terça-feira, março 6

Farmácias Hospitalares

DE - localização farmácia HSM


O Decreto-Lei n.º 235/2006 de 6 de Dezembro, prevê a concessão de farmácias nos hospitais do SNS a entidades privadas. link

Tudo indica que Santa Maria será o primeiro hospital do SNS a concessionar o novo serviço de Farmácia, estando a abertura do respectivo Concurso Público a aguardar despacho de autorização do Ministro da Saúde. link
Prevê-se que a farmácia do HSM comece a funcionar a partir de Outubro do corrente ano com um volume de negócios anual de 8 milhões de euros (a facturação média anual das farmácias portuguesas é de 1,2 milhões euros).

Entretanto, a ANF prepara uma estrutura de apoio aos associados que pretendam concorrer à concessão das Farmácias hospitalares.link
Depois de tanto alvoroço, apetece perguntar: Quem é amigo, quem é ?

20 Comments:

Blogger ricardo said...

Não há fome que não dê em fartura.
Diz o povo...

Os farmacêuticos do SaudeSa andam sempre a queixar-se que CC não abre farmácias.
Afinal...

Vai outro provérbio:
Quem não chora não mama.

1:32 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Salvo erro foi o Xavier que aqui escreveu que a luta ANF/CC era a reinar. Cortina de fumo para o que vai acontecer: o reforço do sector retalhista do medicamento e da ANF.

9:09 da manhã  
Blogger laginha said...

O negócio das farmácias em hospitais é uma originalidade portuguesa. Uma verdadeira aberração.

Até o OPSS, uma organização de esquerda reaccionária, alerta desde 2004 para o excesso de consumo de medicamentos em geral.

Abrir farmácias em hospitais é continuar a fomentar a dependência dos portugueses em medicamentos de eficácia duvidosa, aumentar a despesa nacional em produtos da 'doença' e adiar um sistema orientado para a saúde positiva, promoção de saúde, estilos de vida saudáveis, etc. Ou o plano nacional de saúde é apenas uma brincadeira de mau gosto?

Abrir farmácias em hospitais é fomentar a ideia de que os serviços e produtos do SNS são meros produtos de consumo. Portanto, por que se queixa CC quando a população quer um SAP em cada freguesia e se zanga quando ameaçam fechar-lho? abrir farmácias em hospitais é uma incoerência nas políticas de saúde de um país que assina (de cruz?) as declarações da OMS. Socorro! Está em alguém em casa?

Para além de tudo isto, é sintomático que a coisa seja notícia no diário económico. Trata-se de uma nova área de negócio não é? A Sonae até tem dinheiro que sobrou da OPA falhada.

E só podia ser no Sta Maria a primeira, não é?

9:55 da manhã  
Blogger ricardo said...

O comentário do Guidobaldo merece este outro provérbio popular:
Não há guerra de mais aparato do que muitas mãos no mesmo prato.

11:13 da manhã  
Blogger Peliteiro said...

«Os farmacêuticos do SaudeSa andam sempre a queixar-se que CC não abre farmácias.»

Eu não me queixo que CC não abre Farmácias, muito menos em Lisboa, que já as tem em número mais que suficiente.

Queixo-me sim de CC usar as Farmácias como arma populista de propaganda, de ter criado instabilidade no sector impedindo investimentos e melhorias através de uma política errática, hesitante, cobarde, lenta e mentirosa, sem estratégia nem rumo que se perceba.



A abertura das farmácias em hospitais foi anunciada em Maio de 2005, prometendo-se a sua implementação em 9 meses; afinal agora já são 18. Aposto que nem em 27 meses.

Incompetentes.

2:32 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Este episódio revela outro pormenor interessante:

Os gestores hospitalares têm a oportunidade de arrecadar uma receita importante e significativa pela abertura destas farmácias. Dizem por aí que farmácias são autênticas "minas de ouro".
No entanto alguns gestores hospitalares recusam o recurso a essa fonte adicional de verbas fáceis, porque falta regular a unidose, porque não concordam com isto e porque aquilo.

Quem manda aqui afinal?
Não precisam de financiamento?
Diferenças entre a gestão pública e privada!

2:40 da tarde  
Blogger ricardo said...

O que nós gostávamos é que o plano de requalificação das farmácias hospitalares. lançado tardiamente, tivesse sido levado até ao fim.

O que nós gostávamos é que a profissão de farmacêutico hospitalar fosse dignificada.

O que nós gostávamos é que o funcionamento destas farmácias fosse assegurado pelos farmacêuticos hospitalares, mais habilitados e entrosados com os procedimentos relativos ao acompanhamento/tratamento destes doentes.

O que nós gostávamos´era de ver uma política capaz de promover o desenvolvimento do SNS no lugar de assistir à sua venda às postas.

Só maisuma pequena nota:
As políticas não são cobardes.
Cobardes são aqueles que se encolhem e/ou se aproveitam da confusão em seu proveito.

3:41 da tarde  
Blogger ricardo said...

Quanto postei o meu último texto o comentário do Guidobaldo ainda não estava disponível.

Com todo o respeito pela sua extensa lista de notas, em nenhuma parte dos meus comentários eu referi tais coisas.

Às vezes acontece-nos.
Temos uma ideia, embalamos, e escrevemos o que nos parece bem.

3:51 da tarde  
Blogger ricardo said...

