domingo, dezembro 18

Governação Socialista


Hoje, estação de Paço de Arcos, o combóio 8.00 am de todas as manhãs veio vazio. Os trabalhadores aproveitaram a época natalícia para irem à Terra retemperar o pessimismo.
Muitos não voltarão. Qualquer dia deixa de haver trabalhadores. Deixa de haver portugueses. Para haver só desempregados. É só os economistas e os políticos de serviço entenderem que é a melhor solução para o défice.
Portugal já atingiu os 486.311 desempregados (inscritos) (link)
Os portugueses continuam a ser cerca de dez milhões.
Felizmente, também há algumas boas notícias. Poucas. O actor e encenador Luís Miguel Cintra foi distinguido com o Prémio Pessoa 2005. A cultura está de parabéns.

8 Comments:

Blogger xavier said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

2:37 da tarde  
Blogger xavier said...

Se é como o Avelino diz então porque há cada vez mais desempregados.

Os desempregados são uma necessidade dos sistemas de economia capitalista.
Tal como as listas de espera dos hospitais públicos são necessárias para manter em funcionamento os consultórios privados.

A UE ao deixar para os países como a India e a China a produção indústrial de tecnologia média condenou ao desemprego milhares dos seus cidadãos.
O motor da economia capitalista é o lucro . O desenvolvimento e avanço tecnológico têm por objectivo o lucro. E pouco importa que neste processo sejam trucidados largos milhares de trabalhadores.

Porque será que as empresas privadas ciclicamente lançam no desemprego largos milhares de trabalhadores ?

Porque será que o número de desempregados continua a aumentar com o governo socialista do eng.º Sócrates ?
Qual a diferença entre este governo e o governo CDS/PSD na defesa do emprego e dos trabalhadores ?
Qual a diferença entre este governo e o governo PSD/CDS na política de saúde que tem por objectivo prioritário a sua privatização ?

Porque é que o governo do engº Sócrates quer negociar o despedimento de 35 mil funcionários públicos ?

Há fundamento para a tomada destas medidas todas. Umas mais racionais do que outras.
Mas qual foi a prioridade dada por este governo à resolução do problema do emprego.

Para que é que os trabalhadores portugueses deram uma maioria absoluta ao PS ?

2:56 da tarde  
Blogger xavier said...

Hoje o professor Gouveia Pinto ameaça esmagar-me.
O gravidade do problema do desemprego em Portugal resulta muito da falta de visão estratégica dos nossos políticos.
A maioria das nossas empresas industriais dedicam-se à produção de produtos com pouco valor acrecentado.
A deslocalização e o encerramento destas empresas tornou-se inevitável.
Dois grandes culpados neste processo: Aníbal CacacoSilva e António Guterres.
Não formámos, não especializámos, criámos poucas empresas inovadoras,gastámos as ajudas, desaproveitámos oportunidades.
As nossas universidades continuaram a formar jovens com conhecimentos que não estamos em condições de aproveitar.
Ãceitam ocupações temporárias, enbrossam o desemprego ou emigram.
O Belmiro queixa-se de que hoje em dia a malta toda quer tirar cursos superiores.
Ele está em condições de oferecer empregos de futuro para jovens dinâmicos, sem formação superior, com os ordenados que ele acha que lhes deve pagar.

De repente cabe a um governo socialista fazer todas as reformas que se deviam ter sido feitas há dez anos: Energia, transportes, reforma do estado, reconversão da economia.

O tempo de prestação deste governo é ainda curto, mas pelo que já se viu, dá para entender que não tem engenho nem arte para conduzir tão difícil projecto e, mais uma vez, não vamos lá. (inovação já vai no 3.º responsável, TGV, PPP novos hospitais, privatizações, a forma como tem conduzido os processos da Justiça, forças armadas, professores, muita arrogância e pouco fato de macaco)
E se olharmos para a oposição, muito menos.
Por isso não há esperança nem futuro que se vislumbre.

