Pontómetros
Inspecção da Saúde concluiu que esmagadora maioria dos serviços públicos controla assiduidade com livros de ponto link
JP, 01.12.06
Nada a opôr ao controlo electrónico da assiduidade, regulador efectivo da assiduidade mas não da produtividade.
Fugas ao controlo são sempre possíveis, ou não fossemos nós "portugueses".
E é aqui que se deve centrar o problema colocado em discussão. O da responsabilidade individual e de grupo.
Não adianta ter o registo de entrada à hora certa quando se passeia pelos corredores, se permanece nos bares das instituições, se depois de um acto médico ou cirúrgico se protela a saída (por não ter nada que fazer na clínica privada ou em casa) e se os responsáveis são coniventes com estas atitudes.
É que penalizado deve ser quem chega tarde como compensado deve ser o que prolongou o seu horário de trabalho.
Fossemos nós todos, Portugueses com letra grande e não seriam necessários os “pontómetros”
JP, 01.12.06
Nada a opôr ao controlo electrónico da assiduidade, regulador efectivo da assiduidade mas não da produtividade.
Fugas ao controlo são sempre possíveis, ou não fossemos nós "portugueses".
E é aqui que se deve centrar o problema colocado em discussão. O da responsabilidade individual e de grupo.
Não adianta ter o registo de entrada à hora certa quando se passeia pelos corredores, se permanece nos bares das instituições, se depois de um acto médico ou cirúrgico se protela a saída (por não ter nada que fazer na clínica privada ou em casa) e se os responsáveis são coniventes com estas atitudes.
É que penalizado deve ser quem chega tarde como compensado deve ser o que prolongou o seu horário de trabalho.
Fossemos nós todos, Portugueses com letra grande e não seriam necessários os “pontómetros”
J.F
14 Comments:
Vamos ver se o SIM não lhes vai dar o "Arroz"!
Veja-se o que foi dito por Sollari Allegro:
"A tradição, na função pública, é que a fiscalização do cumprimento dos horários dos funcionários superiores, como é o caso dos médicos, seja feita manualmente, contrapõe Sollari Allegro, presidente do Conselho de Administração do Hospital Geral de Santo António, que tem um sistema por marcação de dedos para todos os funcionários (incluindo os médicos) apenas na Urgência, serviço que está completamente informatizado. "Mudar esta tradição vai causar conflitos, não sei se vale a pena ter esta guerra agora", afirma, cauteloso."
E que vai dizer a OM?
Repito parte do meu comentário anterior noutro local do blog:
.......
Não me parece que este sistema de controlo possa ser aplicado para fazer cumprir horários de entrada e de saída. Tem que comportar flexibilidade e nesse sentido será um bom auxiliar na gestão de RH e não deixará de contribuir para a redução do "absentismo". Mas não é o registo de entrada e saída que garante produtividade; esta passa por realização efectiva de trabalho. Os médicos, geralmente, até entram nos HH cumprindo o horário de entrada mas...o que vão fazer a seguir?
É espantoso que a IGS, que tão preocupada andou com algumas medidas dos HH SA's em relação às quais talvez nem competência tinha para intervir (sobretudo competência técnica) tenha demorado tantos anos para concluir o que agora concluíu sobre registo de assiduidade precisamente num ex- SA (ULSM). Qualquer funcionário público sabia há muito o que a lei definia sobre a matéria e sabia-se, também, que nos HH sempre houve forte resistência à implementação das regras legalmente definidas.
Estamos perante uma medida que nem sequer é inédita e tanto quanto me foi dado saber já foi tentada há cerca de 3 anos num dos HH SA. Mas com a passagem a EPE a ideia foi bandonada...
Esta é uma guerra antiga.
Eu acho que a lei deve ser igual para todos.
O controlo electrónico é mais um elemento disciplinador das relações de trabalho da empresa hospitalar.
Um entre tantos.
