quarta-feira, fevereiro 7

Será que ...?


Será que o Saudesa também é acedido a partir do Palácio de Belém?

Sim ou não, foi gratificante ouvir o PR falar da consistência, do enquadramento, da transparência – em resumo, da inserção na estratégia – que devem caracterizar as medidas na área da saúde, tanto na sua opção como na sua divulgação e implementação.
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Devem, designadamente, explicitar as razões por que são tomadas e os resultados que delas se esperam. E não podem esquecer a participação indispensável dos profissionais (não só dos médicos, evidentemente), se ambicionarem ter sucesso.

Ao que referiu o noticiário televisivo, CC estava entre os ouvintes. Terá sido para ele ou para os que o contestam?
AIDENÓS

12 Comments:

Blogger xxx said...

É sabido que um balão quando apertado numa extremidade, necessariamente incha no outro extremo. É sabido que uma política cega aos cidadãos e apenas orientada para análises de “deve e haver” acaba por falhar.
O que se passou hoje no Hospital de Faro é uma vergonha. Não é um acaso, é uma consequência.
O que se passou no fim-de-ano em Santa Maria é indesculpável. A decisão, seguida de recuo, nas urgências de Ovar e Estarreja é uma vergonha. A morte eventualmente devida a atraso na prestação de cuidados de saúde e o completo abafar da situação pelo Ministro (não arriscando um qualquer inquérito) e pela Assembleia da República e Comunicação Social completamente colaborantes e cúmplices da situação é inaceitável.
A escassez de equipamento e de consumíveis que fazem adiar consultas e intervenções por todo o país é uma ofensa aos cidadãos, nunca pensada antes.
As previsões para a tão anunciada “reforma dos cuidados primários” são negras. Qualquer dia seremos informados da inexistência de financiamento para tal reforma, de que tal financiamento nunca esteve previsto, nunca existiu e que alguns médicos de família e outros têm sido enganados pela governação (com g pequeno) nestes últimos tempos.
É um sinal de um subdesenvolvimento e de um terceiro mundo na saúde que pensávamos ter desaparecido após a criação do SNS em 1976.
É a evidência de um enorme grau de irresponsabilidade e de manifesta incompetência (nunca esperada de uma equipa com tamanhos adjectivos).
E pergunto: para quando a criação de uma comissão para a análise da sustentabilidade deste ministro e desta equipa ministerial? Quem tem a coragem de a nomear?
Já é tempo de, em Portugal, os cidadãos vítimas de uma constante ingovernabilidade na saúde desde há vários anos e de um completo alheamento do problema por parte dos Presidentes da República e dos Deputados abrirem os olhos e dizerem BASTA.

10:24 da tarde  
Blogger ricardo said...

IGS investiga morte de doente após viagens entre Peniche e Lisboa

A Inspecção-Geral da Saúde (IGS) pediu esta quarta-feira esclarecimentos sobre o caso de um doente que faleceu após ter sido obrigado a fazer várias viagens num dia, entre Peniche e Lisboa, por causa do agravamento do seu estado de saúde.

«Os seus familiares estão indignados, porque viajou centenas de quilómetros até ser submetido a uma nova cirurgia, que acabaria por ser fatal devido a uma embolia pulmonar», conta o matutino.

No dia 11 de Outubro do ano passado, «o doente foi enviado para o Hospital de Santa Maria e depois reencaminhado para o Hospital de Peniche, de onde seguiu de novo para a unidade de saúde de Lisboa, em que viria a falecer na madrugada do dia seguinte».

«Foram três viagens em dez horas. Antes, a 21 de Setembro, já tinha sido operado no Hospital de Santa Maria e tido alta médica 14 dias mais tarde. Os bombeiros transportaram-no de ambulância para Lisboa sempre pela A8», acrescenta.

Fonte do Ministério da Saúde disse à Lusa que a IGS já solicitou esclarecimentos aos dois hospitais.

O processo foi desencadeado após a publicação da notícia no jornal, uma vez que ainda não existia queixa da família.

DD

11:07 da tarde  
Blogger coscuvilheiro said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:36 da manhã  
Blogger coscuvilheiro said...

Qualquer coisinha que aconteça por esse país fora,está bem de ver, o culpado é o ministro.

Na evacuação do H. de Abrantes a decisão (correcta)de esperar por outro doente grave, o que atrasou a evacuação de um dos doentes.
A culpa foi do ministro.

O pico de afluência ao Hospital de Faro. As macas no corredor.
A culpa é do ministro.

O doente que andou às voltas entre Peniche e Lisboa, acabando por morrer.
A culpa é do ministro.

Choveu hoje em Lisboa.
A culpa é do ministro.

O Tonitosa não grama do MD por causa da contabilidade criativa do LFP.
A culpa é do ministro.

Ridículo !!! Meus senhores...

O que esta tropa quer é correr com o ministro. Continuar em roda livre. A prescrever à louca. Mandar, dominar o sistema.

