A saúde das horas extra
(...) Há, assim, uma diferença muito significativa entre o que deveria ser e o que é o papel das horas extraordinárias nos serviços de saúde, em particular nos serviços de urgência. Que fazer? link
Há várias possibilidades: primeiro, nada fazer e deixar como está. Segundo, reavaliar e redefinir as necessidades na prestação de serviços de urgência. Estes caracterizam-se pela necessidade de manter capacidade instalada para responder imediatamente caso seja necessário, pelo que é natural que exista tempo desocupado. Estatisticamente, perceba-se quando ocorrem essas situações e dimensionem-se as equipas de urgência de acordo com o padrão detectado, distinto de instituição para instituição.
Terceiro, substituir a prestação de horas extraordinárias por trabalho ordinário, contratando mais profissionais de saúde (apesar da alegada falta de médicos no país, não é no ambiente hospitalar que eles estão em falta...).
Quarto, como a medida anterior tem o “custo” de reduzir o “rendimento permanente” como entendido pelo médico, substituir o pagamento de horas extraordinárias por outro tipo de pagamento. Encará-lo não como um prolongamento do trabalho normal do médico, e sim como um serviço adicional que o médico presta ao hospital (qualquer semelhança com a ideia de um “duplo emprego” é mera coincidência). Esse serviço adicional deverá ser feito de forma voluntária, de parte a parte – nem o médico deverá ser forçado a realizá-lo, nem a instituição, hospital ou centro de saúde, é obrigado a garantir esse “duplo emprego”.
Provavelmente, uma combinação das três últimas possibilidades será o caminho a seguir, em diferentes graus para cada instituição em particular. O importante é olhar para o problema como ele é: nem as horas extraordinárias são garantia de “rendimento permanente” para os profissionais, nem devem ser instrumento de resposta a necessidades de longo prazo das instituições. Uma vez aceite este princípio, há que partir à procura dos instrumentos de gestão adequados, em lugar de visões de ataque e de defesa de interesses corporativos.
Há várias possibilidades: primeiro, nada fazer e deixar como está. Segundo, reavaliar e redefinir as necessidades na prestação de serviços de urgência. Estes caracterizam-se pela necessidade de manter capacidade instalada para responder imediatamente caso seja necessário, pelo que é natural que exista tempo desocupado. Estatisticamente, perceba-se quando ocorrem essas situações e dimensionem-se as equipas de urgência de acordo com o padrão detectado, distinto de instituição para instituição.
Terceiro, substituir a prestação de horas extraordinárias por trabalho ordinário, contratando mais profissionais de saúde (apesar da alegada falta de médicos no país, não é no ambiente hospitalar que eles estão em falta...).
Quarto, como a medida anterior tem o “custo” de reduzir o “rendimento permanente” como entendido pelo médico, substituir o pagamento de horas extraordinárias por outro tipo de pagamento. Encará-lo não como um prolongamento do trabalho normal do médico, e sim como um serviço adicional que o médico presta ao hospital (qualquer semelhança com a ideia de um “duplo emprego” é mera coincidência). Esse serviço adicional deverá ser feito de forma voluntária, de parte a parte – nem o médico deverá ser forçado a realizá-lo, nem a instituição, hospital ou centro de saúde, é obrigado a garantir esse “duplo emprego”.
Provavelmente, uma combinação das três últimas possibilidades será o caminho a seguir, em diferentes graus para cada instituição em particular. O importante é olhar para o problema como ele é: nem as horas extraordinárias são garantia de “rendimento permanente” para os profissionais, nem devem ser instrumento de resposta a necessidades de longo prazo das instituições. Uma vez aceite este princípio, há que partir à procura dos instrumentos de gestão adequados, em lugar de visões de ataque e de defesa de interesses corporativos.
pedro pita barros, DE, 01.09.06
1 Comments:
Sobre a alteração do regime de trabalho parece haver boas notícias:
A greve dos médicos às horas extraordinárias contra a sua obrigatoriedade, marcada para segunda- feira, foi desconvocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que convocou o protesto.
De acordo com o secretário-geral do SIM, Carlos Arroz, o protesto foi desconvocado após o sindicato ter conhecimento de que o Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira um decreto-lei que acaba com a obrigatoriedade dos médicos sem exclusividade aos serviços públicos fazerem trabalho extraordinário nos serviços de urgência.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, foi aprovado na generalidade o decreto-lei que «procede a alterações aos regimes de trabalho das carreiras médicas de clínica geral e hospitalar».
DD
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