A produtividade é outra coisa e o seu aumento consegue-se pela motivação.
Além do sistema de remuneração existem muitas outras formas de motivar o pessoal hospitalar: instações: sala de conferências, salas para reuniões de trabalho, biblioteca, meios informáticos.
Promoção do enquadramento e auto estima dos profissionais, programas de formação.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Pois eu penso que esta é uma das "guerras" que mais vale a pena.
De facto, aquilo que muitos chamam tradição, tem de ser reavaliada e modificada. O SNS não pode continuar a suportar profissionais (médicos) que auferem o seu vencimento e não comparecem sequer no seu posto de trabalho.
Assiduidade não significa produtividade, é certo, mas também não estou a ver como é que se pode ser produtivo sem ser assíduo.
A lista de espera cirurgica (por exemplo) não pode ser encurtada se os respectivos cirurgiões não comparecer ao serviço, ou se o abandonarem prematuramente.
De facto, os médicos têm sido previlegiados no aspecto do "pica-ponto", pois o sistema "assinatura" é falível e falsificável, não reflectindo qualquer cumprimento em termos práticos.
Não vejo a razão do sr. solari allegro afirmar que os médicos são funcionários públicos superiores (alguém sabe explicar este sentimento megalómano?).
A lei é para todos.
De facto, a tradição dos médicos em chegar ao hospital às 11 horas e sairem às 12 horas, para irem para o privado nas horas pagas pelo erário público tem de acabar. Definitivamente.
Os SU's são os locais onde menos interessa ter de "picar o ponto". Os turnos têm de ser cumpridos po natureza, pois os profissionais necessitam de comparecer "a horas" para substituirem os seus colegas, e por sua vez ficarem até ao fim do turno para serem substituídos por outros. Daí que o horário seja minimamente respeitado.
Não vamos é criar falsas afirmações relativas à produtividade para argumentar a favor dos médicos, pois estes profissionais "consomem" milhões de euros ao país, pagos de forma indevida por trabalho não realizado, por presenças não cumpridas ou por prevenções impossíveis de realizar.
Há que disciplinar.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
"Medidas de controle administrativo raramente resultam em aumentos de produtividade."
Sinceramente, penso que serem pagos e nem comparecerem no local de trabalho é grave.
Dizer que medidas administrativas não resultam reflecte os brandos costumes do país. E para mudarmos temos de começar por algum lado.
Já pensaram se o ministro chegasse ao país e dissesse a TODOS os funcionários públicos:
- "Vamos flexibilizar o horario de todos, quem quiser sair mais cedo para a privada pode sair, quem não quiser vir trabalhar não tem faltas, e se quiserem chegar mais tarde estão à vossa vontade.
Seria bonito. A república das bananas seria mais disciplinada e produtiva.
Em meu entender, mais do que “picar o ponto”, importa cumprir cargas horárias de trabalho. Ou seja, devem os profissionais, sempre de acordo com a salvaguarda do bom funcionamento dos serviços e o melhor atendimento dos doentes (e utentes) poder gerir os seus tempos de trabalho – flexibilidade – e com respeito pelo trabalho de equipa (quando seja o caso) por forma a que durante o período de aferição, (que deve ser mais ou menos alargado, no mínimo a semana) o tempo de trabalho global seja “contabilizado”. Este sistema pode ser mais ou menos complexo e deve ser diferenciado se as funções a executar assim o exigirem. Teremos então não um relógio de ponto, mas antes um sistema de “gestão de tempos de trabalho” que, com as modernas tecnologias, permite detalhar a informação a diversos níveis.
Sabemos que uma equipa do bloco operatório, por exemplo, não pode suspender o seu trabalho porque chegou a hora de saída. As intervenções cirúrgicas levam a que muitas vezes o “horário” se prolongue para além das horas diárias estabelecidas. Haverá então lugar a horas extraordinárias ou compensação posterior. Ora com um sistema automático de gestão dos tempos de trabalho esta e outras situações passam a ser automaticamente registadas.
