Prioridade: Investir na organização
Mais um excelente artigo link do aidenós a repor o problema no seu devido lugar.
Não é possível querer equidade e eficiência para o SNS e continuar a expandir os SU de Porto, Lisboa, Coimbra - a prioridade deverá ser no investimento e na organização adequada das urgências médicos-cirúrgicas. O ajustamento proposto nos SUP pelo aidenós é necessário e urgente, devendo ser acompanhado de oferta de atendimento não urgente (pequenos problemas).
Não é possível ter qualidade e resposta eficaz em pequenas unidades desprovidas das competências e condições - instalações, equipamentos, serviços - como é o caso dos SAP. Acresce que desviam um volume considerável de recursos da sua finalidade: atendimento imediato, ou quase, da população - presencial, programado e não programado, telefónico e domiciliário.
É possível «concomitantemente» com a abertura das urgências básicas ajustar os horários do atendimento permanente dos CS (8 às 22 horas, nalgumas situações até às 24 horas). As USF são a «verdadeira» solução pelo que os CS deverão ser rapidamente convidados a adoptarem a mesma organização e resposta.
É possível defender mais SAPs, mais SUs e mais médicos para cada um dos «pontos»?
É, se quizermos afundar o país e o SNS, e pode ser feito com muito folclore e manipulação da população, mas não passa de oportunismo e demagogia gratuita.
Não é possível querer equidade e eficiência para o SNS e continuar a expandir os SU de Porto, Lisboa, Coimbra - a prioridade deverá ser no investimento e na organização adequada das urgências médicos-cirúrgicas. O ajustamento proposto nos SUP pelo aidenós é necessário e urgente, devendo ser acompanhado de oferta de atendimento não urgente (pequenos problemas).
Não é possível ter qualidade e resposta eficaz em pequenas unidades desprovidas das competências e condições - instalações, equipamentos, serviços - como é o caso dos SAP. Acresce que desviam um volume considerável de recursos da sua finalidade: atendimento imediato, ou quase, da população - presencial, programado e não programado, telefónico e domiciliário.
É possível «concomitantemente» com a abertura das urgências básicas ajustar os horários do atendimento permanente dos CS (8 às 22 horas, nalgumas situações até às 24 horas). As USF são a «verdadeira» solução pelo que os CS deverão ser rapidamente convidados a adoptarem a mesma organização e resposta.
É possível defender mais SAPs, mais SUs e mais médicos para cada um dos «pontos»?
É, se quizermos afundar o país e o SNS, e pode ser feito com muito folclore e manipulação da população, mas não passa de oportunismo e demagogia gratuita.
VidaNova
Etiquetas: Vidanova
11 Comments:
Apagou-me e fechou os comentários no post do inquérito.
Irá apgar-me de novo.
Alguém há-de ler.
E alguém há-de perceber o embuste deste inquérito promovido por banda da esquerda, com o BE à cabeça
VAMOS VOTAR EM CC.
Prioridade à organização?
Bem, não ressuscitemos Monsieur de la Palisse.
Falemos, então, de re-organização. Por que, mal ou bem (muitos julgamos que mal), há uma organização no terreno.
Atenção, contudo, a uma eventual “descontinuidade” de cuidados.
Se, avant la lettre, começamos por alterar o horário e o “regime” de funcionamento dos SAP’s (e similares), será necessário:
- independentemente das circunstâncias (cuidados de “agudos”, urgência e/ou de emergência) estudar as inflexões dos fluxos aos serviços a montante (SUMC e SUP);
- prever que para além uma mera transposição casuística, as circunstâncias que rodeiam (ou rodearam) esta “guerra das urgências”, terá como provável consequência um maior afluxo. (A insegurança, real ou ficticia, tem destas consequências...)
- Não acreditar, portanto, só na Providência! As alterações a montante vão “perturbar” o funcionamento dos serviços já instalados (e que vão em conformidade com a requalificação permanecem).
Ninguém poderá “sonhar” que o tempo de espera nas urgências entre as 22 (ou 24) horas e as 8 horas, não vá, nos serviços a jusante dos actuais SAP's, aumentar;
Portanto, piorar o que já está mal não contribui para a desejada imagem de “qualidade” nem de eficiência.
Em saúde, não se aplica o princípio pelo qual, quase todos passamos na adolescência, com os primeiros automóveis nos quais deslocávamos para as nossas “festas”:
cabia sempre mais um!
