domingo, novembro 12

CC no XV Congresso do PS


CC fez questão de ir XV Congresso do PS justificar algumas das medidas mais controversas da sua política de saúde, nomeadamente as novas taxas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) (taxas de utilização, taxas de punição) e, para surpresa de muitos, ou talvez não, ao contrario do que era de supor, o ministro da saúde do XVII Governo Constitucional foi aplaudido por muitos militantes do PS.

Da sua intervenção respigámos o seguinte:
Taxas moderadoras:
São a única forma para manter viável este modelo público. Pequenos sacrifícios imediatos são a melhor garantia do futuro do SNS. São uma forma de valorizar o serviço de quem o usa e aumentar a eficiência da gestão pelo rigor dos hospitais.
Em Portugal há 5,5 milhões de portugueses isentos coisa que a oposição e a imprensa sensacionalista tentam sempre esconder. Não há nenhum pagamento proporcional a nenhum tratamento.
A taxa de cinco euros por dia não paga três quartos sequer de uma só refeição no hospital. A receita esperada com as taxas moderadoras de sete a nove milhões de euros vai permitir tratar dois mil novos casos de doentes de cancro. A nenhum doente será barrado o internamento ou cirurgia por falta de pagamento das taxas.

É preciso Modernizar o SNS
O SNS tornou-se pesado, pouco ágil, relutante em acolher a inovação, temos de o modernizar.
Este ano, demonstrámos que o SNS é viável desde que o modernizemos. É preciso contrariar a tendência de acumular défices excessivos ou diminuir qualidade em nome de uma falsa acessibilidade, porque um SNS insolvente é o que mais convém aos interesses privados mas com a introdução de melhorias é possível prevenir tentações privatizantes.

Sobre a justificação das novas taxas, as mesmas contradições. Segundo CC, as txs de cinco euros dia, que não chegam a pagar as refeições, são a única forma de tornar viável este modelo de serviço público. Talvez porque sejam a rampa de lançamento do sistema de co-pagamento progressivo das prestações de cuidados, o que nos faz pensar nas "tentações privatizantes".

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Aplausos sim e merecidos para o comentário de guidobaldo.
Mas o aplauso no Congresso do PS não foi surpresa para ninguém assim como o não é a quase unanimidade de apoio à política de JS por parte dos congressistas, ou não fosse este congresso "cheio" de delegados à espera de oportunidades.
Aplausos a CC quando anuncia contar com os 7 a 9 milhões de euros, arrecadados com as taxas ditas moderadoras, para tratar 2000 novos doentes com cancro.
Com este anúncio, CC não se furta, demagogicamente, a apelar aos bons sentimentos dos portugueses.
O que CC, demagogicamente também, esconde aos congressistas e à opinião pública é que dos 5.5 milhões de portugueses "isentos de pagar taxa" uma grande maioria deles não está nem irá estar isento de contribuir proporcionalmente, com os seus impostos para o SNS (vide propostas do OE 2007 sobre o IRS de reformados e deficiente).
O que CC, também demagogicamente, não esconde é o argumento "gasto e cansado" do preço das refeições hospitalares já que não consegue arranjar mais argumentos para defender o que é indefensável à luz da actual Constituição.
Não deve CC também esconder, demagogicamente, que conta com as taxas para modernizar o SNS.
Impõe-se sem dúvida uma modernização do SNS.
Mas pede-se a CC que também aqui não seja demagógico e que diga claramente aos portugueses que com esta modernização, ao contrário do que diz, não torne a privatização mais apetecível, como o foi em outras empresas que já foram públicas?
É que o toque está a ser dado: "com a introdução de melhorias é possível prevenir tentações privatizantes". Esperemos que sim…

5:33 da tarde  
Blogger saudepe said...

CC não consegue convencer-nos que as taxas de utilização são o meio necessário para salvar este modelo de serviço público.

Penso isso sim que são uma forma de ultrapassar o controlo constitucional para introduzir os co-pagamentos das prestações.

No lugar de apostar na viabilidade deste modelo de financiamento seria muito mais honesto admitir que é preciso criar uma nova forma de financiamento para a Saúde e pôr esta decisão à consideração dos portugueses.

A desconfiança que se instalou relativamente ao seu antecessor (por outros motivos) vai acompanhar a governação deste ministro até que não seja mais necessário esconder o jogo.

9:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A taxa de cinco euros por dia «não paga três quartos sequer de uma só refeição no hospital» e o Governo espera ter uma receita de «sete a nove milhões de euros» com esta medida.

Sem uma garrafita de Borba ou Duas Quintas e café, estaremos a comer num restaurante de *** ou ****, digo eu

11:36 da tarde  
Blogger helena said...

Modernizar é pôr os utentes do SNS a pagar as prestações.

9:12 da manhã  

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