E se por menor afluência de doentes ou por qualquer outra razão não houver inconveniente em que o profissional entre mais tarde ou saia mais cedo, em determinado dia, (tempo cumprido por defeito) porque não fazê-lo, com compensação posterior? E porque não permitir que seja prestado, quando necessário trabalho para além do normal (tempo cumprido por excesso) que não dê lugar a pagamento de horas extra mas a compensação posterior em momento a acordar com os dirigentes dos serviços?
Tal sistema, diz-se por vezes, desresponsabiliza os dirigentes. Não é verdade. Ao dirigente cabe sempre a responsabilidade de saber quem fez o quê, onde e quando, podendo para tal ter acesso aos dados da sua área de trabalho (registados pelo sistema) assim como lhe continuará a caber a responsabilidade de aceitar a justificação de atrasos ou faltas, dispensando-se o papel escrito. E qualquer dirigente tem o dever de o fazer até porque disso dependerão os resultados alcançados pelo Serviço. Este argumento é utilizado por alguns dirigentes para procurar manter os sistemas actuais. Além do mais, um registo baseado nas novas tecnologias deverá obrigar, também, os dirigentes sem prejuízo da chamada “isenção de horário” (não é a mesma coisa que isenção de trabalhar?!...).
Poderia aqui abordar ainda outros pormenores, como por exemplo, o interesse e a possibilidade de com um tal sistema se poder avaliar a produtividade de muitos profissionais e calcular-se com mais rigor o custo de actos médicos. Mas para não tornar este comentário excessivamente longo, fico por aqui.
Digo apenas que o comentário do colega doutorenfermeiro me parece exagerado e mais ajustado a quem esteja mal com a sua própria consciência (o que certamente não é o seu caso).
Além do mais a classe médica merece-me todo o respeito e os seus horários não são o caos. E que eu saiba para os restantes profissionais, em geral, os sistemas actuais são os mesmos dos médicos. Nem sequer sou defensor de um sistema controleiro mas antes de um modelo onde a responsabilidade ande a par da liberdade (não confundir com libertinagem).
O registo biométrico (mais seguro) serve também para argumentar com a violação da confidencialidade de dados pessoais que não deixará de ser invocada mas…há já decisões sobre a matéria que permitem a implementação do sistema. No entanto, sabe-se que os próprios membros dos CA, que são médicos e enfermeiros, não têm grande simpatia pelo modelo.
PS: volto á pergunta: que fez a IGS estes anos todos. Não se deu conta do não cumprimento da Lei? Ou os seus objectivos eram outros?
Mais não digo.
Tonitosa disse tudo.
Só quem não aceita cumprir o que tem a cumprir, "destroi" o que o obriga a cumprir (quanto mais não seja o horário).
O resto é da responsabilidade de cada um.
Antes de motivar, é necessário disciplinar.
o nosso país (cheio de "espertos") não está preparado para a flexibilização nos serviços de saúde.
Acima de tudo, é necessário cumprir os contratos, ou seja, desempenhar as suas funções para as quais o estado lhes paga.
Tudo isto começa pela necessidade da presença física, embora não seja correcto afirmar que assiduidade é igual a produtividade.
A classe médica no nosso país está mal habituada.
Basta fazer uma pequena incursão por outros países para que as diferenças (abismais) saltem ao de cima.
E já agora, alguém tem ideia de quantos milhões de euros o estado pagou a médicos em remunerações e afins por trabalho não cumprido, e mais grave, por não compareências e faltas injustificadas.
Todas as classes da FP devem ser iguais: professores, juízes, auxiliares, polícias, médicos, enfermeiros... se todos cumprem horários, porque é que os médicos não hão de o fazer.
Temos é garantir que juntamente ao cumprimento do horário, haja um incremento de produtividade. Mas uma coisa é certa, que não está no seu local de trabalho, não produz.