Portanto, a par de uma reorganização é necessário uma calendarização cuidada e rigorosa. Concomitante e supletiva.
Tratar dos SUB e SUMC e, entretanto, “olhar” para os SUP. Depois, estando os alicerces consolidados, isto é, os SUB operativos, as USF's em ritmo de cruzeiro (de acordo com o anunciado!), a rede pré-hospitalar testada, será mais fácil e acertado substituir os SAP’s/SACU's/SASU's CATU's, etc. por “consultas abertas”.
Fazer ao invés é “andar com o carro à frente dos bois” ou, como de outro modo, diz o povo:
"cadelas apressadas têm filhos cegos".
O que, no meu ver, tem causado insanáveis resistências e inflamado as populações é, exactamente, a “pressa” do MS em limitar o funcionamento do que está no terreno (SAP’s, etc.), sem existirem novas alternativas operacionais ou funcionais (previstas no relatório da Comissão Técnica).
Este é o principal erro político de CC. As habituais conversas com o 1º. Ministro, sobre o seu relacionamento com a comunicação social, não devem chegado a este assunto. Não basta mudar o assessor de imprensa.
A “pressa” demonstrada é, para os utentes do SNS, sinónimo de “ganhos orçamentais” imediatos, à sua custa, ou melhor, à custa da sua segurança sanitária.
Pelo que percebe da recente entrevista de CC ao “Expresso”, serão estes (ou todos) cortes na despesa o seu “seguro de vida” como MS, neste Governo. Este "sentimento" ensombra-lhe a visão estratégica.
Veja-se a recente re-estruturação das forças de segurança propostas pelo ministro António Costa. Alguém o ouviu falar do encerramento de postos policiais?.
É que a reorganização dos serviços de segurança tem, por detrás, um bom estudo técnico e está a ser gerida politicamente.
A abissal diferença!
Que Deu perdoe o é pá! tadinho!
naoseiquenome usar:
Um outro argumento é, circunstancialmente, evocar o Altíssimo...
O 'e pá' tem toda a razão. Só lhe faltava dizer a verdadeira razão da pressa de CC. Vou dizer por si, se não se importa.
Encerrar SAP e algumas urgências vai permitir reduzir a despesa num curto espaço de tempo e mostrar serviço (resultados?) imediatos a Sócrates e ao Banco Central Europeu! Portanto, a verdadeira motivação é... financeira! Apesar de CC negar sempre qualquer relação com essa intenção (por motivos políticos e de imagem pública). Alguém quer começar a fazer contas?
Na semana passada, jornalistas e comentadores glosaram, até mais não, um suposto recuo do Governo no caso das urgências hospitalares, sob pressão das manifestações populares em vários municípios.
Mas será que, fora o caso de Macedo de Cavaleiros, logo concedida pelo Ministro da Saúde, há alguma notícia de alguma alteração ao conhecido mapa das urgências e ao programa de encerramento dos SAP (serviços de atendimento permanente)? link
Vital Moreira- Causa Nossa
A propósito de «urgências» e «SAPs» muito e variado se tem escrito aqui no blogue. Pena é, porém, que muitos não tenham perdido algum tempo em leitura e reflexão sobre o que está em causa, mínimo que se esperava de quem está «dentro» do SNS, antes aproveitando para demonstrar a sua ignorância e pressa de «ficar na fotografia». Porque alguns pediram «que lhe explicassem» aqui vão alguns esclarecimentos e notas éticas.
Um SNS com a eficácia dos outros
Um SNS caracteriza-se, também, por assentar em cuidados primários e no seu papel: «atendimento imediato ou quase, da população – presencial, programado e não programado, telefónico e domiciliário» (VidaNova). O que tem acontecido em Portugal, diferente doutros SNS?
1)Planearam-se os CS e dotaram-se com os meios necessários, numa orgânica de administração pública e função pública (carreira, remuneração independente dos resultados, etc.). A experiência de muitos anos evidenciou problemas de oferta, para além de reduzidas produtividade e qualidade: nº consultas insuficiente e muitos dias (meses) à espera; alguns cuidados ou não existem (atendimento médicos telefónicos) ou são de volume muito reduzido (consultas domiciliárias).
