domingo, fevereiro 11

Informática do IGIF


O desempenho das funções informáticas pelo Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde foram passadas a pente fino. Cármen Pignatelli ordenou um estudo exaustivo às competências do instituto e um ano depois obteve o resultado para os problemas detectados nesta área do instituto e que já eram do domínio público. A solução passa por um modelo misto que mantenha a estratégia e o poder executivo na dependência do Ministério da Saúde e coloque na mão dos privados a capacidade operacional. Uma solução óptima para um Estado que se debate com problemas financeiros incompatíveis com a aposta necessária no sistema informático da Saúde. Não é uma privatização, mas é um passo importante e lógico para resolver os problemas do passado.
Expresso, caderno de economia, altos/baixos, 09.02.07
Curioso este apontamento do expresso. A demonstrar, certamente, a excelência da assessoria do gabinete da secretária de estado adjunta da saúde, Carmen Pignatelli.
Partindo do principio que estamos perante um excelente estudo, o êxito da encomenda cabe a CP. Se tivesse redundado num fracasso, o responsável seria, penso eu, CC.
Acho excessivo tanto entusiasmo à volta deste trabalho da Price, pois o problema não está tanto em saber como funciona a informática do IGIF, mas sim como construir um Sistema de Informação da Saúde capaz. E quanto a propostas, nomeadamente o modelo misto de gestão, não vimos nada de original.
Gostámos especialmente do alerta subtil de que "não é uma privatização (tome nota, MB), mas é um passo importante e lógico para resolver os problemas do passado."
Comunicar é uma arte.

9 Comments:

Blogger Garaile said...

Na minha opiniao o desempenho do IGIF seria inevitavelmente melhor se as pessoas que lá trabalham conhecessem a realidade hospitalar de facto.

Receio que neste momento os doentes, os medicamentos, as prescrições, sejam tratadas como artigos de mercearia de qualquer grande grupo de distribuição.

1:47 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Volto a inserir o meu comentário de há alguns dias antes.

DEMASIADO MAU PARA SER VERDADE?!
Assim começa este meu comentário. Há uns bons meses (cerca de um ano?), no Saúde SA, debatemos parte desta matéria com particular enfoque no SONHO. E houve quem criticasse o IGIF (como eu) e quem saísse em sua defesa.
Vemos agora, por um entidade externa (e credível, em princípio, mesmo sem os bonecos no relatório) ser traçada a actual situação da mais importante entidade da Saúde no domínio dos STI. E uma conclusão geral é óbvia: SANTA IGNORÂNCIA!
Aos pontos (importantes) destacados pelo Xavier, acrescento e enfatizo mais alguns que “respiguei” de uma leitura breve do relatório da “Price”.
1. Começo por destacar o facto, a meu ver inaceitável, de ao inquérito promovido para base deste estudo apenas terem sido obtidas 66,9% de respostas. E se o número de repostas pode significar o desinteresse com que os Organismos avaliam estas matérias, não deixa de ser ainda mais condenável que das ARS’s e SRS’s, que deviam dar o exemplo, tenho respondido, apenas, 60,8%.
2. E como explicar que a DGS, o Alto-comissário para a Saúde e a DIGIES nem sequer tenham respondido?

Da avaliação feita destacam-se afirmações como as seguintes:
1. Baixíssimo no domínio das competências técnicas;
2. 95% dos técnicos têm conhecimento nulo ou mínimo das soluções tecnológicas do mercado para o sector
3. 99% dos técnicos e a TOTALIDADE DOS DIRIGENTES não conhece ou não tem conhecimento mínimo das normas e padrões internacionais ligados aos STI e à Saúde;
4. Quanto a qualificações e formação técnica, predomina a qualificação básica e apenas 5% dos RH têm formação especializada;
5. O conhecimento das tecnologias mais modernas é praticamente inexistente. Mesmo sobres as tecnologias mais desactualizadas o conhecimento é superficial;
6. 66% dos dirigentes não tem competências no domínio dos fundamentos tecnológicos, tendo os dirigentes de Lisboa competência mínima. E 60% dos técnicos COMPETÊNCIA NULA.

Digamos pois que, a situação não é má. É péssima. E acompanhando o Vivóporto, “que assim era já todos o tínhamos percebido”.

Mais alguns destaques:
1. A avaliação das necessidades é informal e ad-hoc;
O IGIF não avalia formal ou informalmente os benefícios efectivos de um projecto. O Objectivo dos projectos é percebido como entrega de produtos e serviços tecnológicos;
2. Na prática o IGIF não conhece quanto custa cada uma das suas actividades, produtos ou serviços. Não consegue comparar custos de componentes tecnológicas similares nem avaliar a viabilidade de substituição de um sistema ou equipamento.

NOTA: recordando o que em tempos escrevi sobre o ALERT, eu pergunto: NÃO CONSEGUE OU NÃO CONVÉM?