Minha cara Siracusa
A "desnatação" a que se refere será a que se referia CC há umas semanas atrás?
Por certo sim e por certo não...
A desnatação da "gordura" que parasita o sistema é sempre bem vinda, e não tenhamos medo já que o produto desnatado é bem melhor para a saúde, certo de que a "nata" que ainda fica é suficiente para dar os óleos gordos essenciais e as vitaminas necessárias para um bom e estável desenvolvimeto do ser (SNS).
Pois, este é um dos problemas de fundo da relação entre o sector público e sector privado da saúde.
Num sistema sem concorrência é muito fácil ao sector privado fazer atrair os melhores profissionais do sector público.
Esta relação não se compara, como o Tonitosa tem defendido, com o fornecimento de licenciados saídos das Universidades Públicas às empresas privadas.
A construção de novos hospitais, essencialmente em Lisboa e Porto,a desnatação dos melhores profissionais dos hospitais públicos, a desnatação dos Centros de Saúde com as USF, a construção de novos hospitais em regime de parceria público privado PPP, fazem parte do mega projecto de privatização da Saúde levado a cabo por este ministro.
Mas parece que ninguém está a compreender o que se está a passar diante dos nossos olhos.
Depois vem o SES Francisco Ramos dizer que o SNS é relutante à mudança !
Esta mudança, está a conduzir o SNS directamente para o ABISMO.
Querem mudanças, querem a nossa colaboração?
Então, façam-nos propostas sérias.
Lamento muito que a saudesa não esteja a ver as coisas como elas são (como estão a acontecer).
Minhas amigas Siracusa e Margarida
O SNS com qualidade e vanguardista faz-se com os homens e mulheres que vêm nele um serviço importante, que urge preservar, estimular e desenvolver.
Esse é o meu objectivo.
Sei que não parece ser o objectivo da actual equipa de CC.
Mas não podemos esquecer que alguém que o mina às escondidas e às claras, que se aproveita dele para servir os desígnios pessoais ou de grupo, para ser a tábua de salvação dos insucessos ou das impossibilidades de os ter na clínica privada, por muito bons profissionais que o sejam, por muito zelosos dos casos difíceis se mostrem, esses não fazem cá falta.
Criem os responsáveis da Saúde condições de trabalho idênticas às que oferece o sector privado, de actualização e de perspectivas de futuro que a "nata" dos mais velhos, com mais experiência, e a que por selecção natural vai aparecer, se sentirão bem e realizados a produzir no SNS.
A apredizagem e o saber faz-se e adquire-se com bons conselhos e boas companhias, com muito trabalho e dedicação, e os futuros profissionais médicos devê-lo-ão ter em todo o seu trajecto e em todo o dia de trabalho e não só umas raras horas por semana.
É isto que devemos exigir, é por isto que devemos pugnar.
Margarida,
Alguém pode impedir um médico de deixar um hospital público para ir trabalhar para o sector privado?
Se o Estado quer ter ao seu serviço os melhores profissionais, tem que lhes pagar tanto ou mais que o sector Privado.
Actualmente os funcionários públicos, como sabemos, são tratados abaixo de cães pelas repectivas tutelas e pelos Governantes em geral. O que retira todo e qualquer estímulo para que os mesmos se sintam motivados como servidores do Estado. E só os que não encontram alternativa ou os menos capazes permanecem. Os médicos, como sabemos, cada vez mais têm alternativas de trabalho e emprego no sector privado.
Parece que tirando a suas especialidades nos HH públicos os privados acabam por ser os beneficiários dessa formação. Isso é verdade mas o período de especialização, no caso dos médicos, faz ainda parte da sua formação. E se os particulares não querem ou não lhes são dadas condições para fazer essa formação é ao Estado que compete fazê-la e apoiá-la.
Mas não estejamos preocupados porque os privados não tradarão, eles próprios, a preparar (suportando custos) os seus quadros para poderem dispor dos mais capazes e competentes.
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