segunda-feira, janeiro 1

Controlo de Assiduidade (2)

Tenho acompanhado este processo com todo o interesse. link
E conheço bem as potencialidades do novo sistema. Sempre fui contra as entradas e saídas "contra-o-relógio". E sobretudo sempre fui contra os que não têm hora para entrar mas não perdem um minuto à saída.
No caso concreto dos hospitais, já me pronunciei favoravelmente à instalação de um sistema capaz de constituir, mais do que uma obrigação de "picar o ponto", um auxiliar da Gestão. Na verdade a diversidade de serviços, de horários e de categorias profissionais nos hospitais é tal que dificilmente se compadece com o anacrónico sitema de folhas de ponto.
E não só o sistema é obsoleto como exige muitas e muitas horas de trabalho na realização de registos, com elevada probablidade de erro. E atrasos nos pagamentos, por exemplo, de horas extraordinárias.
Mas porque não querem os médicos um sistema de registo "fiável" (fiável digo-o de propósito!) ?
É que os mesmos médicos não se têm recusado, como sabemos, a assinar folhas de ponto que geralmente se encontram sobre a secretária do director de serviços. Qual a diferença, então para o sistema de que agora se fala? Uma explicação aceitável é pensarmos que o novo sistema não permite "a mentira". E meus caros, é de mentira que realmente se trata. Mentira só de alguns, é certo. Mas mentira, ainda assim. Na verdade as folhas de presença são assinadas quando dá jeito ou convém e muitas vezes "a esmo" em determinado dia. Repito, nem todos assim procedem, mas são os menos cumpridores os que mais assim procedem. E os senhores Directores de Serviço, porque geralmente também têm (ou já tiveram) telhados de vidro, não têm sequer força moral para exigir mudanças de comportamento.
Admitamos que, as conhecidas folhas de ponto passavam a ser recolhidas, diariamente, findo o período de flexibilidade admitido na entrada ao serviço e que eram recolhidas no final de cada período de trabalho. Estou convencido de que em tais circunstâncias teríamos idênticos protestos (corporativos) dos médicos.
Sabe-se que há médicos (dirigentes e não só) que concordam com o registo de presenças (eu prefiro chamar-lhe sistema de gestão de tempos de trabalho)mas que perante o "grupo" não assumem essa posição.
Discordo da inapropriada adopção de um sistema rígido de entradas e saídas mesmo que, como no Pedro Hispano, haja um período flexível. A actividade médica e as outras de assistência e tratamento de doentes não se compadecem com sistema de relógio de ponto. Mas não vejo razões para ser rejeitado um sistema de registo de tempos de trabalho onde, assegurado o normal funcionamento dos serviços, o horário obrigatório de atendimento público e o trabalho em equipa, cada um possa gerir a carga horária a que está vinculado de forma auto-responsabilizadora. E os abusos ficarão registados e darão lugar a adequado tratamento sancionatório.
Porque discordarão os médicos de um modelo onde todo o tempo de trabalho fica registado a par da actividade desenvolvida (nº de consultas, cirurgias, horas de formação, etc.), nomeadamente as horas que sabemos realizam muitas vezes para além do seu horário normal por imperativo de assistência inadiável aos doentes?
Tonitosa

Etiquetas:

11 Comments:

Blogger xavier said...

Excelente.
Gostava de ter escrito este texto.

10:10 da tarde  
Blogger saudepe said...

Li com atenção o longo comentário do Cardeal.
A argumentação é já conhecida: não mexam nos nossos interesses que isso é provocação.

Então a entidade empregadora (Estado) não tem o direito de estabelecer as regras como deve ser efectuada a prestação ?

Á especificidade do trabalho médico, o trabalho em equipa, não são compatíveis com regras pré-estabelecidas sobre o cumprimento dos horários de prestação?

Então o poder do director de serviço, a sua capacidade de liderança, advém-lhe da faculdade de dispensar, a seu bel prazer, (dar baldas) os elementos das suas equipas (certamente os elementos mais chegados, em detrimento dos restantes) ?

Com principios destes, não é de estranhar que a organização e a produtividade dos serviços ande pelas ruas da amargura.