E o presidente da República no lugar de puxar as orelhas a estes meninos, que andam claramente a boicotar esta geringonça, prefere tirar dividendos políticos, e passar-lhes a mão pelo pêlo.

Ficar sempre do lado dos mais fortes, fingindo preocupação pelos pobres tem provado ser uma fórmula eficaz para caçar votos.

Ministros há muitos.

E agora até já temos hospitais com coquepite.
E como isto é tudo para entregar à privada, quanto mais depressa melhor...
Com o Sócrates, entendo-me eu!

E eu que andava a pensar em deixar de fumar... E depois, adoro comida picante...

Portugal dos pequeninhos, tristes e bem comportadinhos... e sempre enganados.

12:46 da manhã  
Blogger naoseiquenome usar said...

:)
Boa Hosp.EPE!

Dizem que o ministro assistiu impávido e sereno.

Permita-me só que acrescente umas palavrinhas à sua última frase:
(ficaria assim:)
Portugal dos pequeninhos (em Coimbra a "coisa" é "Portugal dos PEquenitos", para os menos esclarecidos), tristes e bem (mal) comportadinhos... e sempre enganados (consigo próprios - extensível a dirigentes, profissionais da saúde em geral e doentes/utentes/pacientes *)!.

* não gosto do termo pacientes. Vem da expressão inglesa e significa os que esperam pacientemente a sua hora.

1:38 da manhã  
Blogger tambemquero said...

A intervenção de Cavaco Silva é mais conciliadora.

O sistema não funciona sem médicos, gestores, doentes e políticos.

Cuidados especiais na implementação, exortação à participação dos profissionais no processo em curso.

CS faz uma incursaozinha nas novas teorias do contrato social.
Será que num futuro próximo os fumadores, obesos, os consumidoresde shots vão deixar de ter direito ao acesso ao SNS tendencialmente gratuito?

1:43 da manhã  
Blogger e-pá! said...

A publicação no DR da resolução da AR nº. 4/2007 é uma importante questão política que CC não pode iludir por muito tempo.

A intervenção da AR no sentido de dirigir ao Governo um conjunto de recomendações, sobre a área da Saúde, tem um significado político que interessa retirar.

Independentemente do acordo, ou não, sobre a justeza ou adequação destas recomendações que podem conter medidas tecnicammente discutíveis (como p. exº. o "caso das unidoses"), elas, no seu conjunto, representam um sério aviso à política de saúde prosseguida pelo actual governo.
O facto destas recomendações partirem de um projecto de resolução do PS, representa que as mesmas se dirigem, em primeira instância, ao secretário-geral do partido e, por extensão, ao 1º. ministro.

A circunstância de a recomendação ter colhido a unanimidade dos partidos representados na AR, fere de morte as prioridades políticas de saúde, atabalhoadamente, anunciadas por CC no início deste ano.
A unanimidade, conseguida para esta resolução, representa, num quadro de interpretação política mais lata, um encapotado "voto de censura" ao rumo imprimido pela actual equipa dirigente do MS.

A partir desta publicação no DR o ministro deixou de ter condições objectivas para continuar.
Ou, as contesta, e entra em conflito com o orgão fiscalizador do governo, ou, as aceita, e perde toda a idoneidade para conduzir qualquer tipo de política de saúde - sejam as recomendadas pelo parlamento, ou, outras (p. exº. ...as suas!).

Não é ingénua, nem inocente, esta "intromissão" da AR na política de saúde do Governo. Ela partindo, como partiu, de um projecto do PS, terá tido (embora pareça contraditório) o beneplácito (a benção) de José Socrates. O que, no mínimo, representará uma visível e incontornável quebra de solidariedade para com a equipa de CC.
Portanto, a resolução traduz o "jogo" de forças políticas parlamentares (interiores e exteriores ao PS), manifestamente sob a pressão do Poder autárquico, onde as convergências são mais viáveis e consistentes.

Finalmente, a resolução da AR é o ruir da equipa ministerial de CC que fica imersa sob os escombros de constantes contradições, de medidas avulsas e, ainda, vítima da incompreensão popular ou, noutros casos, da incapacidade política de explicá-las.
Em resumo, um quadro de flagrante inépcia política.

Por outtro lado, o "timing" desta resolução não pode ser dissociado do recente anúncio, por CC, do plano de re-estruturação das urgências e das convulsões políticas que se adivinhavam, apesar das promessas de diálogo.

Porque, citando Samuel Beckett:
"É o Fim que confere significado às palavras".
No caso vertente, a resolução da AR.

2:10 da manhã  
Blogger Clara said...

A resolução no contexto em que foi aprovada tem um significado muito especial.
A iniciativa parte dos deputados do PS e colhe, naturalmente, o apoio dos deputados da oposição que não quiseram perder a oportunidade de participar no tiro no pé do PS.

