segunda-feira, março 13

Estamos a andar para trás

O Conselho de Administração do Hospital de São João terá contratado oito novos gestores, nenhum dos quais Administrador Hospitalar, entre os quais um engenheiro para o Serviço de Aprovisionamento para substituição de uma colega Administradora Hospitalar, com largos anos de experiência na função, transferida entretanto para outro serviço.
Será que a Norte se está a dar preferência a quem não é Administrador Hospitalar ?

18 Comments:

Blogger tonitosa said...

O conceito "andar para trás" depende da posição do observador. Quem viaja de combóio, a alta velocidade, olhando através da janela, julga ver as árvores, as casas, etc., a andar para trás. E bem sabemos que estão paradas.
Isto, meu caro Xavier, de considerar que a susbstituição de um ou mais AH é andar para trás, tem muito que se lhe diga. Quem sabe se, pelo contrário, estamos a andar para a frente?!
O facto de um responsável ter "largos anos de experiência na função" não significa só por si que seja, ou continue a ser, a pessoa indicada para o desempenho do cargo. A mudança, sabe-o quem dirige ou dirigiu Serviços, não só é muitas vezes necessária como é saudável.
A rotina e o desgaste do exercício da função, aconselham quase sempre a mudança. E para quem muda também, muitas vezes, "a mudança" é saudável.
Volto a deixar aqui uma ideia anterior: em princípio, nenhum dirigente máximo responsável (gestor hospitalar no nosso caso) dispensa os serviços dos bons colaboradores, mas a mudança do modelo pode exigir reafectação de RH.
Diz o Xavier: será que a Norte...
Na verdade, a comparação faz sentido. A Sul (e não só) os HH estão a ser "atafulhados" com AH (veja-se o CHLO) sem que os mesmos sejam necessários. E não está em causa a competência. Apenas o excesso de quadros quando se exige a contenção de despesas.
As críticas que foram feitas aos gestores SA's sobre a admissão de novos colaboradores poderão hoje ser feitas em dobro ou triplo aos gestores EPE's (e os recrutas não são só AH).

12:34 da manhã  
Blogger ricardo said...

Tal como acontece noutros grupos profissionais, os colegas AH, são, por vezes, os concorrentes mais ferozes dos AH.

Acontece que há AH, quando nomeados para cargos de liderança, por questões de insegurança, a primeira coisa que fazem é liquidar a concorrência.
Infelizmente, como acontece noutros grupos profissionais, também temos maus colegas que tudo fazem para manter o poleiro.
Mas estes comportamentos, normalmente, dão azar.
Os alcatruzes da vida, por vezes, em vez de água de colónia trazem pedras.

9:57 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Amigo Raven,
Sim, também não me referi a si nem a qualquer colega em particular. Mas aqui no Saude SA foram largamente maioritários os críticos dos gestores SA's e não raras vezes de forma ofensiva.
Aliás, noutros espaços, o grande crítico dos gestores SA's foi o (vosso) líder Manuel Delgado, que primou pelas ofensas.
Começo por dizer-lhe que acho lamentável, sempre lamentável, que alguém seja discriminado, por qualquer razão e muito mais por razões de opção política. E tenho todas as razões para o afirmar. Eu próprio fui vítima dessa "perseguição" quando em 1996 fui "postergado" (como diz o Xavier) para uma "prateleira" onde permaneci cerca de 7 anos.
Dos meus colaboradores nunca me importou a cor partidária e de alguns, sei até, defenderem ideais diferentes dos meus. Felizmente o respeito mútuo permanece.
Lamento a sua situação. Não por ser AH e serem, como diz, os seus "colegas" AH's a marginalizá-lo, mas lamento o acto de "perseguição(?) em si mesmo.
Penso, como escrevi no meu anterior comentário, que a mudança até pode ser saudável mas deve ser fundamentada e devidamente explicada. Sempre no respeito pelos outros. E todos podemos ser úteis. Com a mudança certa podem beneficiar os serviços (os utentes) e o próprio trabalhador.
Infelizmente, porém, os nossos Gestores (de topo e de outros níveis) e Governantes, continuam a ser IRRESPONSÁVEIS e a mover-se por interesses próprios quase sempre em prejuízo das Instituições.
Um abraço.

