Política do Medicamento
Gostaria apenas de fazer alguns comentários ao seu texto link : na generalidade tenho de concordar com o seu teor. As medidas até agora tomadas são apenas para aliviar os sintomas e não estão a ir à causa da doença.
Mesmo o alívio dos sintomas não me parece assim tão positivo. Quanto ao ambulatório, verifica-se que a despesa não tem aumentado, mas se entrarmos em linha de conta com a redução de 6% nos preços, chegamos à conclusão que o mercado tem crescido. Menos... mas tem crescido.
No mercado hospitalar, também as minhas questões são sobre a fiabilidade e globalidade dos números apresentados. Não existem vendas auditadas de qualidade por isso merece-me alguma desconfiança os números apresentados.
Todavia, penso que algumas medidas interessantes estão a ser desenvolvidas e que irão ter o seu impacto a médio prazo - informatização dos serviços de saúde públicos; sua ligação em rede em diferentes instituições e já em alguns casos entre instituições; avaliação centralizada de novas tecnologias medicamentosas.
Poderia ser feito muito mais... mas o Governo preferiu agir no mais fácil politicamente.
Mesmo o alívio dos sintomas não me parece assim tão positivo. Quanto ao ambulatório, verifica-se que a despesa não tem aumentado, mas se entrarmos em linha de conta com a redução de 6% nos preços, chegamos à conclusão que o mercado tem crescido. Menos... mas tem crescido.
No mercado hospitalar, também as minhas questões são sobre a fiabilidade e globalidade dos números apresentados. Não existem vendas auditadas de qualidade por isso merece-me alguma desconfiança os números apresentados.
Todavia, penso que algumas medidas interessantes estão a ser desenvolvidas e que irão ter o seu impacto a médio prazo - informatização dos serviços de saúde públicos; sua ligação em rede em diferentes instituições e já em alguns casos entre instituições; avaliação centralizada de novas tecnologias medicamentosas.
Poderia ser feito muito mais... mas o Governo preferiu agir no mais fácil politicamente.
expresso
8 Comments:
Guidobaldo,
Isto é "Terrível"...pura e simplesmente "Terrível". E por mais perguntas que se façam, por mais interrogações que se coloquem, CC é que sabe, CC é quem manda, CC é que é o Ministro...
Quanto às razões do Senhor João Horrível, a sua ligação à privada pode ser a explicação.
Isto está lindo!...Está! Está!
Quanto a medicamentos nunca serão conhecidos os verdadeiros números. Nunca serão reveladas as consequências da "proibição" de introdução de novos medicamentos nos HH. Nunca saberemos nada de nada porque quem manda é CC. E manda também na Informação disponibilizada. Ele está afinal rodeado de "A SUA GENTE"... e isso basta-lhe.
Um abraço
Todas as análises sobre a política do medicamento deverão ter em conta o cumprimento do compromisso perante a UE sobre o défice.
Dentro desta perspectiva parece-me que os objectivos foram cumpridos sem prejuízo para a qualidade das prestações de cuidados.
Algumas das medidas já anunciadas poderão integrar-se nas tão reclamadas medidas de fundo visando uma utilização mais racional do medicamento.
Podem-se adiar obras públicas como as estradas, pode adiar-se a construção de novos equipamentos, pode não se comprar carros novos para os titulares de cargos públicos(?), podem até os Ministros andar de bicicleta para poupar em combustível, podem cortar-se as ajudas de custo aos senhores deputados(?), pode atrasar-se o deferimento de processos de reforma e o pagamento de subsídios de doença, de desemprego, etc., etc.. Tudo isso se pode fazer em nome do défice. Mas não se pode (e sobretudo não se deve, invocar o défice para avaliar a política do medicamento e suas implicações na saúde dos portugueses e para se avaliar a política social do Governo.
O défice, idependentemente de haver vida para além dele, pode ser cumprido se se cortarem as despesas supérfluas e as tais mordomias.
Pela primeira vez nos últimos vinte anos o crescimento da despesa com medicamentos do ambulatório é ZERO.
ZERO.
O crescimento da despesa hospitalar com medicamentos é inferior a 4%.
Se os resultados quanto ao controlo da despesa não fossem estes, certamente caíria aqui o carmo e a trindade.
Cortar 6% ao lucro da indústria, que se têm enchido de dinheiro com a permissividade dos sucessivos governos, não foi uma boa medida ?
O uso racional do medicamento envolve duas componentes: avaliação da eficácia terapêutica em função do respectivo custo.
O controlo do défice não pode deixar de influenciar as nossas decisões relativamente à política do medicamento: maior rigor no controlo dos desperdícios, maior rigor na avaliação das substâncias em que vale a pena investir.
Estão na calha novas medidas estruturantes visando a utilização racional do medicamente, uma vez que foi vencida esta primeira etapa.
Como seria possível tomar medidas de fundo com a despesa descontrolada?
Certamente o treinador seria despedido antes de ter arrumado a equipa e torná-la apta para ganhar campeonatos.
FAÇO um DESAFIO
Relativamente à política do medicamento de CC façam o favor de apresentar o que foi mal feito e o que em relação ao programa do governo ficou por realizar.
Fundamentadamente.
Já agora, os SAP encerram porque não se justifica a sua manutenção.
A capacidade instalada não é justificável em função da procura.
Com este objectivo foi eleborado um programa que está a ser executado.
É necessário efectuar o downsizing da rede de cuidados.
Temos de procurar gastar melhor o nosso dinheiro, para podermos adquirir o que é efectivamente importante para a manutenção e melhoria do SNS.
Sem reforma, o SNS não sobrevirá.
Quem defende que tudo permaneça na mesma não conhece efectivamente o SNS ou quer que ele morra de inércia.
Por as coisas estarem em movimento é que há reacção e nalguns casos inadaptação à mudança.
A sintomatologia deste estado de coisas anda por aí. Nalguns casos com preocupante gravidade.
1. A despesa com os medicamentos não reduziu. Foi transferida para os utentes! E tudo com recurso a medidas avulsas. Se formos ver o mercado em termos de unidades de venda, poderemos verificar que até aumentou.
E como alguém por aí já disse, onde anda o VTA?
2. A indústria perdeu apenas cerca de 3% da sua margem efectiva e não 6% uma vez que o governo alterou as margens de comercialização com a Portaria 618-A de 2006. IF 72%-->73,4%, Armaz. 8%-->7,45% e Farm. 20%-->19.15. Deste modo a farmácia perdeu cerca de 10% e os Armazenistas cerca de 12.5% nas suas contas em valor absoluto. (Pensava que este ponto já tinha sido esclarecido)
3. Creio que todos percebemos que o SNS padece de doença grave. O que não queremos é ver a nossa saúde entregue a sistemas verticais que tendem para a tecnocracia impessoal e estritamente orçamental em que 2 anos de sobrevida é considerado um custo e não um investimento.
Aconselho a leitura deste artigo para todos os interessados na política do medicamento.
A Proposal for Radical Changes in the Drug-Approval Process
Cumprimentos
Vou responder ponto por ponto às questões que levantaram e que agradeço.
Para já gostaria de deixar uma pequena nota.
Se a redução de 6% decretada pelo Governo foi geral, não terá beneficiado todos os utentes?
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