É ver o que se passa na vizinha Espanha. Se o trabalho das equipas médicas hospitalares é ou não compatível com o cumprimento de horários estabelecidos e controlados electrónicamente pelas administrações.

É por estas e por outras que as Parcerias da Saúde fazem muito jeito.

Vamos ver se no novo Centro Hospitalar de Cascais PPP e no Hospital Universitário de Braga PPP, as equipas médicas não terão de picar cartões.
Vamos ver se o pessoal médico falará então, a propósito, de provocações.

1:56 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Mais alguns esclarecimentos a propósito do comentário do cardeal patriarca...
De um modo geral o comentário coloca questões pertinentes e que me merecem algumas considerações.
1 - Em primeiro lugar direi que quando dois médicos, para a mesma coisa levam tempos tão diferentes como "o dobro", um deles de certeza está errado. Ou não está no lugar certo! E se o "seu" erro for frequente, deve ser devidamente sancionado.
Coisa bem diferente é um médico, pela sua experiência, técnica e saber ser "mais rápido" e menos hesitante no diagnóstico e/ou intervenção do que um seu colega.
2 - Os directores de Serviços, segundo os princípios que eu defendo, não têm que ter os seus poderes reduzidos com o novo sistema (e muito menos do que ter poder...é ter capacidade de liderança). Na verdade o novo sistema deve permitir ao director de serviços intervenção justificativa, mediante adequada chave de acesso(sem esquecermos que não será só nas áreas médicas), sempre que um seu colaborador esteja ausente em serviço, sempre que entenda poder dispensá-lo (premiando o seu esforço), ou sempre que julgue dever aceitar qualquer ausência imprevista e que não deva ser "compensada em tempo". À semelhança do que hoje deveria acontecer com as "folhas de ponto". Só que o novo modelo é mais exigente. Não pode "a presença" no serviço ser "assinada" (picar o ponto?) passados X dias como se nada de anormal tivesse acontecido. Ou não é verdade que as folhas de ponto não são assinadas frequentemente de forma regular e nelas é indicada "a hora certa" como convém?
Não me parece que a capacidade "de cedência" de um dia ou outro (mas apenas a título de prémio se outro tipo de compensação não for possível) seja posta em causa (ou tenha que o ser) pelo novo modelo.
Mas se a opção for defacto por um sistema ou modelo de gestão de tempos, as faltas puras e simples serão geridas facilmente e compensadas no até ao final do(s) períodos de aferição.
3 - Um sistema de gestão de tempos, tal como o entendo, permitirá saber "quem fez o quê, onde e durante quanto tempo (CE, SU, BO, etc.). Não bastará pos "picar o ponto" e passar o dia ou a amnhã no bar ou noutro qualquer local.
E não permitirá um tal sistema a tão apregoada desresponsabilização.
4 - Mas, aproveito para acrescentar uma outra ideia: um sitema de gestão de tempos permitirá que tempos de trabalho para além das carga semanal possam ser transportados para dias adicionais de férias (as férias frias, por exemplo). Se um cirurgião se defrontar com uma intervenção cirúrgica que obrigue a prolongar o dia de trabalho, esse tempo deve ser valorizado como "trabalho extrordinário" (com adequado coeficiente) e contabilizado para ser pago ou compensado em férias ou ausências. E isto não impede a adopção de prémios de produtividade, antes pode ser um instrumento de "gestão" para a sua atribuição.
5 - E não se diga que o novo modelo permite ou legitima o "dolce-far-niente" mais do que o faz o actual sistema de assinatura de folha de presenças geralmente adoptado.
6 - O grande problema da classe médica só pode ser o de um grupo profissional (a par de outros) que por tradição sempre foi muito autónomo, se ver agora confrontado com um sistema que possa dificultar a sua actividade particular.
Também aqui, porém, entendo que o novo modelo, se baseado na auto-gestão do horário de trabalho, com as condicionantes que anteriormente apontei, tenderá a criar mais facilidades do que dificuldades à maioria dos médicos cumpridores (reafirmo que acho que a maioria dos médicos (e não só) são cumpridores. Mas há também aqueles que, pelo seu estatuto, se acham já "fora do dever de apresentar trabalho" e os que são pura e simplesmente "baldas".

