quinta-feira, março 16

Debate Parlamentar








Interpelado pelo BE sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), CC voltou ao Parlamento pela segunda vez esta semana.
Choveram críticas sobre o encerramento de seis blocos de partos e a criação de uma comissão para estudar alternativas ao actual modelo de financiamento do SNS,
Para Bernardino Soares, a mudança do financiamento do SNS é o plano B de CC. Por sua vez, João Semedo, o médico deputado do BE, acusou o Governo de semear na opinião pública, como se de uma fatalidade se tratasse, a ideia de que está a chegar o momento de cada um pagar mais pelos serviços do SNS.
Com uma oposição destas, JS e CC podem, por enquanto, dormir descansados.

13 Comments:

Blogger MBA said...

A oposição parlamentar mostrou-se muito fraca na crítica às políticas do Governo para a Saúde. Excepção feita para duas perguntas, oportunas e simultaneamente incómodas:

1) A partir de que percentagem é que se considera que as taxas moderadoras passam a ser financiadoras) (Ana Drago, BE)

2) Se o critério para encerrar serviços de maternidade é fazer menos de 1500 partos por ano, por que razão o São João (salvo erro, acho que foi este o hospital citado) não é também fechado? (Fernando Santos Pereira, PSD)

De resto, as perguntas eram de resposta fácil, principalmente para alguém que conhece bem o sector.

10:27 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Estou convicto de que o Professor Jorge Branco e a equipa que liderou procedeu a uma avaliação técnica competente da reorganização das Maternidades.
Mas ainda não há muito tempo se falava na hipótese de ser a Maternidade Alfredo da Costa uma a encerrar com a abertura dos Hospitais de Loures, Cascais e V. Franca de Xira. E porque a prória Alfredo da Costa teria um número de partos reduzido nomeadamente face ao seu quadro técnico.
Hoje, o Professor Jorge Branco sabe que a Maternidade do seu anterior hospital, de que era Director, tem maior capacidade de resposta.
Será que a Alfredo da Costa se deixar de receber parturientes de fora do Concelho tem número de partos suficientes?
Porque se investiu na melhoria das suas instalações? Porque não se deslocam os médicos para onde há falta?
Há sempre, nestas coisas, razões que a própria razão desconhece.
Esperemos que não tenham influência nestas medidas de CC.
Por muito que nos custe admitir e pesem embora significativas dificuldades actualmente existentes, não tenhamos dúvidas de que a actual política (não só na área da saúde) vai acentuar a interioridade e a desertificação de muitas das nossas cidades e vilas do interior.

11:32 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Carmen Pignatelli na RTP-N...
Afinal todos ficamos a saber que além de Secretária de Estado a Senhora também é Mulher.
Mas, a Dra. CP, não é uma mulher qualquer. E para pessoas da sua condição até podiam existir apenas Maternidades privadas.

11:39 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ainda na RTP-N
O presidente da CM de S. Tirso disse: as pessoas não vão mais para a Maternidade do H.S.Tirso porque são desviadas para os Privados.
De repente, lembrei-me: isto é verdade.
Nós sabemos que há parturientes que são acompanhadas nos Hospitais/Maternidades durante a gravidez mas que quando chega a hora de dar-à-luz são assitidas pelos médicos do Hospital/Maternidade em clínicas particulares. E também sabemos que noutros casos, clientes dos consultórios particulares, sem capacidade financeira, são internadas nos Hospitais/Maternidades por iniciativa desses médicos para aí realizarem o parto.
Enfim, esta é uma área por excelência onde a promiscuidade público-privado da actividade médica é notória.

11:52 da tarde  
Blogger ricardo said...

O oposição de forma um tanto atabalhoada, com défice de preparação, não deixou de marcar posição.
Estas acções tem resultados com tempo.
O tempo de desgaste da maioria é até às próximas legislativas.
O povo português terá então oportunidade de avaliar a justeza destas e doutras medidas deste Governo.

9:06 da manhã  
Blogger helena said...

Pelo que me foi dado ver (TV) e ler a acção da oposição não foi espectacular ou especialmente incisiva, não deixando, no entanto, de marcar preciosos pontos para o campeonato da derrota desta maioria nas próximas eleições.

9:17 da manhã  
Blogger saudepe said...

"Exterminador implacável"; "coveiro do Serviço Nacional de Saúde [SNS]"; "carrasco" das maternidades. O ministro da Saúde, Correia de Campos, foi ontem acusado por toda a oposição de resolver os problemas da saúde com o encerramento de serviços ou alterações ao modelo de financiamento do sector.
JP 17.03.06

O debate ontem no Parlamento foi o mais sério ataque até agora desencadeado contra o ministro da Saúde.

A forma hábil como CC se defende baralhando os impreparados deputados é balão de oxigênio que a curto espaço se esgotará.

O discurso de CC, embora coerente, não é suficiente para justificar os encerramentos em massa de serviços de saúde.
A oposição está a reorganizar-se face a estas medidas severas, incompreendidas pelas populações, face aos recentes maus exemplos dados pelo estado como a construção de estádios de futebol a esmo como aqui já foi referido.

