não só em relação “ao "vivido" dos poemas, como àquilo que ele nos quer dizer ao escolher aqueles poemas e não outros”. Opiniões.
Quanto a nós, as antologias das personalidades públicas são de uma forma geral decepcionantes. Sem surpresas, coladas à pressa, com a grande preocupação de transmitir a ideia de que os seus autores são muitos entendedores, sensíveis, e a poesia parte inseparável do seu quotidiano.
Neste aspecto, surpreendeu-nos, pela positiva, a antologia de Miguel Cadilhe. Pelo trabalho, dedicação, sensibilidade e originalidade de algumas escolhas. E, por ser a última das pessoas de quem esperávamos um trabalho de tão "lavada nostalgia".
Como Nunca
Veio bonita como nunca
ler-me a condenação.
Trazia estrelas nos olhos
e a noite no coração,
veio bonita como nunca
viera noutra ocasião...

Inveja olhava de lado
ciúme olhava por mim
já muito a tinha mirado
nunca a tinha visto assim!...

Coincidência maldita:
porquê logo nesse dia
em que tudo se acabou
Veio, como nunca, bonita?!...
Alberto Cadilhe

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5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostávamos de ver um trabalho desta qualidade, por exemplo, no Semanário Expresso.
Os AH não são só "experts" em Administração Hospitalar.
os meus sinceros parabéns.

10:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Xavier, boa malha.
Um abraço.

11:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A propósito.
A namorada do Alberto Cadilhe é uma gaja porreira.
Tive uma namorafda, também muito linda, que me pôs os ditos. Sem avisar...

11:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns e um beijo

1:26 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Já tinha lido o texto do JPP. Bastante chocho por sinal.
A edição do JPúblico sob o ponto de vista da novidade, surpresa é um relativo fracasso.
Reflecte afinal o que somos como público consumidor de poesia.
Quando se trata de explorar os hábitos de consumo de poesia dos políticos o fracasso estava assegurado.
Moral da história ficamos com uma série de livros todos com mais ou menos as mesmas poesias, antecedidos de prefácios choramingas a justificar a preguiça e o facto de não perceberem nada de poesia.
Único elemento favorável: a encadernação.

2:08 da tarde  

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