4:27 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Há anos que trabalho mais do que determina o meu contrato de trabalho - entro sempre à mesma hora, nunca saio a horas certas. Por isso o controlo de assiduidade permitirá o reconhecimento objectivo do meu esforço e dedicação.
Por outro lado, de facto, como todos sabem, há Colegas que abusam...

Porque quase ninguém diz isto??

10:11 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:00 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Eu sei do que falo. Será que o colega Alerta está a falar dos mesmos conceitos que eu? Defacto os sitemas de informação são (ou podem ser) muito mais ricos do que às vezes pensamos!
Quanto ao colega M.S.Peliteiro, faço minhas as sua palavras, se me é permitido; apenas com uma diferença, sempre utilizei alguma flexibilidade nas minhs entradas, tempo largamente compensado por nunca ter tido horas de saída (sempre muito para além do dito horário de trabalho) e muitas vezes sem "direito" a dias de descanso semanal (o que sempre fiz com gosto).

12:07 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Fosse isto, o que "Tonitosa" aqui nos transmite, o que CC, CP, a ARS do Norte ou o CA da ULS de Matosinhos tinham por obrigação de pedagocicamente transmitir aos médicos da ULS que por certo uma grande maioria compreenderia.
Exceptuam-se os Arrozes ou os Nunes que esses jamais o compreenderão por razões obvias.

12:55 da manhã  
Blogger voualiejavolto said...

Ao longo dos anos nunca entrei à hora exacta, salvo nos dias de banco em que sempre fui o primeiro a chegar. A longo dos anos nunca saí à hora marcada. Saí sempre quando o meu trabalho estava acabado, independentemente da hora a que fosse. Centenas de vezes fiquei para além do horário que estava estipulado por diversos motivos, desde a consulta que continuava com doentes por atender até doentes descompensados que de maneira nenhuma poderia abandonar sem que tivesse a situação estabilizada ou entregue o doente em local mais adequado, independentemente de haver colegas de urgência interna, a quem seria fácil "passar a bola". Nunca contabilizei essas horas, em primeiro lugar porque nunca me passou pela cabeça, nessas alturas o tempo passa a correr, não nos apercebemos da noite que já chegou, ignoramos o jantar que já deve estar na mesa, desprezamos compromissos previamente assumidos, estou a cumprir a minha obrigação e tenho prazer no meu trabalho. Por outro lado esse tempo despendido acaba por ficar pago com os pequenos atrasos à chegada, ao dia que se pediu ao chefe para tratar de assuntos particulares. O mesmo também serviu de justificação para não gozar as folgas a que se tem direito e usar dias de férias em acções de formação, só para evitar a chatice burocrática que é pedir autorização para uma licença gratuita de serviço. Sempre trabalhei assim, os doentes me agradeceram, os meus superiores reconhecem o bom trabalho. Nunca deixei um trabalho a meio e a minha consciência está tranquila.
Sinto-me agora um pouco perdido perante a nova situação que se avizinha com o controle electronico da assiduidade. Não me custará chegar exactamente à hora aprazada. Já o mesmo não sei quanto à hora marcada para sair. O que é que direi aos doentes que ainda esperam ser consultados, que afinal já não pode ser, que tenho que ir embora. Provavelmente dir-me-ão que se me despachasse mais depressa ainda os poderia ver. E eu concordo. Até porque se cumprisse os 15 minutos que estão estipulados para cada consulta não haveria qualquer problema. Mas como explicar que 15 minutos é mais ou menos o tempo que um idoso com limitações físicas leva a despir o casaco, o pullover, a camisa, a camisola interior, se for um homem (já nem falo numa idosa), só para o auscultar e eventualmente fazer-lhe um exame abdominal. Isto é o mínimo que se faz numa consulta de Medicina Interna. Já não falo em despir o resto da indumentária, essenciais para que o exame fique mais completo, embora não exaustivo, que isso só nas primeiras consultas. E o que deveria ser quinze minutos rapidamente se transformam em 30-40 minutos (isto sem contar o tempo gasto na explicação da maneira de tomar a medicação receitada e da indicação dos locais onde poderá fazer os exame que se julguem necessários). Esta situação é só um exemplo de muitas outras. Uma consulta com 8 doentes que está agendada para durar 3 horas poderá prolongar-se por 4 ou 5 (e não conto com as inevitáveis autorizações, que nenhum médico poderá negar).
Ontem deparei-me concretamente com esse tipo de situação. Ano novo,vida nova. Assim foi no meu serviço. Cheguei à hora certa e dui fazendo o que tinha a fazer. Almocei às 14 horas e meia hora depois lá estava eu na minha faina. Continuei no Serviço até que às 20 horas fui receber o banco, onde estive até até hoje. E, como é hábito continuei o meu trabalho até vir embora por volta das 15 horas. O problema que se pôs foi como assinalar as horas no "obsoleto" livro de ponto? Entrei às 8 horas. Assinei o almoço às 13 horas (embora só fosse às 14, porque não pude ir antes). O início do período da tarde foi assinadado às 14, embora fosse às 14,30 h, porque é de lei que o intervalo para o almoço tem que ter no mínimo uma hora. Continuei a trabalhar até às 20 horas, mas só assinei até às 17, porque é isso que está programado, e não me é permitida jornada de trabalho superior a 9 horas. Fiz o banco nocturno e, como já disse, dei por encerrado o meu trabalho muito para além do que me é exigido pelo ministério (não por quem se encontra doente).
Enfim como é que vou regular a minha actividade no futuro? Quem agradecerá o cumprimento estricto do horário? Quem está doente não será certamente. O ministério sim porque como funcionário cumpri escrupulosamente o que é exigido, dando prova da eficácia dos meios electrónicos do controle de assiduidade. Os administradores exultaram poque finalmente os doutores vão entrar na linha.
Só coloco mais uma dúvida. Tudo isto servirá para aumento da qualidade e da produtividade?
Sinceamente espero que haja bom senso.

