A Saúde, primeiro
Estou de acordo com o JCR: A Saúde deve estar primeiro. link
(...) Muitos consideram que a crise actual do Estado social advém do facto de ele querer fazer demasiadas coisas e, por isso, não conseguir fazer nada realmente bem. Para os que assim pensam, é importante estabelecer uma hierarquia de prioridades em relação às funções sociais do Estado. A importância que cada um de nós dá à saúde constitui uma boa pista. Parece razoável pedir ao Estado para se ocupar, antes de outras funções sociais, daquilo que os indivíduos mais desejam para si mesmos.
De um ponto de vista mais geral, as razões para o investimento estatal na saúde são múltiplas. Em primeiro lugar, uma população saudável é mais produtiva. Por isso a saúde preventiva e uma rede de cuidados de saúde básicos são apostas importantes para o Estado do ponto de vista do incremento da prosperidade económica.
Em segundo lugar, a saúde é também essencial para a realização da igualdade de oportunidades à qual estão cometidos os Estados democráticos modernos. Se só os mais ricos puderem aceder a bons cuidados de saúde, os mais pobres terão ainda menos oportunidades na vida do que aquelas que já têm pelo simples facto de terem nascido pobres.
Em terceiro lugar, pode-se argumentar que, numa perspectiva utilitarista, a saúde é o primeiro aspecto a considerar na promoção do bem-estar social. Uma sociedade saudável promove melhor os interesses dos indivíduos que nela participam e gera maior felicidade colectiva.
Em quarto lugar, podemos argumentar que, numa visão cristã e kantiana, todo e qualquer ser humano tem uma dignidade específica e deve ser tratado como um fim em si mesmo e nunca como um meio. Isso implica que a todos assiste o direito igual a cuidados de saúde em função da necessidade definida por critérios médicos e não em função do nível sócio-económico, da raça, do sexo, ou de qualquer outro critério. Neste aspecto, cada Estado tem responsabilidades especiais em relação aos seus cidadãos.
João Cardoso Rosas, DE 28.12.06
(...) Muitos consideram que a crise actual do Estado social advém do facto de ele querer fazer demasiadas coisas e, por isso, não conseguir fazer nada realmente bem. Para os que assim pensam, é importante estabelecer uma hierarquia de prioridades em relação às funções sociais do Estado. A importância que cada um de nós dá à saúde constitui uma boa pista. Parece razoável pedir ao Estado para se ocupar, antes de outras funções sociais, daquilo que os indivíduos mais desejam para si mesmos.
De um ponto de vista mais geral, as razões para o investimento estatal na saúde são múltiplas. Em primeiro lugar, uma população saudável é mais produtiva. Por isso a saúde preventiva e uma rede de cuidados de saúde básicos são apostas importantes para o Estado do ponto de vista do incremento da prosperidade económica.
Em segundo lugar, a saúde é também essencial para a realização da igualdade de oportunidades à qual estão cometidos os Estados democráticos modernos. Se só os mais ricos puderem aceder a bons cuidados de saúde, os mais pobres terão ainda menos oportunidades na vida do que aquelas que já têm pelo simples facto de terem nascido pobres.
Em terceiro lugar, pode-se argumentar que, numa perspectiva utilitarista, a saúde é o primeiro aspecto a considerar na promoção do bem-estar social. Uma sociedade saudável promove melhor os interesses dos indivíduos que nela participam e gera maior felicidade colectiva.
Em quarto lugar, podemos argumentar que, numa visão cristã e kantiana, todo e qualquer ser humano tem uma dignidade específica e deve ser tratado como um fim em si mesmo e nunca como um meio. Isso implica que a todos assiste o direito igual a cuidados de saúde em função da necessidade definida por critérios médicos e não em função do nível sócio-económico, da raça, do sexo, ou de qualquer outro critério. Neste aspecto, cada Estado tem responsabilidades especiais em relação aos seus cidadãos.
João Cardoso Rosas, DE 28.12.06
3 Comments:
Que melhor apreciação poderia ser feita para defender um SNS com os princípios e os objectivos definidos na CRP?
"Um SNS que é um pilar fundamental, uma trave mestra do estado social em que nos habituamos a viver e em que pretendemos continuar a viver", como o classificou o Dr.João Semedo e que espero que o nosso Estado assim o continue a considerar.
J.F:
(desculpas ao Xavier por esta intromissão) - quero lembrar-lhe que a nossa CRP é (lamentavelmente, mas também necessáriamente), meramente programática.
Cumprimentos.
Bom ano de 2007.
O problema é que o que se vê todos os dias é a colocação de mais um pedra na "engrenagem" do Estado Social. E já nem o "socialismo" se mostra defensor do Estado Social que outrora foi sua bandeira (não em regime de exclusividade, é certo!)
Enviar um comentário
<< Home