sábado, agosto 27

Neruda

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Nua, és tão simples como uma das tuas mãos,
lisa,terrestre, minúscula, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçã,
nua, és delgada como o trigo nu.

Nua, és azul como a noite em cuba,
tens trepadeiras e estrelas no cabelo,
nua, és enorme e amarela
como o verão numa igreja de ouro.

Nua, és pequena como uma das tuas unhas,
curva, subtil, rosada até que o dia nasce
e entras no subterrâneo do mundo

como num longo túnel de roupas e trabalhos;
a tua claridade apaga-se, veste-se, desfolha-se
e volta a ser outra vez uma mão nua.
plabo neruda, cem sonetos de amor, edição campo das letras

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Dá pra ver que é boa como o milho.
O Xavier é mais catálogo ao vivo.

6:57 da tarde  

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