quinta-feira, fevereiro 1

Depois do aviso de Odemira




A Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências, apresentou hoje (01.02.07) a proposta final de reestruturação da rede de SU, ao ministro da Saúde, António Correia de Campos.
Depois de ter terminado o processo de discussão pública do relatório da Comissão Técnica (CT) (30 Novembro 2006), foi, entretanto, publicado o despacho n.º 727/2007 de 18.12.06, publicado no DR n.º 10 de 15.01.07, link que introduziu alterações à definição das características da rede de serviços de urgência e dos níveis de resposta, de acordo com as sugestões e observações feitas durante o referido processo de discussão pública .

Como se sabe, a CT propôs
link três níveis de serviços: a) urgências polivalentes (SUP)(13), urgências médico-cirúrgicas (SUMC)(29), c) urgências básicas (SUB)(41). A CT propôs ainda o encerramento dos seguintes SU: Régua, Macedo de Cavaleiros, Vila do Conde, Fafe, Santo Tirso, S. João da Madeira, Ovar, Espinho, Estarreja, Anadia, Cantanhede, Fundão, Curry Cabral e Montijo. A proposta final da CT, além dos encerramentos inicias, juntou-lhe mais a urgência do hospital de Peniche. A reestruturação da rede de urgências prevê também a reorganização do dispositivo de emergência médica.

Para João Semedo «não pode acontecer o que Correia de Campos pretende fazer com as urgências: fechar 14 urgências hospitalares (a prazo, fecharão os respectivos hospitais ou passarão a hospitais de retaguarda para cuidados continuados), desclassificar outras 16 e transformar 24 SAPs em SAPs mais, devido ao impacto que tudo isto vai ter sobre as urgências que continuarão abertas e que já hoje estão a rebentar pelas costuras, com tempos de espera que, na maior parte dos casos, nos envergonham. Trata-se de uma decisão irresponsável, tanto mais que é tomada num contexto em que o ministério tem vindo a encerrar muitos SAPs e pretende continuar a fechar mais, sabendo nós que para muitos portugueses os SAPs - apesar das suas limitações, são o único e último recurso de que dispõem quando a doença lhe bate à porta.»

6 Comments:

Blogger naoseiquenome usar said...

(Para João Semedo...)
Nada mais a acrescentar!

11:26 da tarde  
Blogger saudepe said...

En«m relação a este problema de reorganização das SU é de seguir as recomendações do OPSS a propósito da campanha anterior de encerrmento dos SAPs:

􀂃 O estudo para a sua implantação deverá ser rigoroso, incorporando os dados demográficos, de tempo de deslocação e de necessidades em saúde;

􀂃 Não deverão ser encerrados serviços sem que antes se tenham criado melhores alternativas para os cidadãos, mesmo que um pouco mais longe, mas ainda e sempre em proximidade e tecnicamente mais apetrechadas;

􀂃 Todo o processo deverá ser escrupulosamente transparente, criando-se um necessário espaço de pedagogia e de discussão sobre as propostas a implementar, nunca esquecendo autarcas, políticos e outras lideranças locais.

A não ser cumprido este quadro de condições corremos o risco de uma vez mais sermos confrontados com uma intervenção política assente em soundbytes, propiciadora do reaparecimento cíclico de contra-respostas de teor regionalista e
populista e, como balanço final, com a impossibilidade de se reverter, pela positiva,
a actual situação de proliferação dos SAP.

De soundbytes ministeriais, sinceramente, estamos fartos.

11:39 da tarde  
Blogger e-pá! said...

As considerações de João Semedo (que subscrevo - na integra) vieram mostrar a histeria que se gerou, por aqui, à volta do artigo publicado por JMS na época natalícia (que também subscrevo - parcialmente).

Ou, como a apelidada demagogia se transforma em bom senso.

Ou, ainda, como um "artigo de baixa política" se travestiu num parecer técnico fundamentado.

Ou, como uma posição baptisada de "redonda", fecha a quadratura do círculo.

Ou, como é necessário ouvir os médicos... e ler os avisos à navegação. De facto, por mais e melhores pareceres, por melhor ou pior organização, "eles" (os médicos), sempre, são os "work horses" que fazem funcionar as urgências.

12:11 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Comparar as intervenções do João Semedo ao choradinho bacoco do artigo do JMS resulta de um grave enviesamento, determinado pelo coeficiente coimbrão.

Caro épá, o amigo devia ter escolhido Corneto para identificação. Continuaria dentro dos produtos Olá mas de uma gama superior.
O caro amigo tem que superar esse seu eudeusamento pelo JMS. Não só porque domina a redacção bastante melhor e diz algumas coisas acertadas.
O que não foi o caso.

1:30 da tarde  
Blogger e-pá! said...

eu "tambemquero" ter opinião... própria!
Já afirmei aqui, neste blog, que não pertenço ao clã JMS. Aliás, no comentário acima está patente que nem tudo o JMS escreveu no badalado artigo merece a minha concordância (...é só ler com atenção).
Agora, chamar a esse artigo do JMS "choradinho bacoco " é, no meu entendimento, discutir de modo preconceituoso. JMS, que se saiba, não tem "lepra"...
Por outro lado, João Semedo como homem, político e médico, merece-me todo o respeito, mas são duas coisas distintas.

Para seu descanso não sou um "coimbrinha" (geneticamente não sou portador desse tal "coeficiente"), trabalho em Coimbra. O que podendo parecer igual, pode ser diferente.

2:47 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Na mesma semana, 2 anedotas emanadas do elenco governativo, só podem por o País a rir.

a 1ª. - as prestações do Min. da Economia na China;

a 2ª - as declarações do Min. Saúde, hoje, na RTP 1:
"a re-estruturação dos serviços de urgência, não é redução de despesas, vai ficar mais caro!..."

Regredimos ao Renascimento, tempos em que, p. exº., Rabelais caracterizava o riso como o melhor que há no ser humano.

Healths politics in new style...

8:44 da tarde  

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