12:22 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro Tonitosa,

O comentário nem parece seu.

Não acha estranho que numa selecção de oito profissionais para as chefias intermédias de um hospital central do SNS, nenhum seja AH ?

Estamos perante mais um caso de estranha discriminação dos AH.

Efectivamente, trata-se de andar para trás, pois um técnico superior embora mais barato, não tem a formação necessária e suficiente para assumir tais responsabilidades.

É a mesma história que se passa com a tentativa de atribuir muitas tarefas do pessoal farmacêutico, técnico e de enfermagem a pessoal sem competência para tal.

O que é que esta situação tem de comum com os gestores SA do LFP?
A mesma política.
Tal como tempo do LFP, o que interessa actualmente é reduzir as despesas a todo o custo. Aligeirar a responsabilidade do Estado relativamente à Saúde. Apresentar serviço ao Ministro das Finanças e ao primeiro ministro José Sócrates.

Só que por este andar as coisas vão radicalizar-se com prejuízos graves para ambas as partes.
É o preço a pagar pela má política.

1:35 da tarde  
Blogger saudepe said...

Isto acontece por nossa culpa.
Por que não respeitam os AH;

Por termos um Ministro da Saúde AH que se está nas tintas para os AH.

Por termos um presidente da APAH que só defende os interesses da classe, só sai a terreiro em defesa dos AH, se isso não comprometer em nada a sua carreira e a sua posição relativamente a CC.

Por termos alguns colegas que fizeram carreira sempre lá por cima , devidamente protegidos pelos cartões do partido e têm desprezo pelos colegas AH, porque não sabem quanto custa a vida.

1:51 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro Tonitosa,
Esqueci-me de referir o seguinte:
O mesmo não acontece no CHLO porque a Drª Teresa Sustelo e o Dr. Daniel Ferro, são AH competentes, capazes de encontrar soluções capazes de rentabilizar o trabalho dos colegas AH deste Centro Hospitalar.

1:59 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

Caro XAVIER
Não será CHL-ZC?
Quanto à bondade da afirmação - Deus te ouça. Com alguns camafeus ...só um santo ou, neste caso, uma santa.

3:21 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

O primeiro passo a dar para que os AH sejam respeitados, pessoal e profissionalmente, é eles próprios respeitarem-se, afirmando-se tecnicamente pela positiva, serem criativos e demonstrarem, nos seus postos de trabalho, de que são capazes de criar valor no seu Hospital.
Outro passo passa pela sua capacidade de, também, saberem respeitar os outros profissionais sendo críticos, construtivos, dos incompetentes e aliados dos competentes.
Tenho assumido cargos de topo e de nível intermédio. Há profissionais que são mais amigos, que criam melhor ambiente, que outros. Com os bons sinto-me confortável e sedimentam-se, em regra, boas amizades e boa colaboração. Com os outros, qualquer que seja a posição hierárquica, é sempre um bom desafio profissional ainda que nem sempre bem sucedido. Mas vale sempre a pena tentar. Moralmente ficamos sempre por de cima.
Sou AH e não tenho qualquer problema em reconhecer que na carreira há bons e maus profissionais.
Chamem-me os nomes que quiserem. Prefiro trabalhar com um bom profissional não AH que com um mau AH e, lamentavelmente, existem.
Como o TONITOSA diz “em princípio, nenhum dirigente máximo responsável (gestor hospitalar no nosso caso) dispensa os serviços dos bons colaboradores”.
Malgrado os cartões; malgrado os QI, acreditem que os bons profissionais acabam por, mais tarde ou mais cedo, serem reconhecidos e convidados para funções responsabilidade superior (apesar da diferença de vencimento ser, em regra, uma MERDA)

3:22 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro Xico do Canto,
Agradeço a correcção (CHL-ZC).

Também já trabalhei com excelentes profissionais sem a formação de AH.

