Relatório Primavera 2006
Estivemos hoje na apresentação do 6.º Relatório Primavera (2006) do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) link entidade que leva já cinco anos de actividade, essencialmente graças ao esforço do Professor Constantino Sakellarides, "empreendedor público de referência nas “coisas” e nas causas da Saúde dos portugueses."
A cerimónia este ano decorreu longe do frenesim de outros tempos (estou a lembrar-me das que tiveram lugar quando LFP era ministro e CC oposição).
Na mesa, Constantino Sakellarides (anterior coordenador do OPSS), Pedro Lopes Ferreira (actual coordenador), António Rodrigues (que interveio sobre os Cuidados Primários) e o Secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos. Os habituais (muitos) elogios recíprocos.
«Os Relatórios do OPSS são sempre mal aceites pelos ministros da Saúde. Mantém-se a dificuldade de obtenção de informação junto do Ministério da Saúde e de outras entidades».(Sakellarides)
Relativamente à política do medicamento a redução da despesa é a primeira prioridade (FR)
«A informação disponível aponta para o aumento generalizado dos preços dos MNSRM face ao período prévio à liberalização, com evidência de que os preços de venda ao público nestes novos estabelecimentos são, na generalidade, superiores ao preços praticados nas farmácias.
Estes factos contrariam, no presente, um dos objectivos da liberalização dos MNSRM: a diminuição do preço, com obtenção de ganhos para os consumidores, decorrente do aumento da concorrência.»
FR contestou com veemência esta afirmação do OPSS considerando-a sem fundamento, referindo o estudo do Infarmed link link que comprova (segundo FR) precisamente o contrário.
«Os Relatórios do OPSS são sempre mal aceites pelos ministros da Saúde. Mantém-se a dificuldade de obtenção de informação junto do Ministério da Saúde e de outras entidades».(Sakellarides)
Relativamente à política do medicamento a redução da despesa é a primeira prioridade (FR)
«A informação disponível aponta para o aumento generalizado dos preços dos MNSRM face ao período prévio à liberalização, com evidência de que os preços de venda ao público nestes novos estabelecimentos são, na generalidade, superiores ao preços praticados nas farmácias.
Estes factos contrariam, no presente, um dos objectivos da liberalização dos MNSRM: a diminuição do preço, com obtenção de ganhos para os consumidores, decorrente do aumento da concorrência.»
FR contestou com veemência esta afirmação do OPSS considerando-a sem fundamento, referindo o estudo do Infarmed link link que comprova (segundo FR) precisamente o contrário.
O Relatório do OPSS vai ser objecto de diversas análises aqui na SaudeSA nas próximas semanas. Vamos começar pelo ponto 11.º- O Medicamento e as Farmácias.
5 Comments:
Porque começar pelo 11º O medicamento e as Farmácias? O país muito gosta de falar de Farmácias - e este blogue e, a julgar pelo número de comentários, os comentadores deste blogue...
Não seria mais lógico começar por falar, por exemplo, pelos 260.000 doentes em lista de espera nos Hospitais que V. Exas. administram?
Ou, pelo menos, começar pelas alterações trazidas pela empresarialização dos HP, ou pelas PPP, ou pela estratégia - ou falta dela - do ministério da saúde e do Ministro da saúde?
Que tal mudar o nome ao blogue, talvez Farmácia Sá...
Na verdade aquela sessão mais parecia um velório.
Os mais interessados na sessão pareciam ser os representantes da Comunicação Social.
Poucos eram os Altos Dirigentes da Saúde presentes (orientações superiores? Desinteresse?). No pasado recente, como diz o Xavier, o interesse era outro.
Nem frenesim nem alegria. Sentia-se um certo "constrangimento" nas cerca de 60/70 pessoas presentes.
Constrangimento que pode ser justificado pelas críticas contidas no Relatório, previamente divulgadas na comunicação social.
A sessão, como não podia deixar de ser começou atrasada em relação à hora anunciada.
Registei algumas ideias dos intervenientes. Destaque para C. Sakellarides que disse a certa altura: ..."neste nosso Portugal profundo onde, com alguém dizia, mais vale ter amigos do que saber alguma coisa".
C.S. apelou ainda ao MS (que criticou) para que seja erradicada a prática de o Ministério não dar informação atempada a quem dela necessita. Apelou ainda ao MS para ser "mais transparente" na prestação dessa informação.
O Prof. Pedro Ferreira acusou por sua vez o MS de nem sequer cumprir o dever legal de prestar informação à AR sobre o número de incritos em listas de espera cirúrgicas.
Quanto ao Dr António Rodrigues fez bem o seu papel de defensor das medidas tomadas no âmbito dos Cuidados de Saúde Primários mas...deixou no ar algumas reticências quanto ao futuro.
Francisco Ramos saíu em defesa da sua dama. Acusou o relatório de faltar à verdade por razões de "colagem" a determinadas correntes de opinião e interesses.
Deu a entender que no tempo em que ele próprio e CC faziam parte do Observatório havia mais seriedade. E lá deixou a esperança de voltar ao grupo no futuro (para criticar o seu sucessor?).
Procurou até fazer a distinção "velada" entre o Coordenador e alguns membros do OPSS responsáveis por esta ou aquela área(dividir para reinar?).
O OPSS não apresentou, em sua opinião, um trabalho isento, honesto e fundamentado quando se referiu ao aumento dos preços dos MNSRM.
Pelo contrário, isenta é, (ao que se deduz das suas palavras) a opinião do Infarmed que aponta em sentido inverso.
Ocorre perguntar: quem nomeia os gestores do Infarmed?
Francisco Ramos, pelo sim pelo não, lá foi deixando o aviso de que o tal Orçamento da Saúde (pela primeira vez elaborado com base no "executado" (final) do ano anterior não vai permitir evitar o défice!...
Concordo que este relatório merece ser objecto de análise neste blog mas, como diz MSP, a ordem pode ser outra que não a sugerida pelo Xavier.
PS: O Senhor Ministro da Saúde acha que um simples "asterisco" a assinalar o desempenho de detrminadas funções é garantia de honestidade intelectual e isençãso.
E aquele Farmacêutico que não tem o "asterisco" é desonesto!
Mas quem trabalha no gabinete do seu SE (porque tem o "asterisco") está cima de toda a suspeita.
Isto não será procurar tapar o Sol com a peneira?
Por motivos profissionais, li o relatório de uma ponta à outra. O capítulo das farmácias não é o mais importante, mas é o jornalisticamente mais apetitoso. Primeiro, porque é o mais crítico, e está escrito num tom que deixa perceber isso muito facilmente).
Depois porque tem aquele picante de ter sido escrito por uma pessoa que faz parte da Ordem dos Farmacêuticos, é crítico da posição do ministro nesta área e cai no erro de apresentar conclusões sem citar dados. Aliás, enquanto jornalista tentei obtê-los e não consegui, o que basicamente só dá força à tese que corre por aí de que a base dos dados veio ali dos lados do Chiado...
O relatório Primavera faz uma critica certeira ao trabalho da equipa do MS.
Todos os trabalhos têm falhas e pontos menos conseguidas.
O Relatório da OPSSS não é excepção.
O ataque feroz de CC e FR ao relatório visa desacreditar a equipa do OPSS.
Ou não seja Constantino Sakellaridas um "perigoso" potencial adversário de CC.
Um grande abraço ao Guido Baldo.
E nas farmácias, o preço médio subiu ou desceu desce a liberalização?
Não sei, era preciso fazer uma sondagem junto das farmácias, mas isso é mais difícil porque se trata de milhares de entidades.
correia de campo, DE 21.06.06
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