sábado, novembro 4

Proposta de Rede de SU

HGO- almada

Cabe ao Estado o dever de utilizar os recursos (impostos) com eficiência, qualidade e equidade. Estes objectivos são quase sempre contraditórios: a centralização aumenta normalmente a eficiência e a qualidade mas diminui a acessibilidade e equidade.

Está em discussão pública a proposta de Rede de Serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências.
A rede actual é constituído por 73 urgências hospitalares (urgências gerais) distribuídas por dois níveis : Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC) com especialidades básicas como Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ortopedia (urgência de primeira linha) e o Serviço de Urgência Polivalente (SUP) destinado a receber situações que requerem a actuação de algumas especialidades não existentes nas SUMC, como Neurocirurgia, Cirurgia Plástica ou Vascular.

A Comissão Técnica de Apoio ao Processo de requalificação das Urgências propõe a criação de um terceiro nível de urgências, o Serviço de Urgência Básico (SUB) a funcionar em Centros de Saúde ou Hospitais, contituído por equipas de dois médicos e dois enfermeiros (45 serviços).
O número total de unidades dos três níveis, propostos pela Comissão, perfaz 83 serviços.link

A Comissão propõe também o encerramento de 14 serviços de urgência: cinco na região norte (hospitais de Peso da Régua, Macedo de Cavaleiros, Vila do Conde, Fafe e Santo Tirso), sete na região centro (hospitais de S. João da Madeira, Espinho, Estarreja, Ovar, Anadia, Fundão e Cantanhede) e dois na região de Lisboa (Curry Cabral e Montijo).

Há quem entenda que o essencial neste processo é assegurar que as novas urgências sejam dotadas de meios técnicos e humanas que lhes permitam funcionar com eficácia.
link

Para João Semedo «a decisão de CC de encerramento de 14 urgências hospitalares (a prazo, fecharão os respectivos hospitais ou passarão a hospitais de retaguarda para cuidados continuados), de desclassificar outras 16 e transformar 24 SAPs em SAPs mais, não pode acontecer sem medir-se o impacto que tudo isto vai ter sobre as urgências que continuarão abertas e que já hoje estão a rebentar pelas costuras, com tempos de espera que, na maior parte dos casos, nos envergonham. É uma decisão irresponsável, tanto mais que é tomada num contexto em que o ministério tem vindo a encerrar muitos SAPs e pretende continuar a fechar mais, sabendo nós que para muitos portugueses os SAPs - apesar das suas limitações, são o único e último recurso de que dispõem quando a doença lhe bate à porta».

Em breve saberemos os sacrifícios, em termos de acessibilidade e equidade dos utentes, que serão necessários fazer em prol da tentativa de melhorar a eficiência da rede de urgências.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Subscrevo inteiramente a posição de João Semedo: a ser concretizada, esta será uma decisão absolutamente irresponsável. Veja-se o caso de Aveiro, cujo hospital não terá sequer um SUP e neste momento já tem um SU muitíssimo congestionado: com o fecho de alguns SAPs da região e ainda dos SUs dos HHs de Estarreja, Ovar, Anadia e Cantanhede (para já não falar nos de Espinho e São João da Madeira), o caos será inevitável.
SUs que não funcionem bem poderão ser perigosos, pois criam uma falsa sensação de segurança nas populações. Mas substituí-los por nada é seguramente muito mais perigoso.

11:22 da manhã  

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