2)Se as pessoas não têm resposta «imediata, ou quase» o que fazem? Recorrem ao atendimento não programado no SNS (SU, SAP) e ao sector privado. Quais os problemas desse comportamento, de dimensão sem paralelo noutros SNS?
a)Cria círculo vicioso nos CS: MF estão nos SAP (ou nos SU) a atenderem doentes doutros colegas, daí redução de oferta em consultas programadas, mais doentes sem MF e tempo de resposta cada vez maior. Daí resulta: despersonalização dos cuidados e justificação para doentes recorrem aos SAP e SU, e, como a produtividade nos SAP é menor, o nº de consultas possíveis não realizadas é muito elevado. Nada disto se passa noutros SNS.
b)Alimenta círculo vicioso nos SU: na tentativa de responderem à procura inapropriada os HH aumentam a oferta e geram ainda mais procura, doentes têm atendimento mais rápido que nos CS e com MCDT. Gera-se aumento do desperdício, seja por duplicação de actos, de meios de diagnóstico e prescrição de medicamentos, seja por deslocar médicos do atendimento programado para SU – menos consultas e operações são realizadas (aumenta a lista de espera nos HH). Nada disto se passa noutros SNS.
c)Incentiva MF ao que não deve: MF ao invés de se concentrarem em actividades no CS – promoção da saúde e actos curativos – dividem-se por SAP, SU e «na privada» (medicina do trabalho, consultas em regime liberal). Esta divisão/pluriemprego gera desresponsabilização pela resposta eficaz ás famílias a seu cargo, avilta a qualidade do atendimento, faz perder a confiança dos doentes e prejudica a continuidade de cuidados (MF já esteve…). Nada disto se passa noutros SNS.
d)Actos excessivos no sector privado: os problemas referidos anteriormente (tempo de resposta elevado nos CS e falta de confiança, espera elevada, etc.) geram excessivo recurso ao sector privado, visto que: i) Algum é indesejado pelos doentes: têm que pagar e «não podem», gera despesas de deslocação, etc.; ii) Muito actos são duplicados e provocam prescrições desnecessárias (meios diagnóstico, medicamentos). Nada disto se passa noutros SNS.
3)SU eficazes? Muitos SUs têm evoluído ao arrepio das normas técnicas instituídas (RRH) e por pressões ilegítimas (autarcas, gestores, profissionais), daí resultando gastos e inapropriação elevadas e um consumo exagerado de horas de médicos. A oferta de SU é excessiva e não está adequada às necessidades ditadas pelo planeamento, em função da população e do papel a desempenhar – hierarquia e complementaridade técnica. Esta tendência contribui MESMO para «afundar o SNS»: falta de sustentabilidade (financeira); falta de capacidade de resposta em atendimento programado nos HH; oferta tardia e de má qualidade nos CS; insuficiência de procura da medicina familiar – muitos médicos preferem continuar como tarefeiros de SU, etc. Nada disto se passa noutros SNS.
Perante isto, que fazer? Continuar a alimentar os círculos viciosos e a gerar insuficiência artificial de médicos ou rapidamente inverter a tendência e alinhar com a organização dos restantes SNS?
Diferença entre SAP e consultas não programadas me USF
Numa USF verificam-se as seguintes diferenças face ao CS «habitual»: maior nº de doentes a cargo, muito maior oferta programada (consulta, visita domiciliária), atendimento não programado em horário adequado e conhecido, dos próprios doentes e doutros (apenas em substituição de MF). Consequências destas alterações?
1ª Diminui o nº pessoas sem MF, contribuindo para reduzir a procura de SU e SAP;
2ª Melhora a acessibilidade da população ao seu MF, mesmos efeitos que ponto anterior;
3ª Como os doentes se sentem confiantes com o seu MF não têm tanta tendência a duplicar consultas, nos SU ou na actividade privada;
4ª MF têm retribuição em função do nº de doentes e do nº de actos que fazem, daí incentivos para melhorarem a produtividade, a qualidade de resposta e para se concentrarem na actividade do CS;
5ª O efeito negativo do atendimento não programado é reduzido – dado o menor nº de horas e porque MF aproveitam para fazer outras actividades, quando não estão a atender doentes (ex. renovar receitas).
