Apelo do MUS
Aos órgãos de Comunicação Social
1. As Sub-regiões de Saúde da Guarda e de Castelo Branco abrangem 26 concelhos, desde Vila de Rei, a Sul, a Vila Nova de Foz Côa, a Norte, com uma população à volta de 400 mil residentes, dispondo de 26 centros de saúde, mais as correspondentes extensões, e cinco hospitais. Cerca de 40% dos internamentos nos hospitais abrangidos são de doentes com idade igual ou superior a 65 anos, realidade que, só por si, demonstra o elevado nível de envelhecimento das populações e a desertificação desta área do interior do País. link
2. Tanto quanto é do conhecimento público, o Governo pretende integrar num único centro hospitalar os hospitais de ambas as Sub-regiões (Guarda, Seia, Covilhã, Fundão e Castelo Branco) com o objectivo de concentrar especialidades médicas e cirúrgicas, (num ponto de vista de complementaridade), que hoje estão distribuídas pelos vários hospitais, sendo, como exemplo, os serviços de obstetrícia com um único bloco de partos a localizar só num deles. Quanto a serviços em ambulatório, pretende o encerramento de serviços de atendimento permanente de centros de saúde no período nocturno e “requalificar» as urgências hospitalares com o encerramento da urgência do Hospital do Fundão, reduzindo, no conjunto, 25 pontos a sete pontos de urgência.
3. Seguindo o exemplo do encerramento de blocos de partos anunciado, em nossa opinião, é indispensável manter especialidades de obstetrícia na óptica de medicina de proximidade - os hospitais existentes devem continuar a dispor dessa especialidade, ainda que sem bloco de partos, com o objectivo de dispor de consultas de referência para apoio aos centros de saúde (médicos de família) em diagnósticos pré-natais, com equipamentos para meios complementares de diagnóstico, (análises, ecografia, etc.), e eventuais internamentos, (casos de diabetes, hipertensões, infecções, etc.), atendendo a que uma parte importante da gravidez ocorre durante os primeiros nove meses e não só no parto. De forma idêntica deve passar-se noutras especialidades médico-cirúrgicas relativamente aos hospitais que venham a ser desprovidos de um ou outro serviço especializado a concentrar só num deles.
4. É consensual que o interior do País é já uma zona deprimida comparativamente com o litoral mais desenvolvido. A despromoção de serviços de saúde constitui um dos factores contrários à implantação de populações mais jovens, agravando o desequilíbrio e a desertificação.
5. Neste contexto, o MUS – Movimento de Utentes da Saúde, vem propor aos meios de comunicação social, principalmente aos existentes na Beira Interior, que apelem às forças vivas locais, órgãos e partidos políticos, profissionais de saúde e às próprias populações, no sentido de exigirem um amplo e transparente debate sobre as alterações porventura em curso nos serviços públicos de saúde, antes de eventuais alterações que ponham em risco a qualidade e proximidade de cuidados, atendendo às especificidades locais e não só às vias rápidas ora existentes, a fim de evitar futuros factos consumados.
Santos Cardoso, Direcção do MUS
1. As Sub-regiões de Saúde da Guarda e de Castelo Branco abrangem 26 concelhos, desde Vila de Rei, a Sul, a Vila Nova de Foz Côa, a Norte, com uma população à volta de 400 mil residentes, dispondo de 26 centros de saúde, mais as correspondentes extensões, e cinco hospitais. Cerca de 40% dos internamentos nos hospitais abrangidos são de doentes com idade igual ou superior a 65 anos, realidade que, só por si, demonstra o elevado nível de envelhecimento das populações e a desertificação desta área do interior do País. link
2. Tanto quanto é do conhecimento público, o Governo pretende integrar num único centro hospitalar os hospitais de ambas as Sub-regiões (Guarda, Seia, Covilhã, Fundão e Castelo Branco) com o objectivo de concentrar especialidades médicas e cirúrgicas, (num ponto de vista de complementaridade), que hoje estão distribuídas pelos vários hospitais, sendo, como exemplo, os serviços de obstetrícia com um único bloco de partos a localizar só num deles. Quanto a serviços em ambulatório, pretende o encerramento de serviços de atendimento permanente de centros de saúde no período nocturno e “requalificar» as urgências hospitalares com o encerramento da urgência do Hospital do Fundão, reduzindo, no conjunto, 25 pontos a sete pontos de urgência.
3. Seguindo o exemplo do encerramento de blocos de partos anunciado, em nossa opinião, é indispensável manter especialidades de obstetrícia na óptica de medicina de proximidade - os hospitais existentes devem continuar a dispor dessa especialidade, ainda que sem bloco de partos, com o objectivo de dispor de consultas de referência para apoio aos centros de saúde (médicos de família) em diagnósticos pré-natais, com equipamentos para meios complementares de diagnóstico, (análises, ecografia, etc.), e eventuais internamentos, (casos de diabetes, hipertensões, infecções, etc.), atendendo a que uma parte importante da gravidez ocorre durante os primeiros nove meses e não só no parto. De forma idêntica deve passar-se noutras especialidades médico-cirúrgicas relativamente aos hospitais que venham a ser desprovidos de um ou outro serviço especializado a concentrar só num deles.
4. É consensual que o interior do País é já uma zona deprimida comparativamente com o litoral mais desenvolvido. A despromoção de serviços de saúde constitui um dos factores contrários à implantação de populações mais jovens, agravando o desequilíbrio e a desertificação.
5. Neste contexto, o MUS – Movimento de Utentes da Saúde, vem propor aos meios de comunicação social, principalmente aos existentes na Beira Interior, que apelem às forças vivas locais, órgãos e partidos políticos, profissionais de saúde e às próprias populações, no sentido de exigirem um amplo e transparente debate sobre as alterações porventura em curso nos serviços públicos de saúde, antes de eventuais alterações que ponham em risco a qualidade e proximidade de cuidados, atendendo às especificidades locais e não só às vias rápidas ora existentes, a fim de evitar futuros factos consumados.
Santos Cardoso, Direcção do MUS
1 Comments:
Apenas para clarificar que nunca o Hospital de Seia foi referenciado, pelo Ministério ou ARS, como uma das unidades a integrar o futuro Centro Hospitalar da Beira Interior. No entanto, nunca se sabe…
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