quinta-feira, junho 1

Compras partilhadas


Adalberto Campos Fernandes, faz hoje um ano (01.06.06) de presidência do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria.
JN: Qual é o segredo para dar a volta a um hospital com tantos problemas ?
Adalberto Campos Fernandes: Nós procuramos fazer uma gestão aberta e descentralizada. Acabámos com a direcção de aprovisionamento. E fui buscar a directora de compras da Servibanca para a nova direcção de compras. Só com uma nova abordagem aos fornecedores e agressividade no processo de negociação conseguimos ganhos potenciais na ordem dos quatro a cinco milhões de euros no primeiro trimestre. Por outro lado, constituímos um comité de dívida em Setembro e, neste momento, temos 18/20 pessoas que não fazem mais nada do que tentar cobrar dívidas dos subsistemas, seguradoras e particulares.
Vamos avançar com a lógica dos serviços partilhados nas compras desde o papel A4 aos medicamentos. O que vai permitir emagrecer muito a estrutura de recursos humanos. Aliás, nós temos o objectivo muito firme de reduzir significativamente o número de efectivos do hospital com estas e outras medidas.
O objectivo é chegar aos 4.800 no final deste ano. Infelizmente, grande parte são processos de aposentação. Só em reformas pendentes temos 200. Contamos com a aposentação normal, mas contamos muito com as transferências para outras áreas da AP, e com algumas rescisões, obviamente. Queremos ajustar os recursos humanos à actividade assistencial, reduzindo o número de administrativos. Seria razoável que, no final do mandato (Dez 2008) o hospital tivesse à volta de 4.300 efectivos, o que significaria reduzir quase 1.000 pessoas em três anos. Vamos de ter de reforçar áreas críticas, como a enfermagem, mas, se evoluirmos para as compras partilhadas, deixaremos de ter necessidades de tantos recursos a prazo.
JN n.º 765, 31.05.06

5 Comments:

Blogger ricardo said...

Concordo com o Xico, ACF denota entusiasmo e empenho na gestão do HSM.
Mas não chega.
É necessário também fazer um bom diagnóstico, definir medidas acertadas e ter arte para as implementar.

Reconhecemos que algumas medidas acertadas terão sido tomadas por ACF.
O que não convence é esta argumentação.
Trata-se, a meu ver, de uma entrevista fraquinha, despida de fôlego.

Os nossos hospitais estão a precisar de gestão, gestão da boa.
Há quem faça da gestão dos HH mera gestão administrativa.
Não é o caso de ACF que denota ter algumas boas ideias.
Faço votos que tanto entusiasmo se traduza em êxitos para o Hospital de Santa Maria que bem os merece.

8:18 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Uma pergunta ingénua: quanto ganhava o responsável da direcção de aprovisionamento do HSM?
E quanto ganha a (bancária...tudo em família) vinda da Servibanca?
Acho fantástica esta coisa de uns senhores (ilustres?) vindos da Privada acharem que os que estão nos cargos, e que certamente serviram durante anos e anos, com zelo e competência, não são capazes de se adaptarem à nova realidade.
Em boa verdade, o que se passa é que estes "craques" não são em nada autosuficientes e portanto, como não sabem eles próprios, como gerir a nova realidade (e explicatr o que querem) a saída que encontram é ir "recrutar" segundo padrões de elevado QI (Quem Indica) colaboardores que geralmente ainda sabem menos do que eles.

PS: ACF já foi vítima de agressão? Onde param os processos crime relacionados com as ameaças de que se "disse" (e CC confirmou) ser vítima?

1:34 da manhã  
Blogger helena said...

A foto encenada - o presidente a espreitar à porta - é a imagem de quem se preocupa com o detalhe?
Ou o acessório ?

1:58 da manhã  
Blogger helena said...

Knock-knock-knockin' on heaven's door

2:02 da manhã  
Blogger Xico do Canto said...

Caro Xico
Concordo que antes de mandar palpites se deve aguardar.É de bom tom dar-se o benefício da dúvida.
Ensinou-me a experiência de que a humildade anda, em regra, associada aos mais capazes e, seguramente, as afirmações não são exemplo disso.
No cavalheiro em causa não se conhecem feitos de gestão que me levem a acreditar nas suas bombásticas afirmações. Quando afirma "conseguimos ganhos potenciais na ordem dos quatro a cinco milhões de euros no primeiro trimestre" apetece perguntar qual o montante REAL que já obteve.
Mas vamos esperar para ver apesar de alguns dos observadores no terreno me garantirem que o discurso nada tem a ver com a realidade. A ver vamos, como diz o cego.

2:40 da tarde  

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