Administradores Hospitalares
Durante muitos anos a administração dos nossos hospitais foi exclusivamente burocrática: cumprir as leis e regulamentos, contabilizar os recursos e fornecer os meios e as condições exigidas pelos profissionais.
A subalternização da função e o amadorismo com que era encarada, tornava-a muito discreta e, sobretudo, dissociada do pulsar clínico da actividade hospitalar. Era, termos práticos, uma actividade secundária.
A crescente importância económica dos hospitais, bem patentes hoje quando percebemos que muitos deles têm orçamentos muito superiores a grandes empresas e empregam, em muitas unidades, mais de 1.000 trabalhadores, impôs naturalmente o exercício da função de administrador hospitalar, agora sob novos moldes: o comando estratégico da actividade, a contratualização de serviços com entidades financiadoras, a supervisão do desempenho clínico e o controlo dos custos.
Paralelamente, como é supostamente óbvio, à evolução da função correspondeu também uma evolução dos protagonistas: ainda que com várias vicissitudes, a profissionalização dos gestores hospitalares fez o seu caminho e, hoje, muitos deles substituíram, com vantagens amplamente reconhecidas, os profissionais da saúde com “jeito” para a gestão ou com o perfil “político” adequado.
Há aqui, todavia, uma pequena “nuance” que importa registar: os gestores, formados em qualquer escola e trabalhando em qualquer empresa, desempenham bem a função de administrador hospitalar (uma solução partilhada, por exemplo, pelo último governo); para gerir hospitais convém recrutar profissionais formados em gestão hospitalar (outra solução, porventura mais lógica e que tem contribuído para a proliferação de cursos na área da gestão de serviços da saúde).
Vem isto a propósito da boa governação a que temos assistido no último ano, na maioria dos hospitais públicos: melhor controlo de custos, maior eficiência técnica, capacidade de inovação, com novas estratégias e novos modelos organizacionais. E tudo isto com equipas constituídas maioritariamente com a “prata da casa”, ou seja, com profissionais de saúde e administradores hospitalares devidamente habilitados e que há largos anos vêm, sustentando o normal funcionamento dos nossos hospitais.
Parabéns ao Governo pelas opções que tomou, pelas escolhas que fez e pela confiança que deposita nos seus profissionais. Mas, sobretudo, permitam-me que, com uma ponta de orgulho, destaque a competência, a dedicação e o profissionalismo com que muitos administradores hospitalares, em funções de topo ou na administração intermédia, têm contribuído para o bom desempenho dos hospitais em que trabalham. Sem arrogância ou presunção, colaborando estreitamente com médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais, num processo partilhado de gestão que tem dado bons resultados. Que sirva de exemplo!
A subalternização da função e o amadorismo com que era encarada, tornava-a muito discreta e, sobretudo, dissociada do pulsar clínico da actividade hospitalar. Era, termos práticos, uma actividade secundária.
A crescente importância económica dos hospitais, bem patentes hoje quando percebemos que muitos deles têm orçamentos muito superiores a grandes empresas e empregam, em muitas unidades, mais de 1.000 trabalhadores, impôs naturalmente o exercício da função de administrador hospitalar, agora sob novos moldes: o comando estratégico da actividade, a contratualização de serviços com entidades financiadoras, a supervisão do desempenho clínico e o controlo dos custos.
Paralelamente, como é supostamente óbvio, à evolução da função correspondeu também uma evolução dos protagonistas: ainda que com várias vicissitudes, a profissionalização dos gestores hospitalares fez o seu caminho e, hoje, muitos deles substituíram, com vantagens amplamente reconhecidas, os profissionais da saúde com “jeito” para a gestão ou com o perfil “político” adequado.
Há aqui, todavia, uma pequena “nuance” que importa registar: os gestores, formados em qualquer escola e trabalhando em qualquer empresa, desempenham bem a função de administrador hospitalar (uma solução partilhada, por exemplo, pelo último governo); para gerir hospitais convém recrutar profissionais formados em gestão hospitalar (outra solução, porventura mais lógica e que tem contribuído para a proliferação de cursos na área da gestão de serviços da saúde).
Vem isto a propósito da boa governação a que temos assistido no último ano, na maioria dos hospitais públicos: melhor controlo de custos, maior eficiência técnica, capacidade de inovação, com novas estratégias e novos modelos organizacionais. E tudo isto com equipas constituídas maioritariamente com a “prata da casa”, ou seja, com profissionais de saúde e administradores hospitalares devidamente habilitados e que há largos anos vêm, sustentando o normal funcionamento dos nossos hospitais.
Parabéns ao Governo pelas opções que tomou, pelas escolhas que fez e pela confiança que deposita nos seus profissionais. Mas, sobretudo, permitam-me que, com uma ponta de orgulho, destaque a competência, a dedicação e o profissionalismo com que muitos administradores hospitalares, em funções de topo ou na administração intermédia, têm contribuído para o bom desempenho dos hospitais em que trabalham. Sem arrogância ou presunção, colaborando estreitamente com médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais, num processo partilhado de gestão que tem dado bons resultados. Que sirva de exemplo!
Manuel Delgado, editorial da GH, Dez 2006
4 Comments:
A Safra este ano parece ter sido boa.
É simpático o presidente da APAH vir a público reconhecer o bom trabalho executado pelos Administradores Hospitalares.
Sem por em causa o bom trabalho de alguns AH, e o valor e competência de outros que, por razões várias (não profissionais) se encontram afastados de lugares de topo da gestão de serviços de saúde, relembro aqui um velho ditado: PRESUNÇÂO E ÁGUA BENTA CADA UM TOMA A QUE QUER!
E há ainda este outro: NINGUÉM É BOM JUIZ EM CAUSA PRÓPRIA.
Contra as expectativas de muita gente, os AH estão a provar no terreno a sua competência na gestão dos serviços de saúde.
Estamos todos de parabéns.
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