Ainda as maternidades
CC escreve hoje no JP um texto muito bem esgalhado: “Ainda as maternidades”. link O ministro da saúde está cheio de razão nesta matéria.
(…) Se quisermos passar dos 1,4 para 1,8 filhos por mulher em idade fértil, temos de facultar mais condições a jovens mães e pais para continuarem a exercer a sua função laboral e social: apoios de guarda de criança, no dia inteiro ou só em parte; locais de guarda e convívio de crianças em todos os centros comerciais e hipermercados, teatros, cinemas, festividades; desenvolver o baby sitting com formação e supervisão adequadas e apoio à amamentação em todos os locais de trabalho, universidades e bibliotecas de maior dimensão; reforço do pré-escolar no horário de funcionamento e, certamente, também, apoio financeiro ao segundo e terceiro filhos.
Muito está por fazer, certamente. Mas não nos podemos dar ao luxo de prolongarmos a inadequação das actuais engrenagens sociais de apoio, ignorando a mudança no ambiente e as novas necessidades que dela decorrem.
(…) Se quisermos passar dos 1,4 para 1,8 filhos por mulher em idade fértil, temos de facultar mais condições a jovens mães e pais para continuarem a exercer a sua função laboral e social: apoios de guarda de criança, no dia inteiro ou só em parte; locais de guarda e convívio de crianças em todos os centros comerciais e hipermercados, teatros, cinemas, festividades; desenvolver o baby sitting com formação e supervisão adequadas e apoio à amamentação em todos os locais de trabalho, universidades e bibliotecas de maior dimensão; reforço do pré-escolar no horário de funcionamento e, certamente, também, apoio financeiro ao segundo e terceiro filhos.
Muito está por fazer, certamente. Mas não nos podemos dar ao luxo de prolongarmos a inadequação das actuais engrenagens sociais de apoio, ignorando a mudança no ambiente e as novas necessidades que dela decorrem.
CC, JP 22.09.06
2 Comments:
Ao contrário do que refere o siracusa o dossier das maternidades não está encerrado.
Há SAP e urgências para encerrar com a ineviável oposição dos autarcas e das comunidades locais.
CC veio refutar e muito bem que o encerramento das maternidades prejudica a natalidade.
Trata-se de um argumento descabido lançado sobretudo pelos autarcas para ajudar à confusão.
Tentar vislumbrar outras motivações ocultas na intervenção do ministro constituirá eventualmente um bom exercício de imaginação e vontade de ajudar à especulação.
CC parece ter (alguma) má consciência em relação a algumas das decisões tomadas nesta matéria. E o seu texto pode ser visto como "justificação" à posteriori.
Um exemplo: quem conhece Mirandela e os seus concelhos limítrofes não terás dificuldade em perceber que o encerramento da maternidade é um erro. E quem conhece o Hospital de Mirandela sabe que a maternidade ali existente dispunha de condições para poder funcionar. E mesmo em relação ao número de partos a sua existência teria justificação.
As acessibilidades na região são ainda difíceis e as viagens para além de incómodas e de risco, são feitas a velocidade reduzida.
Por outro lado o risco no IP4 é elevado, como sabemos. Acresce que Mirandela continua a crescer como pólo de desenvolvimento na região transmontana.
Tudo seriam aspectos que, a meu ver, justificariam solução diferente da que foi tomada.
Razões idênticas poderiam ser invocadas em relação a Lamego.
Mas CC é que é o Ministro e é ele quem decide!
O argumento da escassez progressiva de médicos é um forte argumento para justificar o encerramento. Mas não era, de momento o caso de Mirandela.
Parece-me pouco consistente a invocação da falta de atracção para os internos de especialidade. O que está em causa é uma questão de reorganização da formação médica e de criação de vagas quer no curso de medicina quer nas especialidades em confronto com interesse corporativos e de classe instalados. Aliás o interior do país tem hoje, felizmente alguma presença na frequência de cursos superiores e os jovens licenciados manifestam algum descontentamento por não lhes serem propiciadas oportunidades de emprego nas suas “zonas” de origem.
A abertura de vagas na formação de especialidade e no quadro dos hospitais das “pequenas cidades” (e não apenas nos grandes hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra) levaria ao aumento do número de médicos a trabalhar nas cidades do interior.
Depois a criação de serviços novos (que surge como mera declaração de intenções de CC) por oposição ao encerramento de serviços que considera não necessários, não é incompatível com a manutenção de (algumas) maternidades.
Aliás o texto de CC neste pormenor parece ser exactamente o contrário da sua política de encerramento de SAP’s e SU’s.
É, digamos, uma parte do seu texto que em tempo de vindimas, podemos dizer que “há muita parra e pouca uva”.
Concordo com a ideia de que não é a existência de maternidades (ao virar da esquina) que vai ser determinante para o aumento da natalidade. Mas também nesta matéria vemos poucas iniciativas do MS para proporcionar maior apoio aos jovens progenitores.
E mais uma vez o texto de CC parece algo “para encher”.
A ideia de criação de “apoios de guarda de criança, no dia inteiro ou só em parte; locais de guarda e convívio de crianças em todos os centros comerciais e hipermercados, teatros, cinemas, festividades; desenvolver o baby sitting com formação e supervisão adequadas e apoio à amamentação em todos os locais de trabalho, universidades e bibliotecas de maior dimensão” aparece um pouco como “fuga para a frente”.
As deslocações que as mulheres grávidas tenham que fazer antes e depois do parto não deixam, no entanto, de em alguns casos, levar à “deslocalização” dos jovens casais para
Maior proximidade dos serviços.
Acima de tudo, se hoje é possível deslocar as parturientes, também é possível que médicos se desloquem para prestar serviço nos hospitais e maternidades onde haja falta deles.
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