sábado, dezembro 30

Sistema de controlo de assiduidade


Abriu crise no período experimental
Não estaria certamente nos planos de CC terminar o ano de 2006 com uma unidade hospitalar em guerra aberta com o MS link link
Principais Itens da crise:

a)- Conflito CA/direcção de serviços do ULSM- Em contestação da decisão do Conselho de Administração de instalar um sistema de controlo electrónico de assiduidade, dezanove dos vinte e cinco directores de serviço do Hospital Pedro Hispano, apresentaram demissão.

b) - A sina de CC - mais uma vez, quando parecia reunir condições favoráveis do seu lado - esta medida (de aplicação generalizada) foi decidida na sequência de uma recente recomendação da Inspecção-Geral de Saúde (IGS), após ter concluído que apenas dois hospitais do SNS tinham sistemas electrónicos de controlo de assiduidade a funcionar- algo fez com que as coisas corressem mal no terreno.

c)- Perigo de Propagação- O movimento de demissões, provocado pelos sistemas electrónicos de controlo de assiduidade, poderá extender-se a outras unidades do SNS.

d) - O bastonário da OM - O dr. Pedro Nunes, brindou-nos com mais uma das suas brilhantes intervenções, afirmando, a propósito, que esta medida é "populista e mediática", lamentando que os hospitais sejam "obrigados a comprar relógios quando muitas vezes não têm verba para medicamentos".

e)- CC, como se sairá desta? - Com firmeza? Às arrecuas? Vamos ter a senhora subsecretária de estado a moderar a crise? Vamos ter mais medidas congeladas?

f)- Monitorização da crise- Será importante acompanhar a evolução dos acontecimentos para percebermos se, se trata de uma contestação determinada por circunstâncias específicas locais (as coisas não terem sido devidamente conduzidas pelo CA, por exemplo) ou se este conflito se insere numa estratégia mais ampla de contestação da classe médica à politica de Saúde de CC.

g)- Finalmente - Geralmente estas crises ocorrem quando se tentam implementar medidas avulsas, desinseridas de um contexto renovador de gestão dos recursos humanos. Após esta curta experiência (um mês), é de tirar o chapéu ao sistema electrónico de controlo de assiduidade pela performance (rigor/fiabilidade) demonstrada.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Esperemos que CC não reaja às arrecuas. Quanto à "brilhante" intervenção do Bastonário, só pode ter custos para a própria classe médica.

11:31 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Só por falta de argumentos se pode aceitar o que é inaceitável dizer-se (sobre o que disse o Bastonário da OM).

12:37 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Tenho acompanhado este processo com todo o interesse. E conheço bem as potencialidades do novo sistema. Sempre fui contra as entradas e saídas "contra-o-relógio". E sobretudo sempre fui contra os que não têm hora para entrar mas não perdem um minuto à saída.
No caso concreto dos hospitais, já me pronunciei favoravelmente à instalação de um sistema capaz de se constituir mais do que numa obrigação de "picar o ponto" um auxiliar da Gestão. Na verdade a diversidade de serviços, de horários e de categorias profissionais nos hospitais é tal que dificilmente se compadece com o anacrónico sitema de folhas de ponto.
E não só o sistema é obsoleto como exige muitas e muitas horas de trabalho na realização de registos, com elevada probablidade de erro. E atrasos nos pagamentos, por exemplo, de horas extraordinárias.
Mas porque não querem os médicos um sistema de registo "fiável" (fiável digo-o de propósito!)? É que os mesmos médicos não se têm recusado, como sabemos, a assinar folhas de ponto que geralmente se encontram sobre a secretária do director de serviços. Qual a diferença, então para o sistema de que agora se fala? Um explicação aceitável é pensarmos que o novo sistema não permite "a mentira". E meus caros, é de mentira que realmente se trata. Mentira só de alguns, é certo. Mas mentira, ainda assim. Na verdade as folhas de presença são assinadas quando dá jeito ou convém e muitas vezes "a esmo" em determinado dia. Repito, nem todos assim procedem, mas são os menos cumpridores os que mais assim procedem. E os senhores Directores de Serviço, porque geralmente também têm (ou já tiveram) telhados de vidro, não tem sequer força moral para exigir mudanças de comportamento.
Admitamos que, as conhecidas folhas de ponto passavam a ser recolhidas, diariamente, findo o período de flexibilidade admitido na entrada ao serviço e que eram recolhidas no final de cada período de trabalho. Estou convencido de que em tais circunstâncias teríamos idênticos protestos (corporativos) dos médicos.
Sabe-se que há médicos (dirigentes e não só) que concordam com o registo de presenças (eu prefiro chamar-lhe sistema de gestão de tempos de trabalho)mas que perante o "grupo" não assumem essa posição.
Discordo da inapropriada adopção de um sistema rígido de entradas e saídas mesmo que, como no Pedro Hispano, haja um período flexível. A actividade médica e as outras de assitência e tratamento de doentes não se compadecem com sistema de relógio de ponto. Mas não vejo razões para ser rejeitado um sistema de registo de tempos de trabalho onde, assegurado o normal funcionamento dos serviços, o horário obrigatório de atendimento público e o trabalho em equipa, cada um possa gerir a carga horária a que está vinculado de forma auto-responsabilizadora. E os abusos ficarão registados e darão lugar a adequado tratamento sancionatório.
Porque discordarão os médicos de um modelo onde todo o tempo de trabalho fica registado a par da actividade desenvolvida (nº de consultas, cirurgias, horas de formação, etc.), nomeadamente as horas que sabemos realizam muitas vezes para além do seu horário normal por imperativo de assitência inadiável aos doentes?

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Excelente comentário que o Tonitosa aqui nos apresenta.
Concordando com a generalidade do aqui afirma, mas queria realçar:

"assegurado o normal funcionamento dos serviços, o horário obrigatório de atendimento público e o trabalho em equipa, cada um possa gerir a carga horária a que está vinculado de forma auto-responsabilizadora"

Adapte-se o sistema de controlo à Instituição, ao Departamento, ao Serviço e porque não ao "indivíduo", por forma a que a organização interna seja melhor rentabilizada, salvaguardando os interesses dos doentes e dos outros funcionários da instituição. Deste modo se auto-responsabiliza o médico por cumprir com o que acordou com a sua "chefia".
Parece-me estar entre a falta de vontade de adaptação do sistema (por parte das administrações) e a "perrice de princípios" (por parte do sector médico)o cerne de tanta polémica e de tanta agitação.

10:23 da tarde  

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