4:56 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Caro voualiejavolto,

Como é bom de ver profissionais cumpridores, como é o seu caso, nada têm a temer do controlo de assiduidade.

12:45 da manhã  
Blogger ricardo said...

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou hoje, 2 de Janeiro, em Matosinhos, que os directores de serviço do Hospital Pedro Hispano, que sexta-feira, 29 de Dezembro, anunciaram a intenção de se demitirem, em protesto contra o modelo de controlo de assiduidade, se vão manter nos cargos.

No final de uma reunião de cerca de duas horas com os médicos, para explicar os objectivos daquele sistema de controlo de assiduidade, o Ministro da Saúde disse desconhecer a existência de qualquer pedido formal de demissão.

"Constatou-se nesta reunião que existe uma grande margem de desconhecimento das implicações técnicas do sistema", afirmou Correia de Campos, atribuindo a esta alegada falta de informação a posição de protesto assumida sexta-feira por 19 dos 25 directores de serviço daquele hospital.


Segundo o ministro da Saúde, "havia a noção generalizada de que o sistema era tão rígido que cortava a meio o trabalho dos diferentes profissionais, mesmo que estivessem no bloco operatório ou numa consulta".


"Todas as dúvidas foram esclarecidas, de forma muito prática". "Há muitas outras dúvidas que podem vir a surgir nos próximos dois meses, mas serão, certamente, resolvidas através do diálogo entre a administração e cada um dos directores de serviço", disse Correia de Campos.


De acordo com o ministro, o sistema de controlo de assiduidade por impressão digital aplicado no Hospital Pedro Hispano tem como objectivo permitir "uma gestão mais aperfeiçoada e mais justa dos recursos humanos".

"Este sistema não degrada a qualidade dos cuidados médicos, bem pelo contrario, permitirá conhecer melhor e gerir melhor os recursos", frisou, referindo ter encontrado nos profissionais do hospital "um espírito de cooperação muito profundo, embora fossem muitos veementes nos seus desejos de que não os motivava o incumprimento, mas o respeito pelos doentes".

