domingo, outubro 8

Melhorar a Responsabilidade


E o "reporting" no SNS
A melhoria de performance do SNS requer prestação de contas da gestão (liderança) e coordenação efectivas, assim como informação de “boa” qualidade.
A responsabilidade política deveria subsumir-se ao nível Ministerial. Deveria ser reforçada a responsabilidade pública (transparência e publicitação de informação, facilitar acesso à informação dos cidadãos) e a responsabilidade de gestão. Esta pode conseguir-se do modo descrito abaixo.
A informação é o fluxo vital que permite boas decisões em todo o SNS, portanto o sistema deve dar resposta eficaz aos interessados (profissionais, líderes/gestores; organismos de tutela; doentes, população e seus representantes).

IDEIA: Melhorar a responsabilidade e o “reporting” no SNS

O QUÊ: a) Responsabilizar a gestão pelos resultados em todos os níveis, garantindo coordenação e fiscalização efectivas no SNS. Separar a política da gestão do SNS.
b) Ter sistema de informação de gestão que dê resposta ás necessidades dos interessados, que descreva e explique, agregue nos diversos níveis (HH - Região-SNS), controle a execução e a performance – informação disponível 15 dias findo o período base (mês). [formato electrónico por regra; elementos quantitativos (nºs, frequências, rácios), gráficos e relatos (descrição/explicação do que se passa, explicitação medidas tomadas ou a tomar, suas datas); usar sempre relação com: previsão/objectivo, mesmo período do ano anterior, padrão/melhor prática].
COMO: a) Prestação de contas no sistema (cf. NHS): i) Gestor nacional do SNS, integrando Conselho do SNS directamente dependente do MS; ii) Gestor regional, integrando conselho regional, na dependência directa do gestor nacional; iii) Gestor de Unidade, integrando conselho de administração, na dependência directa do gestor regional; iv) Institutos e organismos de regulação e fiscalização (DGS, IGSS, etc.) dependentes do MS;
b) Responsabilizar a gestão das Unidades: i) Separação de papeis de gestão/políticos nos diferentes níveis (nacional, regional, Unidade); ii) Reforço da autonomia de gestão assente em coordenação de “bom” nível (supõe: competência e experiência profissional, recusa de politização; planeamento e contratualização efectivas; unidade e clarificação de funções dos organismos de tutela, não fragmentação e confusão de papeis); iii) Meios suficientes de fiscalização/auditoria (garantir actuação dentro da política de saúde, das orientações, leis e normas existentes); iv) Adequado acompanhamento e controlo da performance nos diversos níveis [para melhor resultado global e nas Unidades: definir consequências no contrato-programa a 3 anos, centrar nos documentos-chave (estratégia, plano actividades e orçamento, relatório actividades), normalizar a informação (conteúdo, formato) e a forma de relatar];
c) Responsabilização dentro da Unidade (hospital): i) CA é o único responsável por: nomeação e cessação de cargos; estabelecer contrato interno com Serviços (CRI) que permita cumprir o contrato externo; atribuir incentivos e afectar recursos para seu cumprimento; ii) CA deverá conseguir o envolvimento clínico na gestão (autonomia de prescrição e decisão clínica com consequências cf efeitos no plano de actividades e orçamento do CRI); iii) Informação centralizada com controlo e “reporting” interno (CRI) em tempo e nas condições que permitam cumprir o definido para o SNS; iv) Consequências cf resultados (ex. incentivo, cessar direcção serviço);
d) Informação planeada, organizada e controlada (diferentes fins e proveniências): i) Estratégia e sua implementação anual (plano estratégico, plano de actividades e contrato-programa, relatório de actividades); ii) Monitorização económico-financeira face ao previsto (objectivos, contrato-programa, orçamento, projectos e programas); iii) Monitorização de custos e receitas por natureza; iv) Monitorizar resultados e performance (nº actos e resultados em saúde; Tableau de bord com diferentes variáveis/objectivos – mensal, trimestral, anual); v) Transparência e responsabilidade pública (para doentes – ex. tempos espera -, e população); [Integrar a informação: proveniente de Inspecções e auditorias (operacionais e técnicas; de entidades profissionais – ex. OM -, independentes e internas – ROC e auditor; para avaliação global da gestão e dos HH].

ONDE
: Em todo o SNS, incluindo hospitais privados integrados na rede. Centralização da informação garantindo-se o acesso nos diversos níveis via intranet da saúde.

QUEM
: CA, directores de serviços e outros líderes, profissionais; tutela (região, nacional). (Nota: gestores escolhidos em concurso público entre profissionais com qualificação e experiência de gestão).

QUANTO: Benefícios médios, 3 $$$, derivados a melhor gestão, responsabilização (individual, Serviço, Unidade) e gestão da performance (“o que é medido é conseguido”) – informação será um precioso instrumento.

QUANDO
: Aproveitar o PRACE para aproximar ao modelo desejado, corrigir completamente em 2 anos.

Perigos/efeitos indesejados
: Falta de vontade política; resistência do burocratas e chefias instalados.

Grau de dificuldade
: Baixo, 2 espadas, ♠♠.
Apesar de não ser directamente aplicável numa Unidade, penso que a importância de que se reveste justifica a sua análise.
Semmisericórdia

1 Comments:

Blogger saudepe said...

Medida essencial para um Gestão eficaz .
Não concordo com o grau de dificuldade atribuído pelo semmisericórdia dadas as dificuldades em dispor de um sistema de Informação capaz.

5:32 da tarde  

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