Farmácias Hospitalares
DE - localização farmácia HSM
O Decreto-Lei n.º 235/2006 de 6 de Dezembro, prevê a concessão de farmácias nos hospitais do SNS a entidades privadas. link
Tudo indica que Santa Maria será o primeiro hospital do SNS a concessionar o novo serviço de Farmácia, estando a abertura do respectivo Concurso Público a aguardar despacho de autorização do Ministro da Saúde. link
Prevê-se que a farmácia do HSM comece a funcionar a partir de Outubro do corrente ano com um volume de negócios anual de 8 milhões de euros (a facturação média anual das farmácias portuguesas é de 1,2 milhões euros).
Prevê-se que a farmácia do HSM comece a funcionar a partir de Outubro do corrente ano com um volume de negócios anual de 8 milhões de euros (a facturação média anual das farmácias portuguesas é de 1,2 milhões euros).
Entretanto, a ANF prepara uma estrutura de apoio aos associados que pretendam concorrer à concessão das Farmácias hospitalares.link
Depois de tanto alvoroço, apetece perguntar: Quem é amigo, quem é ?
20 Comments:
Não há fome que não dê em fartura.
Diz o povo...
Os farmacêuticos do SaudeSa andam sempre a queixar-se que CC não abre farmácias.
Afinal...
Vai outro provérbio:
Quem não chora não mama.
Salvo erro foi o Xavier que aqui escreveu que a luta ANF/CC era a reinar. Cortina de fumo para o que vai acontecer: o reforço do sector retalhista do medicamento e da ANF.
O negócio das farmácias em hospitais é uma originalidade portuguesa. Uma verdadeira aberração.
Até o OPSS, uma organização de esquerda reaccionária, alerta desde 2004 para o excesso de consumo de medicamentos em geral.
Abrir farmácias em hospitais é continuar a fomentar a dependência dos portugueses em medicamentos de eficácia duvidosa, aumentar a despesa nacional em produtos da 'doença' e adiar um sistema orientado para a saúde positiva, promoção de saúde, estilos de vida saudáveis, etc. Ou o plano nacional de saúde é apenas uma brincadeira de mau gosto?
Abrir farmácias em hospitais é fomentar a ideia de que os serviços e produtos do SNS são meros produtos de consumo. Portanto, por que se queixa CC quando a população quer um SAP em cada freguesia e se zanga quando ameaçam fechar-lho? abrir farmácias em hospitais é uma incoerência nas políticas de saúde de um país que assina (de cruz?) as declarações da OMS. Socorro! Está em alguém em casa?
Para além de tudo isto, é sintomático que a coisa seja notícia no diário económico. Trata-se de uma nova área de negócio não é? A Sonae até tem dinheiro que sobrou da OPA falhada.
E só podia ser no Sta Maria a primeira, não é?
O comentário do Guidobaldo merece este outro provérbio popular:
Não há guerra de mais aparato do que muitas mãos no mesmo prato.
«Os farmacêuticos do SaudeSa andam sempre a queixar-se que CC não abre farmácias.»
Eu não me queixo que CC não abre Farmácias, muito menos em Lisboa, que já as tem em número mais que suficiente.
Queixo-me sim de CC usar as Farmácias como arma populista de propaganda, de ter criado instabilidade no sector impedindo investimentos e melhorias através de uma política errática, hesitante, cobarde, lenta e mentirosa, sem estratégia nem rumo que se perceba.
A abertura das farmácias em hospitais foi anunciada em Maio de 2005, prometendo-se a sua implementação em 9 meses; afinal agora já são 18. Aposto que nem em 27 meses.
Incompetentes.
Este episódio revela outro pormenor interessante:
Os gestores hospitalares têm a oportunidade de arrecadar uma receita importante e significativa pela abertura destas farmácias. Dizem por aí que farmácias são autênticas "minas de ouro".
No entanto alguns gestores hospitalares recusam o recurso a essa fonte adicional de verbas fáceis, porque falta regular a unidose, porque não concordam com isto e porque aquilo.
Quem manda aqui afinal?
Não precisam de financiamento?
Diferenças entre a gestão pública e privada!
O que nós gostávamos é que o plano de requalificação das farmácias hospitalares. lançado tardiamente, tivesse sido levado até ao fim.
O que nós gostávamos é que a profissão de farmacêutico hospitalar fosse dignificada.
O que nós gostávamos é que o funcionamento destas farmácias fosse assegurado pelos farmacêuticos hospitalares, mais habilitados e entrosados com os procedimentos relativos ao acompanhamento/tratamento destes doentes.
O que nós gostávamos´era de ver uma política capaz de promover o desenvolvimento do SNS no lugar de assistir à sua venda às postas.
Só maisuma pequena nota:
As políticas não são cobardes.
Cobardes são aqueles que se encolhem e/ou se aproveitam da confusão em seu proveito.
Quanto postei o meu último texto o comentário do Guidobaldo ainda não estava disponível.
Com todo o respeito pela sua extensa lista de notas, em nenhuma parte dos meus comentários eu referi tais coisas.
