terça-feira, janeiro 2

Abriu a época


Novo Ano, Novos Trabalhos
CC fez hoje (02.01.07), formalmente, a abertura do novo ano de trabalho, com um curto resumo de realizações de 2006 e das principais medidas programadas para 2007. link
(…) Pela primeira vez, desde há muitos anos, o MS vai encerrar as suas contas dentro do orçamento previsto, 3 por cento acima do ano anterior (previsão inicial de 2,9 por cento); se a tendência da despesa dos três últimos anos não tivesse sido contida, gastaríamos mais 271 milhões de euros. Sendo provisórios estes dados e verificando-se tendência para a redução dos encargos em medicamentos, será possível ainda atingirmos a meta de 2,9 por cento.
link

O comportamento das diversas rubricas não foi homogéneo. O pessoal cresceu a 3,5 por cento, tendo sido forçado a acomodar cerca de 60 milhões de euros devido ao aumento de desconto para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). Acomodou ainda o pagamento dos encargos com a saúde relativos à Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), correspondentes a Institutos Públicos, EPE (Entidades Públicas Empresariais) e demais serviços personalizados. Descontados estes efeitos, o acréscimo líquido dos custos com pessoal é pouco superior a zero. Todavia, nas aquisições, sobretudo de medicamentos e dispositivos médicos hospitalares cada dia mais modernos e mais dispendiosos, a meta de 4 por cento foi dobrada para 8,5 por cento. O fornecimento de serviços cresceu 5,4 pontos acima do previsto crescimento zero. Mas nos medicamentos vendidos nas farmácias, a meta de zero por cento será ultrapassada pelo decréscimo esperado em - 0,9 por cento e que pode bem chegar aos - 1,4 por cento. Os MCDT ficarão a - 0,4 por cento.
Questão pertinente será saber se, gastando menos, restringimos serviços ou produzimos menos. A resposta é negativa. Com base na comparação dos dez primeiros meses de 2006 com igual período de 2005, não só produzimos mais, como produzimos melhor, isto é, mais daquilo que devemos aumentar, como as consultas nos centros de saúde (+ 1 por cento), as consultas externas hospitalares (+ 4,7 por cento, e mais ainda nas primeiras consultas, + 4,8 por cento ); mais nas cirurgias convencionais (+ 6,38 por cento) e, sobretudo, mais nas cirurgias ambulatórias (+ 17,3 por cento). Ficámos ao nível do ano anterior em urgências (+ 0,1 por cento) e diminuímos, e bem, nos doentes saídos (- 1,1 por cento) e quase - 2 por cento nas consultas em SAP. Em conclusão, o SNS aperfeiçoou a sua missão (...).
CC, 02.01.07

a) O mais importante: «pela primeira vez, desde há muitos anos, o MS vai encerrar as suas contas dentro do orçamento previsto, 3% acima do ano anterior (previsão inicial de 2,9 por cento). E, apesar disso, “não só produzimos mais, como produzimos melhor».
O mérito deste feito: «todos os dirigentes dos serviços centrais, regionais e locais, agências de contratualização, gestores de unidades hospitalares, mas sobretudo aos médicos, principais decisores da despesa, que adoptaram uma postura de elevado sentido cívico».

b)- CC, ao referir os três grandes objectivos programáticos de 2006, voltou a colocar o controlo da despesa como terceira prioridade.

c)- Quanto às medidas essenciais inscritas no OE/2007 para garantir o controlo da despesa, CC, cautelosamente, não referiu as taxas de punição.

d)– O mais difícil: «Proceder a uma importante reforma do trabalho médico hospitalar, com incentivos ao desempenho. Matéria não isenta de controvérsia, para a qual esperamos convocar parte significativa dos profissionais que trabalham em hospitais».

e)- Mais dificuldades: «serviços psiquiátricos a concentrar, urgências a reconverter, pessoal redundante a colocar em mobilidade especial, sub-regiões de saúde a extinguir, centros de saúde onde a coabitação entre o modelo convencional e o modelo USF não será isenta de problemas.

Um ano terrível, com muitos e difíceis objectivos a cumprir. A não merecer, no entanto, a chamada de atenção directa de Cavaco Silva, feita a outros ministérios, quanto a resultados a apresentar já em 2007. Sensatamente. Como se faz aos bons alunos. Na expectativa, porém, que eles aparecerão pela certa.

3 Comments:

Blogger saudepe said...

Certamente o mais dificil: conseguir para o seu lado um número significativo de médicos, devidamente envolvidos no processo de reforma.

CC tem pouco para dar em troca dos privilégios que se propõe retirar.
Vai ser muito difícil.

11:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Estranhamente CC nada refere relativamente às convenções, às listas de espera para cirurgia, às taxas de punição, às despesas previsíveis com a constituição de novos Centros Hospitalares, à melhoria do equipamento dos HH públicos, ao porquê do falhanço da constituição das USF.
Deu importância aos CCI ainda em fase piloto mas já com despesas contabilizáveis e avultadas que quadruplicarão, pelas previsões, em 2007
Espera-se para saber como se prepara, no âmbito das reformas induzidas pelo PRACE, a redução de 40 milhões de euros em 2007.
Não se esqueceu também (aqui não estranhamente) de dar valor “sobretudo aos médicos, principais decisores da despesa, que adoptaram uma postura de elevado sentido cívico” como prova de que os pretende proteger da debandada para os HH privados e como que a prepará-los para a “reforma do trabalho médico hospitalar, com incentivos ao desempenho” e para o controlo de assiduidade...
Tudo o resto, não passam de declarações de processos de intenção que sem uma correcta gestão, sem motivação e empenhamento activo dos profissionais da saúde, encontrarão resistências e dificuldades acrescidas na sua implementação, por muito correctas que se apresentem.
E realço o lema que por certo frequentes vezes iremos ouvir:
“Saúde, um Bem para as Pessoas”.
Quem dera…

12:43 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Despenda de 10 segundos do seu tempo para partilhar o seu apoio a uma Resolução da ONU sobre diabetes:
http://petition.unitefordiabetes.org/pt/form.php

12:55 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home