terça-feira, abril 17
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3 Comments:
Parece-me estarmos perante um moderno e importante equipamento hospitalar que o País há muito justifica. Cada vez mais os utentes são "empurrados" para a medicina privada e este hospital, em termos de infraestruturas e equipamento, encontra-se ao mais elevado nível da Europa.
Será certamente um local de trabalho atractivo para os melhores e mais competentes "trabalhadores da Saúde" e por isso se esperam respostas da mais elevada qualidade.
Por mim, felicito os promotores desta iniciativa e pela qualidade já demonstrada noutros equipamentos do grupo, julgo que os Portugueses, e os Lisboetas em particular, têm razões para satisfação.
Infelizmente o baixo poder de compra continuará a afastar uma grande maioria dos cidadãos do acesso a esta moderna unidade.
Há alguns comentários atrás, disse neste blog, estar ao lado dos que se têm manifestado contra o encerramento de serviços de Saúde.
E continuo a defender que essa é uma (talvez única e verdadeira forma entre eleições) de os cidadãos expressarem o seu "direito à indignação".
Fui criticado por essa posição responsavelmente assumida.
Pois bem, para além da eficácia constatada noutros casos, tivemos hoje, mais uma vez, a prova de que os Governantes são tentados a ceder a pressões.
Na verdade foi ver CC a convidar o Pres. da JF de Carnide para reunir com ele, e ali mesmo, ter-lhe declarado (segundo o próprio)o "compromisso" de construção do Centro de Saúde.
Não fora a manifestação dos cidadãos de Carnide e certamente nada seria "decidido"(?) sobre o assunto.
E certamente outros casos se seguirão. Até porque o mandato do Governo já entrou na segunda metade!
E aqui está uma atitude (certamente) bem pensada do Senhor Ministro da Saúde ainda que se saiba que o mais difícil é "fazer".
A inauguração do Hospital da Luz (HL) deveria, na minha opinião, proporcionar uma serena reflexão sobre o “estado da Saúde” em Portugal.
Está à vista dos portugueses uma moderna, tecnologicamente sofisticada, clinicamente diversificada e envolta numa aura de eficiência, a mais recente unidade de saúde hospitalar, do sector privado que, para vir à luz da dia, necessitou de pesados investimentos (130 milhões de euros, segundo Ricardo Salgado).
Não é despiciendo este volume de investimento. Ele faz-se porque os grupos privados (BES/Saúde, no caso) acreditam na expansão do “mercado da saúde”. A par dessa “expansão” prevê (observa) a progressiva “contracção” do SNS.
Aliás, um (já) significativo segmento desse mercado, entrou na sua área de influência. Refiro-me às principais seguradoras actuantes no sector da Saúde –, Medis, Multicare, Advance Care, Axa, … Até aqui nada de “anormal”. Aliás, o presidente da holding BES, não esconde as perspectivas sobre o alcance do investimento, tendo afirmado: “Queremos ser um hospital para todos os portugueses, os estrangeiros residentes em Portugal e os turistas”. Nesse sentido, conseguiu “oferecer” preços concorrenciais, nomeadamente, em relação ao sector público. Não sendo um gestor, impressiona-me (!), como é possível, numa unidade com a qualidade do HL, oferecer internamentos (fora de qualquer sistema, sub-sistema ou seguros) entre os 170 e os 250 euros. Mesmo estando a circunscrever-me à área hoteleira (hospitalar). Qualquer dia, será mais barato e mais seguro, para um provinciano que tenha necessidade de se deslocar à capital, internar-se no HL, do que alojar-se em hotel… (passe o exagero).
Portanto, neste “particular” mercado, que é a Saúde, a oferta está feita. O estímulo ao consumo de cuidados no sector privado – também. Aliás, tem sido protagonizado pelo próprio Estado. Na verdade, a invenção das taxas de internamento, das taxas de cirurgia de ambulatório, a redução das comparticipações de medicamentos e a eliminação dos subsistemas dos advogados e solicitadores e dos jornalistas, são estímulos não desprezíveis. Se juntar-mos a isto a perspectiva de “desintegração” dos Serviços Sociais do Min. da Justiça e os “condicionamentos”(?) na Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM) , verificamos que estes “estímulos”, nos últimos tempos, não têm arrefecido.
Todavia, a grande notícia, em matéria de convénios, é - segundo afirmam os investidores – a eminente adesão da ADSE. Grande percentagem destes beneficiários – “servidores do Estado” - utilizam o SNS. A perspectiva de alargamento deste mercado continuará com a conquista da área dos servidores do Estado. Também aqui há grandes estímulos: a sustentada redução das comparticipações dos cuidados de saúde aos funcionários públicos e a “incerteza”, quanto ao seu futuro.
Finalmente, o elevado nível de apetrechamento tecnológico, os modernos modelos de gestão (não considero gratuita a denominação de “hospital do cockpit”) completam o leque de incentivos ao consumo.
Bem, estes foram os aspectos, imediatos, a “quente” (como a Ortopedia do H. Curry Cabral!) que me “assaltaram” o espírito à volta deste evento. Nem de perto, nem de longe, abarcam a enorme dimensão do problema entre a coexistência de um SNS (universal e tendencialmente gratuito…) e um cada vez mais poderoso, influente e tecnicamente melhor apetrechado, sector privado.
Mas, inegavelmente, influenciam duas inquietantes (não inocentes) perguntas:
1 - Quanto tempo restará para o SNS tornar-se um Serviço residual?
2 - Quanto tempo resistirão os HH's publicos antes de se transformarem em medievais asilos?
PS - A primeira resposta que, para já, encontro, foi a reduzida, mas extremamente simbólica, manifestação liderada pela Junta de Freguesia de Carnide em luta por um CS….
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