Prá animar a Malta
A publicação dos dados de informação dos Hospitais SA no tempo do Luís Filipe Pereira era um acontecimento social, coberto por todos os órgãos da comunicação social. Ficou famoso o comentário do Manuel Delgado quando afirmou alto e bom som que os dados dos SA estavam todos aldrabados. Um escândalo.
A unidade de Missão apresentou, recentemente (30.06.05), os dados económico financeiros e da produção dos Hospitais SA, referentes ao exercício de 2004, longe da pompa e circunstância de outros tempos.
A unidade de Missão apresentou, recentemente (30.06.05), os dados económico financeiros e da produção dos Hospitais SA, referentes ao exercício de 2004, longe da pompa e circunstância de outros tempos.
Também os dados, à primeira vista, não parecem estar todos aldrabados como nos anos anteriores. Mas, para não frustarem inteiramente as expectativas, segundo análise do Jornal de Negócios (01.07.05), os dados da produção dos SA´s divulgados no relatório não batem certo com os apresentados pela Unidade de Missão no final de Abril de 2004.
Por exemplo, indica-se no relatório que foram feitas 249.237 cirurgias em 2004, o que traduz um aumento de 10,3% face às 233.042 cirurgias registadas em 2003. Os dados apresentados o ano passado referem, no entanto, que foram realizadas 237.891 cirurgias. O mesmo erro repete-se em relação às consultas externas, número de internamentos, episódios da urgência e sessões de hospital de dia.
Por exemplo, indica-se no relatório que foram feitas 249.237 cirurgias em 2004, o que traduz um aumento de 10,3% face às 233.042 cirurgias registadas em 2003. Os dados apresentados o ano passado referem, no entanto, que foram realizadas 237.891 cirurgias. O mesmo erro repete-se em relação às consultas externas, número de internamentos, episódios da urgência e sessões de hospital de dia.
É caso para dizer: o que seria de nós sem a Unidade de Missão. Está provado que a UM faz falta para animar malta.
8 Comments:
Segundo a mesma edição do Jornal de Negócios o próprio presidente da unidade de missão, Pedroso de Lima, terá admitido a este jornal um problema de qualidade da informação clínica tendo anunciado a criação de vários grupos de trabalho para definir os vários tipos de actos hospitalares.
Pelos vistos os grupos de trabalho ainda não deram conta do recado.
Eu juntava o Pedroso ao Nunes para fazer a maior dupla que jamais actuaram em Portugal.
Palhaçadas de primeira água.
Xavier, como vai a luta para a Câmara de Oeiras?
A coisa parece que está preta e ... suja.
Este país está cheio de juristas e quanto à qualidade das leis é o que se vê.
Então os arguidos podem concorrer?
Estes autarcas também só saem queando querem, quando morrem ou vão para a prisão.
Só se há alguma lei que permitam que eles possam gerir as autarquias de dentro das prisões.
Como os barões da droga.
A ser assim, a haver efectivas divergências, estamos perante mais um EMBUSTE. Estamos num país de EMBUSTEIROS. Desde o BP, passando pelo MF e agora U. Missão.
Mas talvez os resultados revelados no final de 2004 fossem provisórios. E na verdade as estatísticas que são produzidas através do famoso programa SONHO são mesmo um PESADELO. Só o IGIF tem verdadeiro acesso e pode muito bem acontecer que os dados não coincidam com os registados, que são sujeitos a acertos finais.
Mas também há quem ache que este sonho é uma maravilha. Porque assim não há controle sobre a produção...de cada um.
Mas não tenho dúvidas de que em muitos hospitais SA's a produção aumentou de forma significativa.
Concordo plenamente com o que é referido no comentário anterior. Andamos pelos HH SA e não vejo onde estão os ganhos de eficiência com trabalhadores completamente desmotivados. Eventuais ganhos conseguidos à custa de aquisições e de mão de obra mais barata não são a via mais estrutural de aumentar a efciciência, quando muito são ganhos mais ou menos conjunturais. Os ganhos estruturais só se conseguem com profissionais motivados e não estou a ver as coisas a caminharem nesse sentido, antes pelo contrário.
Sobre a "divergência" para não dizer falsidade dos números atente-se ao caso dos relatórios de contas do hospital de santarem sa relatórios de contas 2003 e 2004. No relatório de 2004 os dados referentes a 2003 são diferentes do relatório de contas de 2003.
ver as diferenças em www.hospitaldesantarem.blogspot.com
é esta a gestão empresarial que nos querem dar ?
Que não haja dúvidas de que nas compras muitos dos hospitais SA's fizerem poupanças, comprando mais barato. Vi com os meus próprios lhos (participei nas decisões) e nem queria acreditar. Os mesmos produtos, dos mesmos fornecedores, chegavam a ser 20 a 30 por cento mais baratos (compras de 2003). Mas, também é verdade que nos consursos para 2004 já se notava a tendência de alguns fornecedores para subir os preços um pouco mais do que expectável. Ainda assim, estando-se atento, os preços de um modo geral eram mantidos ao nível de 2003 (ou pouco subiam). Juro que houve, no hospital X, redução de custos nos chamados CMVMC (sem manipulação de dados). Por outro lado houve medidas de racionalização dos consumos que também contribuiram para maior eficiência. E houve forte persistência no reforço da eficácia nas cobranças (o que não é desprezível). Agora o verdadeiro rigor da análise dos resultados devia passar por comparar custos com produção. Em que especialidades a produção aumentou (porque os custos têm tudo a ver com isso). Se o aumento de produção foi real ou meramente o resultado de maior rigor nos registos dos actos. Analisar, defacto os aumentos dos custos com RH. Eu sei que no hospital X houve, em dois anos redução dos custos reais com RH e houve medidas que não podem deixar de ser consideradas motivadoras para os trabalhadores. Horas extras pagas pela tabela das 42 horas (fim do conflito; concursos de promoção e progressão nas carreiras; novos equipamentos, aposta forte em formação, etc.
Sei do que estou a falar e quem sabe se um destes dias não identifico o tal hospital X para que seja feita a prova do que digo.
Mas, também não tenho dúvidas de que milagres ninguém faz. E alguns casos parecem milagrosos (basta conhecermos um pouco a realidade para o percebermos). Porque razão vários hospitais atrasaram o fecho de contas? É fácil de perceber, não acham?
Alguns bons resultados apresentados pelos SA devem-se fundamentalmente ao seguinte:
a) - poupanças conseguidas na aquisição dos produtos de consumo;
b) - maior cuidado no registo da actividade;
c) - poupança relativa à gestão de pessoal;
d) - reforço do poder de comando.
Já se diz agora: no tempo do LFP as ordens eram cumpridas, agora com o CC porque é da casa, regressámos à bandalheira.
A tendência de melhoria da situação dos HH é anterior a 2002. É necessário estudar a evolução registada nos últimos dez anos, para determinar se a tendência se acentuou ou se não houve alteração de ritmo.
É necessário apurar o que aconteceu em termos de qualidade das prestações e de acessibilidade.
Penso que é isto que estará a fazer o professor Miguel Gouveia.
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