Nos SAP temos MF e enfermeiros a atender qualquer doente e num período longo (ex. 24 horas). Assim o efeito é triplamente pior:
-Nos custos, pelo maior nº de horas, pela qualidade das horas e por prescrição menos adequada – nos USF são essencialmente os seus doentes, daí menos duplicações e erros de prescrição;
-Nos efeitos no SNS, pois mais horas com baixa produtividade no SAP, representa menor disponibilidade para dar resposta à actividade programada – menos consultas e maior tempo de resposta levam a maior procura do SAP e SU, com consequências negativas para o SNS;
-Muitos médicos actuam como tarefeiros nos SAP e SU, e enquanto forem bem pagos resistem a aderir a MF, o que atrasa o ajustamento necessário nos MF e dificulta o aumento do nº de USF a funcionar.
Por isso concordo com a afirmação aqui feita por VidaNova: «… USF são a verdadeira solução … os CS deveriam ser rapidamente convidados a adoptarem a mesma organização e resposta» (meu sublinhado).
O é-pá brindou-nos com muitos provérbios e opiniões, mas infelizmente ainda não foi desta que foi à «causa das coisas», daí estas breves notas (breves visto que há poucas ideias/substância no seu comentário).
1ª Refere-se à «pressa do MS» na reforma dos SAP e SU, pretendendo que se visam apenas «ganhos orçamentais». O que se passa é que depois de tantos anos sem nada se fazer o que devemos afirmar é que a reforma é mais lenta do que devia ser: mais USF deviam estar a funcionar, o call-center devia estar a funcionar, SU e SAP sem sentido já deviam estar fechados (e não estão). Depois os «ganhos orçamentais», se forem redução do desperdício, são bem vindos quanto mais cedo melhor. Mas o aumento de oferta no SNS (primeiro nos CS e depois em consultas e operações nos HH) provocará aumento de despesa.
2ª Registo a sua preocupação com o tempo de espera no SU no período das 24 às 8 horas, e com a recusa em admitir que, «como nos automóveis em que nos deslocávamos... cabia sempre mais um». Ora o nº de atendimentos por médico nesse período é muito pequeno (tipo: «100 médicos para 35 doentes em Coimbra») pelo que não só cabe mais um como cabem muitos mais e por essa via satisfazemos os médicos (ninguém gosta de sentir que não está a ser útil e de estar muito tempo sem nada para fazer) e os doentes que precisam mesmo de atendimento urgente. O que deve perceber é que ter tempo de espera em SU elevado para atendimento inapropriado é não só normal como desejável: dado que é quase gratuito é das poucas estratégias que se pode usar para o desencorajar agora (e deve sê-lo) e para evitar a indução de procura futura (que o aumento de oferta no SU geraria).
Caro cosme ethico:
Se ler com atenção verificará que defendo a consolidação das USF's como o ponto de partida e de pacificação para a implementação da reorganização das urgências. Acrescidas, como é óbvio, da operacionalidade da rede pré-hospitalar, "call centers", etc.
Para ficarmos pelo curto prazo a quem atribuir culpas pelo facto de, em Março de 2007, estarem em funcionamento menos de metade das USF's previstas até ao final de 2006?
Ao MS, respondo eu. Mas não só. Para equipar as prometidas 100 USF's faltou fôlego e suporte financeiro. Com orçamentos condicionados e esforçados deve-se prometer com moderação. Na verdade, é preciso negociar atempadamente com o ministério das Finanças... para a legislação não sair tão tarde.
Muito embora em concordância com a necessária reorganização das urgências interrogo-me (desconheço!) se haverá bojo financeiro para suportar tanto investimento, no imediato.
A dita "fúria reformista" (chamar a uma reorganização reforma arrepiaria o Marquês de Pombal) com a tentativa de fazer tudo ao mesmo tempo, sem possibilidade de passar por rupturas, é para mim um enigma.
Certo que uma boa reorganização (como a que foi proposta pela Comissão Técnica) trará poupanças e maior eficiencia ao SNS. Só que elas não são imediatas e, no meu entender, o investimento "necessário", demorará algum tempo a ser recuperado.
E volto a insistir. A tábua de salvação de CC, depois das fífias políticas que tem protagonizado, perante Sócrates é o rígido controlo orçamental que tem sido baseado numa contenção drástica dos custos, na brutal queda do investimento em novas tecnologias e na modernização desta área e no protelamento de dívidas para anos seguintes.
Aquilo que CC chama "boas contas".
Essas contas vão custar caro em termos de qualidade, mas vão dar bons números. Todos sabemos isso.
Para continuar nos aforismos, socorro-me de um muito usado em Saúde. Quando a manta é curta alguma coisa fica de fora: ou os pés ou a cabeça.
PS - adorei a ideia de "moderar" o acesso às urgências aumentando o tempo de espera.