«Até o OPSS, uma organização de esquerda reaccionária».

Ultimamente têm aparecido por aqui umas aves raras que com toda a lata deste mundo, escrevem barbaridades destas.

3:56 da tarde  
Blogger laginha said...

O guidobaldo quer aquilo que nem nos EUA aconteceu.
E não acham que essa 'liberalização' vai implicar o descontrolo total da despesa com o medicamento?

E o descontrolo da prescrição? Ao Guidobaldo só falta dizer que até os enfermeiros (e os licenciados em farmácia) devem prescrever fármacos livremente.
Esta vossa sintonia é preocupante. É que os portugueses consomem 'remédios' como quem consome pasteis.

3:58 da tarde  
Blogger ricardo said...

Em relação ao último comentário do Guidobaldo vai mais um provérbio popular:
Não dá a bota com a perdigota

4:02 da tarde  
Blogger ricardo said...

Mais uma pérola para a galeria:
«Esta vossa sintonia é preocupante».

Tão preocupante que levou o Saudepe a desabafar recentemente:

É preciso "maningue" paciência ...

4:07 da tarde  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

Como diria Cuba Gooding Jr., se fosse farmacêutico...
- Show me the pharmacies! Show me the pharmacies!

PS1 - Obviamente que sei (com muita pena minha - quase tanta como a da conta bancária de José Mourinho perante o frango do Helton) que estas negociatas não são para o meu bico. Mas sempre dão para estimulantes debates blogosféricos :)))
PS2 - Tal como o Guidobaldo, converti-me aos ventos que sopram a partir da Av. Miguel Bombarda. A partir de agora serei a favor de tudo: abertura de farmácias em bombas de gasolina, estádios de futebol, quiosques e até no interior das farmácias cuja abertura agora se anuncia. Concordarei com a prescrição de medicamentos por parte de auxiliares de acção médica, arguidos do processo Apito Dourado e empregadas domésticas. Estarei na primeira fila a aplaudir o lançamento de campanhas que incluam benefícios para os consumidores tais como a oferta de tabeletes de 12 comprimidos de Sinvastatina como bónus pela aquisição de quatro embalagens de banha de porco e 2 kg de rojões.

4:23 da tarde  
Blogger NM said...

LOL, Grande Vladimiro!!

Sim, a partir de agora vai valer tudo menos tirar olhos.

Pelo andar da carruagem isto ainda vai bater mais fundo do que eu alguma vez pensei.

4:38 da tarde  
Blogger ricardo said...

Não inteiramente de acordo.
Mas esmagado pela veemência dos argumentos.

Vou arranjar um nickname que sugira o universo feminino...
Vou mandar umas burradas a propósito de qualquer coisa. Talvez, assim, obtenha a condescendência do Guidobaldo.

Arre... desta, safei-me por um triz.

5:20 da tarde  
Blogger Clara said...

Faz tempo que não se via por aqui uma discussão tão animada.

Desta vez, nem a pincelada apriorística faltou.

5:29 da tarde  
Blogger laginha said...

Não nos podemos render à liberalização irresponsável de um ministro sujeito aos interesses da Apifarma e derrotado pelas estratégias inteligentes da ANF.

Será tempo de se correr com CC? Parece a única esperança. O homem perdeu em todas as frentes importantes. Valha-nos que está a chegar a Primavera.

Obrigado guidobaldo pela explicação da sua posição em relação a este governo. Relativamente aos EUA, sim, é verdade que alguns estados praticam quase todos os principios que enunciou mas também é verdade que os instrumentos de 'accountability' e 'social reesponsibilty' nos EUA funcionam. Aqui não. Faço-me entender?
Um Abraço

6:12 da tarde  
Blogger laginha said...

O ricardo não classifica o OPSS como uma uma "organização de esquerda reaccionária?". É uma opinião.
Então, será uma organização isenta de carácter científico? Não me parece. Os relatórios são fraquinhos e os argumentos muito mal sustentados. São um mero conjunto de artigos de opinião polvilhado com uns dados quantitativos colados à pressa e sem grande profundidade analítica. As conclusões conseguem sempre um ou outro soundbyte na comunicação social que também acha piada e espera sempre que o ministro diga alguma coisa ainda mais engraçada em reacção ao relatório.

Apesar disso, o esforço merece o nosso respeito (mas não admiração pelas qualidade cientificas e técnicas evidenciadas). Pode ser que aquilo melhore nos próximos anos.

Vamos então esperar pelo próximo relatório da primavera e ver para decidirmos como posicionamos o OPSS (será de direita?). Se ainda cá estiver CC vai ser bonito de ver se o OPSS se posiciona para comentar uma, a sua, "espécie de verdade" (como o OPSS fez sempre com Luís Filipe Pereira) e ajuda a derrubar CC que nessa altura deve estar quase, quase.
Pelas circunstâncias do nosso SNS o OPSS nunca poderá produzir um relatório isento. Não é por mal. É da natureza do exercicio. A questão é em que quadrante se vai posicionar o OPSS em 2007. Por exemplo, em relação a esta questão das 'farmácias de oficina em hospitais' (pois é disso que estamos a falar e não de farmácias hospitalares).

6:30 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Quase aposto que há por aqui um engraçadinho a querer passar-se por Tia Burra.

11:22 da tarde  
Blogger laginha said...

Tia Burra e Loura...

5:06 da tarde  

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