E o que está em causa não é o ministro da saúde mas sim a lógica partidária, constituída por arrivistas locais que se esgadanham no período das eleições por angariar votos para o partido (fora o resto, como financiamentos) e que se vêm localmente desfeiteados pelas medidas do ministro da saúde.
É a maternidade que fecha. Seguiram-se os SAPs. Agora são as Urgências.
E, os lugares para os boys sempre a reduzir... Francamente, não há cu que aguente...
Manhosamente os deputados do PS trataram de armadilhar a referida recomendação, dentro da lógica: Ai é, já que não é para nós, não é para ninguém.
É isto o essencial da nossa democracia: o funcionamento dos nossos partidos. Porque o nosso problema fundamental não é a Saúde, mas sim o nosso atraso.
Somos atrasados, de fraca instrução e cultura, traiçoeiros e vingativos. Falta-nos muita coisa, mas, sobretudo, coragem e nobreza de carácter para ambicionarmos poder comparar-nos com os melhores

É no futebol e na política que se realiza o pior do que há em Portugal.

Penso que nesta altura do campeonato convergem várias forças interessadas em pôr CC fora de combate. As empresas privadas com recentes e pesados investimentos no sector querem que o processo de transferência da actividade prestadora de cuidados do Estado se faça o mais depressa possível. Para conseguirem uma posição hegenómica no sector e começarem rapidamente a ter retorno dos investimentos efectuados.
As corporações como forma de ganhar tempo relativamente ao processo de transferência de poder das profissões da saúde para os investidores privados.
Os caciques locais na esperança de manterem as chafaricas a funcionar gastando rios de dinheiro.

Por sua vez, o presidente da república, com o distanciamento necessário para não ser confundido na refrega, actuará subbtilmente para facilitar o "curso natural" da nossa economia: a privatização do nossso sistema de saúde. Para o que é essencial expulsar da cena, o sector público forte da saúde.

10:14 da manhã  
Blogger saudepe said...

O que Cavaco Silva mais quer é que haja a máxima conflitualidade social, para, aos olhos do povo, poder intervir, actuar com a sua moderação e, assim, "Salvar o país".

Já fomos salvos pelo António Oliveira Salazr.
Chegou a vez do Aníbal Cavaco Silva.
ACS, o Salvador!
Nesta perspectica, CC é para queimar no fogo redentor que há-se salvar Portugal.
Salvé !

12:09 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Atoardas:

"Acontece o que tem de acontecer; no momento em que tem de acontecer."

in Discurso Directo, de David Mourão-Ferreira, (1969)

5:38 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro atoardas:

"A consequência do ser para o possível é válida", no realismo filosófico.
Na saúde não sei...

6:35 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Desculpem a insistência mas não consigo passar ao largo...


PANIS ET CIRCENSIS – a estratégia romana de CC

Neste momento, o País assiste, estupefacto, às mais incríveis justificações e argumentações.
As situações que estão a ser vividas no Hospital de Faro e nos Centros de Saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo, são apresentadas como se fossem um imponderável. Veio um surto gripal e “entupiu” tudo. Mais nada!
Não se desactivaram SAP’s e não se deixou “desguarnecida” e exposta a retaguarda hospitalar, onde não se investiu. Isso é imaginação dos maledicentes.

O que se está a passar é, mais ou menos, no entender do ministro, uma anomalia na procura, por motivos imponderáveis. Mal tinha acabado de insinuar isto, vem o Director-Geral de Saúde dizer que a situação a decorrer é sobreponível aos anos anteriores. Francisco George, tranquiliza a população dizendo, inclusive que, como não se detectou mutações no vírus influenza, no plano da saúde pública, este surto, não constitui um risco acrescido. Só não se consegue perceber é como sendo a situação sobreponível com os anos anteriores, não tendo havido um crescimento demográfico, os problemas de acessibilidade, estão acrescidos. Alguma coisa mudou. CC e a sua equipa saberão o quê e como. Não vale a pena repetir.

A saúde é uma área que necessita de rigorosa planificação e gestão. Mas tem muitas particularidades e especificidades. Uma delas será a possibilidade de acontecerem situações anómalas. Que podem acarretar um alto custo, pois, trata-se, ao fim e ao cabo, de vidas. Devemos pensar a Saúde como uma área social, técnica, científica e administrativa, onde a possibilidade de ocorrerem condições ou situações anómalas é …uma rotina.

Finalmente, a “política imperial”... Imperial no sentido europeu, isto é, tendo como referência a glória, mas também, a ruína, do Império Romano. Falo da política “panis et circensis”. Para complementar o “circo” que já se instalou à porta dos hospitais e dos CS's, o ministro, anuncia que, nos Centros de Saúde postos em regime de “consulta prolongada” até às 22 ou às 24 horas, os utentes têm à sua disposição antipiréticos (…o “panis”)- suponho que gratuitamente.
Foi por este caminho que o Império caiu.
Não foi por causa da chuva...

8:11 da tarde  

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