O que caracteriza a actuação dos AH é a qualidade ímpar que referia o vivóporto no seu último texto: dedicação, sentido ético e competência.
É esta matriz de um grupo profissional com uma formação ímpar que está em vias de desaparecer.
É evidente que outros haverá não tão cumpridores.
Mas destes não rezará a história.

4:20 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Xavier,
O comentário é mesmo meu!
E como poderá concluir de uma leitura mais serena do meu texto, o mesmo é coerebnte com o que sempre defendi.
Não me debrucei sobre a "quantidade" mas sobre o acto de substituição em si mesmo e por si destacado. Isto é, a minha opinião pretendeu mais do que analisar o facto de terem sido contratados oito novos gestores ter sido substituída uma "Administradora Hospitalar" transferida entretanto para outro serviço.
Não conheço a Senhora em causa e por isso apenas pretendi abordar a questão da mudança como tal. E penso, Xavier, que a mudança é muitas vezes saudável e nesse sentido pode não significar "andar para trás". Ou não concorda comigo?
Outro problema, Xavier, é a "postergação" e o "ostracismo" contra o que sou frontalmente, como já deve ter verificado. E, ao contrário de outros, nesta matéria não distingo entre AH's e não-AH's.
Quanto ao CHLO, na verdade nada tem a ver com Dra. Teresa Sustelo e Dr. Daniel Ferro. O CHLO é outro ali para os lados da Junqueira/Restelo/Carnaxide. E mantenho o que disse. E Xavier, não me referi, mais uma vez às "competências" mas à contratação a esmo de novos colaboradores e em particular AH's para além das necessidades reais dos Serviços.
Xavier, tenha paciência: leia mais uma vez o meu comentário. Vai ver que a sua leitura já será outra.
Um abraço.

8:36 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Xavier,
Ainda mais uma nota: não tem comparação a atribuição de funções/tarefas de gestão a técnicos superiores (que devem ter formação e experiência de gestão) em concorrência com AH's, com a atribuição de funções/tarefas do "pessoal farmacêutico, técnico e de enfermagem a pessoal sem competência para tal".
A gestão é sempre gestão. E não se é bom gestor só porque se tem uma pós-graduação em Administração Hospitalar.
Repare: um farmacêutico pode ser gestor mas um AH não-licenciado em farmácia não pode ser farmacêutico.
O meu pensamento sobre a matéria está por demais explanado noutros "posts" e comentários aqui no Saude SA.

8:50 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro tonitosa,
Depois de reler concordo que o comentário só poderia ser seu. Retinto.

No HSJ são seleccionados oito elementos, nenhum AH, está tudo bem.É a necessária renovação.
No CHLO são admitidos poucos AH (julgo que três). Ilação a tirar: está tudo a abarrotar.
Não vejo qual a coerência desta análise.
Pôr auxiliares a executar funções dos enfermeiros como dar alimentação a doentes acamados sem supervisão daqueles profissionais, efectuar leituras e registo da diurese,dar medicação ao doente, configura situação idêntica à de decidir pôr um recém licenciado em gestão, por exemplo, no Serviço de Aprovisionamento, Serviços Hoteleiros ou no Serviço de Gestão de Doentes.
O que continua a acontecer é que cada nova administração faz questão de colocar em postos chave profissionais da sua confiança contratados no exterior, sem se preocupar em rentabilizar os profissionais que estão no terreno.

11:05 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Caro amigo Xavier,
Quem um dia disse que eu já era considerado um AH, aqui no nosso espaço, não fui eu. E não sou AH porque os meus caminhos profissionais e académicos foram outros, de que aliás me sinto orgulhoso.
De Gestão ainda percebo alguma coisa. Não sou farmacêutico, nem enfermeiro e acho mesmo que dificilmente conseguiria ser um bom auxiliar.
Mas continuo a ter razões para não concordar com a colocação dos AH's num pedestal, acima de tudo e de todos. Acho mesmo exagerado que se diga que "o que caracteriza a actuação dos AH é a qualidade ímpar: dedicação, sentido ético e competência" como se tal fôsse algo exclusivo do Vosso grupo profissional.
Eu, em concreto, conheço alguns AH's que em "nada contribuem para o prestígio da classe", quer se trate de ética, de dedicação ou competência.
E conheço outros de elevado gabarito. E alguns até foram meus alunos.