10:23 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Pois é meu caro Dino_Sauro
Passaram 26 anos e as coisas são bem diferentes. Se se atingiram taxas de mortalidade perinatal ao nível das mais baixas da UE com a rede actual, é porque as condições existentes pelo menos na maioria das maternidades são adequadas.
Depois o nome de Albino Aroso dá jeito a CC, mas o Senhor tem hoje 86 anos (22/2/2006) e pese o seu grande mérito e contributo para os progressos da Saúde materno-infantil em Portugal, apenas pode ter dado opinião sobre o estado actual das coisas, mas não foi ele certamente o obreiro do estudo apresentado pelo Professor Jorge Branco. E o tempo também passa por nós (humanos).
E como sabemos, há opiniões de técnicos igualmente credenciados (como Strech Monteiro) que não são concordantes.
Mas a este propósito centremo-nos num ponto: ao que se sabe, uma das causas para o encerramento tem a ver com a dimensão e composição do corpo clínico.
Pergunto: nas clínicas particulares esses critérios são respeitados? Têm os tais médicos em permanência? Então aí já não importa o risco?
O problema é que o número de nascimentos tem vindo a reduzir-se sobretudo nas grandes Maternidades, situadas nas principais cidades onde reside uma população envelhecida. Porém à "corporação" não interessa o encerramento ou redução desses serviços e por isso procura grantir clientela à custa dos "pequenos". Os Profs não estão disponíveis para trabalhar no interior ou nas unidades de menor dimensão e são eles quem mais está interessado no encerramento anunciado das maternidades.
Entretanto mais de metade das mulheres de Elvas vão ter os filhos a Badajoz!

12:24 da tarde  
Blogger tambemquero said...

É necessário olhar para este último debatena Assembleia com olhos de ver.
Não está em causa a performance de CC, sempre pródigo em explicações e habilidades de tribuno.
O que me parece é que a Oposição está a começar a semear bem, para colher mais tarde.
A mensagem do governo capaz de fazer grandes coisas quando se trata de deitar abaixo, mas que executa penosamente quando se trata de construir (como vai ser a construção das USF e a rede de cuidados para os idosos e a redução das listas de espera cirúrgicas).

1:51 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro Raven:
O bloco de partos do Hospital de Lamego deve ser imediatamente encerrado e sem prejuízo da liberdade de escolha da população, os partos terão como Instituição de drenagem natural os Hospitais de Vila Real ou Viseu.
Link do Portal da Saúde: Requalificação dos Serviços de Urgência Perinatal:
http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/9F554A81-0FA0-443C-B739-60453754171F/0/requrgperinatal.p

Dino-Sauro, gostei muito do comentário. É sempre bom relembrar os bons episódios.

Um abraço.

2:27 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Dino_Sauro
Desculpe a franqueza mas acho que você se debruçou, neste caso sobre as coisas menores. 86 anos ou 83, como é o caso, não retiram pertinência ao meu comentário. Mas gostava de o "ouvir" sobre as condições oferecidas nas clínicas e hospitais particulares quanto a médicos e técnicos em permanência e sobre os interesses corporativos em manter em funcionamento as "grandes maternidades" à custa do encerramento de outras de menor dimensão mas nem por isso menos adpatadas às necessidades das parturientes e recém-nascidos.

1:19 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Caro Dino_Sauro,
Você sabe bem que não é mais "t" menos "t" que dá seriedade às nossas análises.
Deixemo-nos pois de "remoques" pois não foi com "remoques" que iniciei o meu comentário ao seu comentário. Dei apenas (quis dar o meu contributo).
Repare que não pus em causa o passado e o mérito do Professor Albino Aroso. Mas o meu país real, eventualmente, não coincide com o dele. Tão só. Reconheço que jamais terei saber e competência ao nível de AA. Nem pretendo ter.
Bem vistas as coisas parece que estamos de acordo em parte substancial desta matéria. Admitir que Strecht Monteiro(já tem o t) quando responsável no HSMF teria ideias diferentes sobre a Maternidade de Oliveira de Azeméis, para mim é exactamente o mesmo que se passa com os "donos" das nossas Maternidades principais que também têm "ideias flutuantes" em função dos cargos e locais onde se encontram.
E tal como a enfermeira a que se refere estava preocupada com saber para onde iria trabalhar, eu diria que a pergunta se poria às equipas das maternidades centrais se não fossem recrutar clientes às periferias e tivessem que dispensar alguns dos seus médicos e outros trabalhadores.
Quanto a clínicas privadas nada mais a acrescentar.A qualidade e segurança bem merecem mais cuidado dos nossos decisores.

Você acha que falar de interesse "corporativos" em matéria de saúde (incluindo a Materna e neo-natal) é maniqueísmo?! Tudo bem.
Já agora uma breve nota mais: os conselhos/opiniões/decisões da OMS também se vão adaptando à evolução teconológica.
Um abraço
PS.: leu o meu primeiro comentário a este post?

1:37 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Dino_Sauro,
No essencial concordo consigo. Mas não há muito tempo, a baixa do número de partos na Alfredo da Costa era preocupação dos mais altos dirigentes da Saúde e de técnicos envolvidos no actual processo.
E a questão não deixará de colocar-se com maior acuidade quando entrarem ao serviço os novos hopitais da área Metropolitana de Lisboa, dotados de Maternidade.
Por mim não duvido que, se outras razões não estivessem presentes, incluindo interesses de grupo, algumas das maternidades incluídas na lista negra, continuariam em funcionamento com condições de segurança em nada inferiores às que vão passar a receber os respectivos utentes.
PS: Não li a entrevista apenas porque não encontrei (hoje) o jornal nas bancas.
Um abraço

12:29 da manhã  

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