Os directores de serviço e o director clínico do Hospital Pedro Hispano escusaram-se a prestar declarações aos jornalistas, tendo solicitado ao ministro que transmitisse a ideia de que pretendem que todos os seus deveres e direitos sejam garantidos.

O sistema de controlo de assiduidade por impressão digital, que segundo o ministro será generalizado a todos os hospitais e centros de saúde do país "o mais depressa possível", vai permanecer em regime experimental no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, até ao final do mês de Fevereiro

1:09 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro cardeal patriarca
Ainda não consegui perceber o porquê de “grandes equipes que trabalham” serem prejudicadas com um simples acto de passar por um aparelho onde fica registada a hora de chegada de cada membro da equipa. Se são cumpridores do trabalho que lhes é pedido e por eles aceite, continuarão a sê-lo independentemente do modo em que a assiduidade é registada. As más equipas, no pressuposto de que não produzem o que lhes é pedido como às outras, por “não quererem” ou por não comparecerem, essas sim é que serão não prejudicadas, mas sim penalizadas por esse incumprimento.
É nesta destrinça que o Director de Serviço, consciente e cumpridor das suas funções, tem um papel relevante e com este sistema a sua acção muito mais “facilitada”.
Todos sabemos que é raro, porque “difícil” a um DS depois de comprovar o incumprimento, impedir a assinatura do ponto ou “riscar” a mesma se já tiver sido realizada…é o corporativismo, a “amizade” e o “colega” que imperam…
Mas como diz o Tonitosa deverá o DS ter a possibilidade de “mediante adequada chave de acesso, sempre que um seu colaborador esteja ausente em serviço, sempre que entenda poder dispensá-lo (premiando o seu esforço), ou sempre que julgue dever aceitar qualquer ausência imprevista e que não deva ser compensada em tempo", de poder anular o que o software do sistema interpreta como “anormal”.
E assim o DS continuará a ter um papel definidor de quando pretende que o elemento A ou B chegue ou saia do Serviço, de reconhecimento de que prolongou o seu tempo de trabalho com trabalho efectivo sem que para isso tenha que estar “sempre” presente para o comprovar ou para “vigiar” os crónicos incumpridores.
Mercantilização da saúde e linhas de produção são aquilo que gestores de entidades privadas exigem para a obtenção de lucros para os seus accionistas. Compete isso sim, a todos os profissionais do SNS impedir que tal aconteça.
Só um pequeno aparte: efectivamente os DS com um quadro de mais de 2 lugares de Chefe de Serviço, pelo actual dec.lei 73/90 têm direito a um acréscimo de 5% sobre o seu vencimento.

Caro voualiejavolto
Eu também me orgulho de me comportar como o diz fazer: de sair muitas vezes depois do minha hora de saída oficial.
Mas independentemente da tarefa que me está destinada chego sempre dentro do horário, seja ele SU, BO, CE ou Enfermaria. Porque hei-de ficar “mais tempo na cama ou ir às compras de manhã antes de chegar ao Serviço” se me posso deitar mais cedo e fazer as compras de tarde, como o faz qualquer outro funcionário público e não público?
O meu “patrão” não é o doente, como diz, mas a “Administração Pública” que recebe dos cidadãos o dinheiro que me vai pagar pelo meu trabalho.
É a ela que devo o meu vencimento.
Ao doente devo muitas coisas sim. Não é ele que me deve pelo trabalho que produzo.
Mas colega, porque diz sentir-se um pouco perdido com o controle electrónico da assiduidade, se como também diz, não lhe vai custar chegar à hora “aprazada”? Porque há-de mudar a sua ou a minha “benevolência” em prolongar o tempo de trabalho para ajudar um colega, não adiar uma consulta ou realizar mais uma cirurgia porque a anterior se prolongou no tempo?
Comigo continuará a existir o que alguns chamam de “carolice ou benevol~encia” mas não o faço nem nunca o fiz para “compensar” os minutos que por imperativos ou imprevistos me fizeram chegar uns minutos mais tarde.

12:31 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home