Sobressaltos
Estudo do ministério da Saúde revela que os hospitais gastaram 55,2 milhões no último ano em medicamentos para os quais não foi possível identificar os laboratórios.link
DE, 26.09.06
O pior parecia passado. Contestada a atoarda, CC faz uma curta pausa no silêncio do seu gabinete.
MV (entrando) - Senhor ministro, o MB
CC (com frieza) - Diga que não posso atendê-lo.
Reinicio da pausa.
CS (entrando no gabinete) - Senhor ministro, finalmente temos a despesa dos medicamentos hospitalares controlada.
CC - Sim, 3,6% é óptimo.
MV (acabado de reentrar) - O senhor ministro já deu uma olhada à intranet?
CC - À Intranet ? Ora deixe lá ver ... hospitais... medicamentos ...
MV - Cof, cof (tosse nervosa)
CC - O quê ?... Não pode ser !
CS - O que foi, dr. CC ?
CC - Os medicamentos a crescerem 8% ...
CS - 8% ?...
MV - Cof, cof, cof...
CC - Ligue-me a esse ...
MV - O MB ?
CC - Sim, esse... Transmita-lhe o meu estado de espírito.
MV - O seu ...
CC - Sim, diga-lhe que estou preocupado.
MV (ao telefone) - Sim, pode escrever: O ministro diz-se "preocupado".
MV (entrando) - Senhor ministro, o MB
CC (com frieza) - Diga que não posso atendê-lo.
Reinicio da pausa.
CS (entrando no gabinete) - Senhor ministro, finalmente temos a despesa dos medicamentos hospitalares controlada.
CC - Sim, 3,6% é óptimo.
MV (acabado de reentrar) - O senhor ministro já deu uma olhada à intranet?
CC - À Intranet ? Ora deixe lá ver ... hospitais... medicamentos ...
MV - Cof, cof (tosse nervosa)
CC - O quê ?... Não pode ser !
CS - O que foi, dr. CC ?
CC - Os medicamentos a crescerem 8% ...
CS - 8% ?...
MV - Cof, cof, cof...
CC - Ligue-me a esse ...
MV - O MB ?
CC - Sim, esse... Transmita-lhe o meu estado de espírito.
MV - O seu ...
CC - Sim, diga-lhe que estou preocupado.
MV (ao telefone) - Sim, pode escrever: O ministro diz-se "preocupado".
pinter
Nota: A informação que traz o ministro preocupado link link
2 Comments:
Como é evidente para qualquer observador minimamente atento, não seria possível que a notícia do MB sobre os 55,2 milhões de euros fosse verdade. Mas estou convencido de que, se se quiser saber a quem foram feitos os pagamentos, hão-de passar bons dias até que a informação esteja disponível; um batalhão de funcionáriso terá certamente que fazer uma pesquisa manual para lá poder chegar.
Quanto ao crescimento da despesa com medicamentos, não tardará a ser desmentida. Como convém.
Por isso eu dizia alguns comentários atrás que as Instituições (e os responsáveis governamentais) não estão interessados em divulgar dados sobre a produção hospitalar e outros igualmente relevantes sobre o SNS.
TT potente + areias movediças
Do que hoje foi aprovado em conselho de ministros:
"3. Decreto-Lei que estabelece o regime de instalação, abertura e funcionamento de farmácia de dispensa de medicamentos ao público nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e as condições da respectiva concessão por concurso público.
Este Decreto-Lei, aprovado na generalidade, visa aumentar a acessibilidade dos cidadãos aos medicamentos, designadamente em situações de urgência, criando um serviço público de venda de medicamentos, 24 horas por dia, nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Trata-se da execução da primeira medida do compromisso com a saúde, assinado entre o Governo e a Associação Nacional das Farmácias, constituindo uma importante inovação no sector das farmácias e o início de um conjunto de alterações legislativas centradas no cidadão.
Neste contexto, estabelece-se que a instituição de farmácias abertas ao público nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde deve obedecer a um processo de concurso público, de forma a assegurar a maior transparência na atribuição da concessão. Por outro lado, o procedimento deve garantir a concorrência e a salvaguarda dos interesses legítimos das farmácias localizadas na zona do hospital e das farmácias cuja facturação possa ser afectada com a abertura deste serviço público.
Assim, nos termos do diploma, as farmácias da zona do hospital terão preferência na atribuição da concessão; porém, para evitar injustificadas distorções na concorrência, esta preferência limitar-se-á aos dois primeiros concursos de cada hospital. Do mesmo modo, será concedida preferência ao concessionário, no concurso seguinte, quando o contrato de concessão se extinga pelo decurso do prazo ou por razões de interesse público.
Em coerência com a opção política do Governo de alargar a propriedade das farmácias a não farmacêuticos, estabelece-se, também, a possibilidade de conceder a exploração da farmácia a sociedades comerciais, independentemente da sua titularidade por farmacêuticos, havendo, no entanto, a obrigatoriedade da farmácia só poder funcionar com um director técnico farmacêutico.
Como contrapartida da celebração do contrato, o hospital concedente receberá uma renda anual, constituída por uma parcela fixa e por uma parcela variável da percentagem da facturação.
A concretização desta medida ocorrerá progressivamente e dependerá de proposta do Hospital e de parecer prévio do Infarmed, sendo as condições mínimas de natureza técnica e profissional definidas no caderno de encargos do concurso, pelo que a adjudicação será feita apenas em função do valor oferecido pelos concorrentes, privilegiando-se, deste modo, a transparência e a objectividade."
Enviar um comentário
<< Home