Caro é-pá
Ainda bem que também concorda que a reorganização das urgências «é boa», se justifica e que trará «eficiência ao SNS». Fico á espera que passe a defendê-la, então!
Não é fácil argumentar consigo, pois, o que ora afirma, na próxima, ultrapassa (note que não considero um mal a evolução de posição).
Veja que antes, ai jesus, que a pressa era todo por causa do caso dos «ganhos orçamentais», agora já se duvida se «haverá bojo financeiro para suportar tanto investimento».
Não me é fácil perceber a posição que expressa: «... uma boa reorganização (como a que foi proposta pela Comissão Técnica) trará poupanças e maior eficiência ao SNS. Só que elas não são imediatas e, no meu entender, o investimento "necessário", demorará algum tempo a ser recuperado».
Sabe, certamente, que poupança é «deixar de gastar», logo, se traz poupanças, deixa-se de se gastar imediatamente (como é que não são imediatas?).
Depois, registo que, agora, já reinvindica contas de recuperação do capital («investimento demorará algum tempo a ser recuperado») - nós médicos ligados á gestão temos sempre alguma dificuldade em ver estas "coisas" de modo tão estritamente financeiro.
No resto constacto que estamos de acordo, doutro modo teria contrariado o que afirmei.
P.S.: ainda bem que gostou da ideia de moderar o consumo excessivo e inapropriado aos SUs, aumentando o tempo de espera.
Caro "cosme ethico":
Sempre defendi a necessidade, a oportunidade e, até, a inevitabilidade de uma re-estruturação das urgências.
E, oportunamente, salientei (saudei) a qualidade e o mérito do estudo efectuado pela Comissão Técnica.
As minhas críticas têm-se dirigido à gestão política deste assunto pelo MS, o que, como compreende, é outra questão.
Não é correcto confundir "ganhos orçamentais", imediatos, (encerramento abrupto de SAP's), com o indispensável faseamento da implementação da nova rede de urgências proposta pela Comissão de requalificação da rede de urgência e emergência que, mais uma vez, na generalidade, concordo.
A diferença é a seguinte:
a)dado o marcado atraso da implementação das USF's;
b)dada a insuficiência da rede de emergência pré-hospitalar;
c)dada a inesxistência de um "call center" operativo;
as súbitas limitações do funcionamento dos SAP's (a extinguir, estamos de acordo) são o que classifico como a tal "pressa" que, no meu entender, estão subordinadas a "ganhos orçamentais" (imediatos, acrescente-se).
Tudo isto porque penso que o health managment do SNS não pode, em circunstância alguma, correr riscos de ruptura. E não vale a pena enfabular com surtos anormais de sindromas gripais no Inverno, como com prováveis surtos de insolações no pino do Verão. Em Saúde a regra é a imprevisibilidade e o carácter aleatório da procura, pelo que o planeamento da oferta será dificil, mas deverá sempre ser tratado com prudência e, passe a heresia em tempos de contenção, controlada "generosidade".
Sobre as poupanças é evidente que subtitamente transitou de "trará" (no futuro) para "traz" (no presente), o que provocou uma inconformidade temporal e uma aparente contradição.
De facto, quando usei o verbo "trará" estava a subentender aobrigatoriedade de uma implementação faseada.
Foi exactamente por saber que as poupanças tentem a trazer efeitos imediatos é que classifiquei as "apressadas" alterações nos SAP's, como "ganhos orçamentais" (imediatos - para o orçamento de 2007)
O que, em minha opinião, falta fazer no âmbito do que considero básico (USB's, rede de emergência pré-hospitalar, etc.) é um investimento pesado, em termos orçamentais, mas compensador em termos de eficiência (daí o estar de acordo com a reorganização das urgências). Portanto, a recuperação do "investimento necessário" deve ser entendida neste estricto contexto. Logo, os "ganhos de eficiência" abrangem um vasto leque de resultados, nomeadamente ao nível da qualidade e prontidão dos cuidados urgentes e emergentes (que pouco se fala...) e nunca será ..."ver as "coisas" de modo tão estritamente financeiro".
Caro cosme ethico:
o facto de estarmos todos no mesmo barco, deve condicionar uma gestão conjunta dos problemas.
Melhor: o pensar colectivo, sem epipetos ou exclusões. Questionar, interrogar, discordar, não deve ser sinónimo de obstaculizar.
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