Às vezes acontece-nos.
Temos uma ideia, embalamos, e escrevemos o que nos parece bem.
«Até o OPSS, uma organização de esquerda reaccionária».
Ultimamente têm aparecido por aqui umas aves raras que com toda a lata deste mundo, escrevem barbaridades destas.
O guidobaldo quer aquilo que nem nos EUA aconteceu.
E não acham que essa 'liberalização' vai implicar o descontrolo total da despesa com o medicamento?
E o descontrolo da prescrição? Ao Guidobaldo só falta dizer que até os enfermeiros (e os licenciados em farmácia) devem prescrever fármacos livremente.
Esta vossa sintonia é preocupante. É que os portugueses consomem 'remédios' como quem consome pasteis.
Em relação ao último comentário do Guidobaldo vai mais um provérbio popular:
Não dá a bota com a perdigota
Mais uma pérola para a galeria:
«Esta vossa sintonia é preocupante».
Tão preocupante que levou o Saudepe a desabafar recentemente:
É preciso "maningue" paciência ...
Como diria Cuba Gooding Jr., se fosse farmacêutico...
- Show me the pharmacies! Show me the pharmacies!
PS1 - Obviamente que sei (com muita pena minha - quase tanta como a da conta bancária de José Mourinho perante o frango do Helton) que estas negociatas não são para o meu bico. Mas sempre dão para estimulantes debates blogosféricos :)))
PS2 - Tal como o Guidobaldo, converti-me aos ventos que sopram a partir da Av. Miguel Bombarda. A partir de agora serei a favor de tudo: abertura de farmácias em bombas de gasolina, estádios de futebol, quiosques e até no interior das farmácias cuja abertura agora se anuncia. Concordarei com a prescrição de medicamentos por parte de auxiliares de acção médica, arguidos do processo Apito Dourado e empregadas domésticas. Estarei na primeira fila a aplaudir o lançamento de campanhas que incluam benefícios para os consumidores tais como a oferta de tabeletes de 12 comprimidos de Sinvastatina como bónus pela aquisição de quatro embalagens de banha de porco e 2 kg de rojões.
LOL, Grande Vladimiro!!
Sim, a partir de agora vai valer tudo menos tirar olhos.
Pelo andar da carruagem isto ainda vai bater mais fundo do que eu alguma vez pensei.
Não inteiramente de acordo.
Mas esmagado pela veemência dos argumentos.
Vou arranjar um nickname que sugira o universo feminino...
Vou mandar umas burradas a propósito de qualquer coisa. Talvez, assim, obtenha a condescendência do Guidobaldo.
Arre... desta, safei-me por um triz.
Faz tempo que não se via por aqui uma discussão tão animada.
Desta vez, nem a pincelada apriorística faltou.
Não nos podemos render à liberalização irresponsável de um ministro sujeito aos interesses da Apifarma e derrotado pelas estratégias inteligentes da ANF.
Será tempo de se correr com CC? Parece a única esperança. O homem perdeu em todas as frentes importantes. Valha-nos que está a chegar a Primavera.
Obrigado guidobaldo pela explicação da sua posição em relação a este governo. Relativamente aos EUA, sim, é verdade que alguns estados praticam quase todos os principios que enunciou mas também é verdade que os instrumentos de 'accountability' e 'social reesponsibilty' nos EUA funcionam. Aqui não. Faço-me entender?
Um Abraço
O ricardo não classifica o OPSS como uma uma "organização de esquerda reaccionária?". É uma opinião.
Então, será uma organização isenta de carácter científico? Não me parece. Os relatórios são fraquinhos e os argumentos muito mal sustentados. São um mero conjunto de artigos de opinião polvilhado com uns dados quantitativos colados à pressa e sem grande profundidade analítica. As conclusões conseguem sempre um ou outro soundbyte na comunicação social que também acha piada e espera sempre que o ministro diga alguma coisa ainda mais engraçada em reacção ao relatório.
Apesar disso, o esforço merece o nosso respeito (mas não admiração pelas qualidade cientificas e técnicas evidenciadas). Pode ser que aquilo melhore nos próximos anos.
Vamos então esperar pelo próximo relatório da primavera e ver para decidirmos como posicionamos o OPSS (será de direita?). Se ainda cá estiver CC vai ser bonito de ver se o OPSS se posiciona para comentar uma, a sua, "espécie de verdade" (como o OPSS fez sempre com Luís Filipe Pereira) e ajuda a derrubar CC que nessa altura deve estar quase, quase.
Pelas circunstâncias do nosso SNS o OPSS nunca poderá produzir um relatório isento. Não é por mal. É da natureza do exercicio. A questão é em que quadrante se vai posicionar o OPSS em 2007. Por exemplo, em relação a esta questão das 'farmácias de oficina em hospitais' (pois é disso que estamos a falar e não de farmácias hospitalares).
Quase aposto que há por aqui um engraçadinho a querer passar-se por Tia Burra.
Tia Burra e Loura...
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