quinta-feira, março 16

Financiamento da Saúde

Os co-pagamentos, numa perspectiva internacional, são interpretados como uma prática em que o cidadão assume parte da despesa com a sua doença e promovem duas funções de uma política de saúde: 1) função de restrição ao acesso irresponsável a alguns serviços considerados não essenciais; 2) estratégia de introdução de uma dinâmica de racionalização claramente direccionada e planificada.
Uma coisa é certa. Alguma investigação internacional em gestão dos serviços de saúde indica que os co-pagamentos pressionam o cidadão a promover o seu próprio ‘empowerment’ que, por tabela, promove a racionalização de alguns procedimentos de organização e prescrição dos cuidados de saúde. Por exemplo, o co-pagamento dos exames não permitiria deixar impune a negligência dos serviços hospitalares que os perdem e exigem, de seguida, que o cidadão os repita, por vezes com risco da sua própria segurança…(link)
paulo kuteev moreira, DE n.º 3843, 16.03.06

2 Comments:

Blogger tonitosa said...

Todos sabemos que os países europeus, mesmo os citados por PKM, se defrontam com o problema do crescimento das despesas de saúde.
Abordar esta questão com ideias pre-formatadas pode parecer pouco sério.
Porque será que CC escolheu PKM para a Comissão de estudo do Modelo de Fianciamento do SNS?
CC não é burro, não. E lá está também PPB!
Sabemos dos livros que a importação de modelos nem sempre dá bons resultados...mas parece que somos de compreensão lenta.
A este propósito não me passou despercebida uma nota que li há dias a propósto da avaliação das despesas de sáude (e não só) em percentagem do PIB. Segundo o Professor Mozzicafreddo o peso da economia informal no nosso país é significativo (estima-se 20% do PIB ?) e bastaria que o PIB fosse corrigido, para fazer baixar, muito significativamente, o peso das despesas públicas (e privadas)no nosso mesmo.
E é verdade. Todos sabemos que há muita actividade económica que escapa às estatísticas.

12:55 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Raven,
Em nada vejo razões para discordar de si.
As comparações que os nossos governantes ( e outros técnicos eventualmente menos atentos?) gostam de fazer entre os nossos indicadores e os de outros países(só alguns quando lhes convém) são muitas vezes utilizadas de forma desonesta e para nos convencerem de que "como os restantes povos da UE" temos que suportar determinados custos e determinados níveis de fiscalidade.
Mas, vejmos um exemplo: fala-se muito no choque tecnológico e no acesso a meios informáticos, condição indispensável para a utilização de ferramentas como a Internet; consulte-se, por exemplo, a página da Toshiba em Portugal e Espanha e veja-se a discrepância de preços dos mesmos portáteis da marca.
E pensarmos ainda que o nível geral de salários dos nossos vizinhos é bem superior ao nosso, dá que pensar.
E no caso concreto da saúde os preços ali ao lado (basta passar a fronteira...)são em geral menores que os do lado de cá.
Ou seja os co-pagamentos (lá se vai o conceito de taxas moderadoras) não significam o mesmo para um cidadão português e para os dos países da UE cujo nível de vida é incomparavelmente melhor que o nosso.
Além do mais não devemos ser chamados a pagar (co-pagar) um serviço (acto médico por exemplo) num mercado que está longe de ser de concorrência porque o(s) governo(s) não não alargam de forma adequada o número de vagas de acesso a cursos de medicina.

1:47 da manhã  

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