Xavier, você não é certamente dos que consideram que um auxiliar não é capaz de dar a alimentação a um doente acamado (desde que não se trate de doente cuja ingestão de alimentos seja só por si problemática). E certamente concorda que muitos auxiliares, até pela formação e experiência que já têm, podem perfeitamente "dar a medicação aos doentes". As funções que inequivocamente não poderão desempenhar são as que têm a ver com "formação técnica e conhecimentos específicos" do cargo. E são essas que exigem o enfermeiro, o farmacêutico (este, aliás tem colaboradores não licenciados) e o técnico (fisioterapeuta, por exemplo).
Volto a pedir-lhe que leia o(s) meu(s) comentário(s). Reparará certamente que me referi a técnicos superiores com formação e experiência de gestão...e não, como você diz, a "recém-licenciados em gestão".
AH's no CHLO são mais de três, disso não duvide. Mas também foram admitidos técnicos não-AH's. Quando me refiro a contratação a esmo, refiro "novos colaboradores e em particular AH's" mas acrecento: "para além das necessidades reais dos Serviços". Não é verdade Xavier?
Leia, mas leia sem "estados de alma", e verá, mais uma vez, que nada me move contra os AH's.
Um abraço amigo

2:35 da tarde  
Blogger Xico do Canto said...

Caro TONITOSA
Maldita curiosidade! Juntando cordelinhos até parece que Teix...se identifica contigo.Se assim é, um abraço amigo.

4:34 da tarde  
Blogger xavier said...

Segundo parece o HSJ vai contratar mais recém licenciados para a gestão do hospital.
Convido oquestadarsaoopas a indicar quantos AH o CA do HSJ contratou.

11:13 da manhã  
Blogger xavier said...

Donde se conclui que OqueestaadarsaoOPAS e as cunhas.

2:11 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Estou cansado de fazer o seguinte aviso à navegação: não basta ser BOM, seja-se ou não AH. É preciso ter um elevado QI.

Só os ingénuos (ou inexperientes) não sabem que cada um, geralmente, procura servir-se e se possível "às cavalitas" dos outros. Como terá acontecido com alguns dos que participaram nas campanhas do Saude SA para a nomeação de AH. Uma vez "chamados" (atingido o seu objectivo) já ninguém "sabe" onde param.

Desiludam-se mas não deixem de lutar por justiça, igualdade de oportunidades e não discriminação.
Mas isto deve ser válido agora como no futuro, com CC ou sem CC.
Os AH hoje têm forte concorrência de outras pós-graduações e mestrados vocacionadas para a gestão (da saúde e não só) e as coisas são mais difíceis.
Abraço a todos

11:11 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Amigo Raven
Como sabe o MD tem tido aqui no Saude SA muitos críticos mas, também, com grandes oscilações. Uns dão-lhe bicadas mas, logo a seguir, vá lá saber-se porque, falam de esperança, de revisão da carreira, etc. apelando (?) a MD.
Ou seja, MD é o "vosso" timoneiro para o bem e para o mal. Obviamente que falo do grupo profissional dos Administradores Hospitalares e não deste ou daquele AH em concreto.
Mas fica o recado: quando falar no "vosso MD" o Raven não entra no grupo. Eu percebo.
Não sei se concorda comigo, Raven, mas na verdade o que continuamos a verificar é que nem sempre os melhores (acho mesmo que esse qualificativo tem sido secundarizado) são os eleitos. Basta não serem da "troup". Será o seu caso? Reconheço, modestamente, que o Raven me parece ser do que há de bom, a avaliar pelas suas intervenções neste blog.
A esperança, caro amigo, é a última coisa a morrer...mas como também se diz: quem espera, desespera.
Um abraço

1:18 da tarde  

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