Lamento sinceramente que os trabalhadores portugueses tenham este ajuste de contas tão duro com a história devido, em grande parte, à incapacidade dos nossos dirigentes políticos e dos nossos empresários, habituados a viver à sombra do estado.

5:15 da tarde  
Blogger helena said...

O Plano Tecnológico foi uma das bandeiras políticas de José Sócrates para chegar a São Bento, o país percebeu a mensagem e, mais do que isso, revelou-se um trunfo político importante junto das elites económicas e políticas, que sonham em viver na Finlândia do sul da Europa.

Porque era mais do que uma ideia, era um conceito e mostrava um rumo e uma estratégia. Sócrates vendeu-o bem, mas a sua aplicação revelou-se, até agora, um desastre que já está a virar-se contra o próprio Governo.

Vamos por partes. O plano – inicialmente, ‘choque’ – tecnológico era a expressão de uma vontade: a de tornar Portugal num país mais competitivo e esta estratégia passava por diversos eixos, desde do inglês no ensino básico à generalização da banda larga, passando pelos incentivos fiscais ao investimento à investigação até à reorientação dos apoios públicos às empresas para a inovação e desenvolvimento. Portanto, medidas transversais a todo o Governo, para mobilizar o país. Pois, foi precisamente este ponto que falhou.
AntónioCosta, DE 18.12.05

5:27 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Não querendo tirar o "quase-monopólio" dos comentários desta matéria ao Avelino, (com V e não com B, ou como alguém dizia com bê baixo e não bê alto, e que felicito pelo ritmo e esforço feito, há uma ligeiríssima nota que me ocorre acrescentar: não importa tanto o número de desempregados; mais importante é a sua referência à população activa e por isso é que o indicador para medir o desemprego é geralmente a "taxa de desemprego". E como sabemos a mesma tem vindo a aumentar de forma persistente. E assim continuará, infelizmente, pelo menos enquanto os "trabalhadores desmpregados" a fazer acções de formação não forem "riscados" das estatísticas, como aconteceu no passado.
PS.: Não se trata de pensar que os intervenientes neste post ignoram este indicador, como o demonstra a forma como trataram o assunto.
A notícia do JN não deixou de referir as variações relativas de diversos estratos de desempregados.

12:47 da manhã  
Blogger xavier said...

Ena pá, o Avelino parece uma enciclopédia blogosférica.

Seria interessante em relação à Inovação apresentar os valores relativos à evolução dos ultimos anos da Irlanda, Grécia e Portugal.
Idem, em relação à taxa de desemprego e à evolução do número de trabalhadores empregados.

Portugal tem vindo a perder competitividade (baixo conhecimento, sistema jurídico fiscal complexo, níveis de corrupção elevados, etc).
As reformas necessárias vão ter que ser feitas à pressão. Com custos sociais acrescidos devido à falta de visão estratégica dos nossos governantes.
Uma tristeza.

9:52 da manhã  
Blogger xavier said...

Caro Avelino,
Nada disso.
Por quem me toma.
Este país precisa de muita actividade para ver se recupera.
Bamos a isso.

2:16 da tarde  
Blogger xavier said...

Jerónimo de Sousa desafia Sócrates a debater desemprego

O líder do PCP desafiou hoje o primeiro-ministro a lançar um debate sobre o desemprego e a situação económica de Portugal dado o agravamento da situação do emprego no nosso país.



O repto de Jerónimo de Sousa foi feito durante o debate mensal sobre as perspectivas financeiras da UE para 2007-2013. O líder comunista considera que o Governo deve privilegiar a discussão de «soluções concretas» para os problemas do País em detrimento de debates «macro-económicos».
Jerónimo de Sousa lembrou o Executivo sobre o aumento da taxa de desemprego, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que registou em Novembro de 2005 mais de 486 mil desempregados.

Para o secretário-geral do PCP o desemprego deve-se a um «défice energético, agro-alimentar, de agricultura e pescas».
Diário económico 20.12.05

6:06 da tarde  

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