E não nos deve passar despercebida a seguinte conclusão do relatório:
1. A EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E DE GESTÃO NÃO É PLANEADA. QUANDO OCORRE É TIPICAMENTE FOCADA NA GESTÃO DE TOPO E NO AUMENTO DO NÚMERO DE CARGOS DE GESTÃO;
2. Existe sobreposição de uma estrutura formal e outra informal e a NOMEAÇÂO DE GESTORES DE TOPO PARA CARGOS INEXISTENTES.

Vale ainda a pena focar atenção nas “conclusões” sobre a Carteira de Aplicações e a Carteira de Projectos.
É de “bradar aos céus!
E a terminar, não deixa de ser surpreendente a seguinte afirmação:
O NÚMERO DE EFECTIVOS ESTÁ SUBDIMENSIONADO.

E tem andado o senhor Ministro da Saúde a convencer-nos (e aos portugueses em geral) que há trabalhadores a mais na Saúde!...

Este relatório é na verdade um atestado de incompetência (violento) para os trabalhadores do IGIF que, eventualmente, são os que menos responsabilidades têm no que se verifica no Organismo a que pertencem

2:24 da tarde  
Blogger cotovia said...

O que também devia ter sido dito é que a centralização da base de dados da Saúde está atrasada.

Segundo o programa anunciado do MS a Base de Dados da Saúde devia estar concluída até Dezembro 2006. Já estamos em Fevereiro de 2007...

Este atraso deverá implicar, por sua vez, o atraso do cartão do cidadão,uma das maravilhas prometidas por José Sócrates.

2:33 da tarde  
Blogger ochoa said...

Faço votos que este estudo sirva para alguma coisa.

A decisão de extinção do IGIF é prévia a qualquer conclusão do estudo da Price.

A decisão de criar uma plataforma de molde a centralizar toda a informação da Saúde, idem.

Actualmente o serviço de Informática do IGIF só tem competências de supervisão e fiscalização de contratos, estando a parte técnica operacional entregue a empresas externas.

As grandes recomendações do estudo estão quase todas implementadas...

Seja como for, o que nós precisamos é de um Sistema de Informação da Saúde a funcionar como deve ser, dando acesso a informação actualizada, fiável, apresentada de uma forma comprensível ao comun dos mortais.

2:58 da tarde  
Blogger e-pá! said...

No dia 5 de Fevereiro deste ano, o ministro CC esteve em Coimbra para inaugurar 2 USF's.
Para além dos encómios e mais encómios com que caracterizou a circunstância, considerando ser "uma reforma essencial"..., "uma reforma que toca em tudo"... "na necessidade de articulação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares", etc.

O que se verifica por detrás desta "cortina de fumo"?

1º.) o programa informático da base de dados da USF (no CS da Norton de Matos) é incompatível com o da base de dados do restante centro de saúde;

2º.) não há qualquer referência às compatiblidades entre a USF e os HH de referência ( mas é intuitivo supor...)

Assim,

a) Os médicos da USF e os do CS, não conseguem ter acesso mútuo aos processos dos doentes, quer em casos urgentes ou de rotina;

b) passará a existir dois tipos de doentes:
b.1 - uns com o apoio informático para as suas consultas (em circuito fechado);
b.2 - outros fora dos sistemas informáticos (de um lado ou do outro);

c) é de supor (não disponho de dados no concreto) que ambos (quer os doentes do CS, quer os da USF), não terão qualquer conexão com os HH's. Aqui há igualdade na penúria.

Um primor de gestão dos recursos informáticos.

A pergunta: estando a ser investigado o IGIF por detectadas insuficiências nesta área, como foi possível instalar um novo sistema informático, numa nova USF, à revelia de qualquer plano coordenador nacional e que garantisse um tráfego de informações clínicas, de gestão e de administração, compatíveis entre as diferentes unidades de saúde funcionais?

Porque não se optou - enquanto não se tomam as decisões que tardam sobre o sistema informático do MS - por uma mera expansão da base de dados já existente no CS?

Alguém me pode explicar o que é desperdício?

4:37 da tarde  
Blogger tonitosa said...

E foi o IGIF quem procedeu ao estudo, análise e decisão de aquisição do ALERT para um grande número de hospitais, com custos astronómicos!
Com tanta falta de competência que se pode esperar?

9:44 da tarde  
Blogger MBA said...

Tomei nota, sim senhor. É mais fácil comentar notícias de outros do que arranjar notícias...

12:23 da tarde  
Blogger xavier said...

MB
Um abraço.

10:06 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ao Pantera Negra
Parece que teremos aqui no Saude SA o "Eusébio" da Bolgosfera.
A forma como começa...vai nesse sentido!
Eu não sei nem quero saber quantos dirigentes há no IGIF.
Acredito no estudo da Price e foi dele que destaquei os aspectos que me pareceram mais importantes.
Mas sei por experiência própria que o IGIF é só desgraças!

1:31 da manhã  

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