quinta-feira, maio 31

Quem não sabe é como quem não vê


Uma leitura atenta do despacho 17.516/2006 permitiria perceber que já em 2006 e para a vigência das experiências piloto se contrataram camas privadas, Hospital do Mar, 60 camas de convalescença e 5 camas de cuidados paliativos.

A Rede não discrimina os parceiros a contratar, privados ou privados sociais, estabelece é regras claras, explicitadas, públicas, acessiveis (estão na net), no que se refere a condições físicas, recursos humanos, indicadores de processo, actividade e de qualidade, estabelece preços (Portaria n.º 994/2006, de 19 de Setembro) e quem quiser apresenta a sua disponibilidade para contratar.

Parece que no Barreiro link o "pessoal" andava distraído, se calhar até nunca tinham ouvido falar em cuidados continuados, enfim a "malta dos hospitais" não liga a essas coisas.
Avicena

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8 Comments:

Blogger cotovia said...

Quer dizer... o pessoal dos hospitais passou a ser de segunda!

1:07 da manhã  
Blogger naoseiquenome usar said...

Quer antes dizer: a malta dos hospitais, assoberbada, sem gente oara fazer a ponte com os restantes níveis de cuidados e perante legítima pressão da famílias, fica um pouco à toa. Necessidade básica: recuros hmanos habiltados (e humanizados), capazes de fazerem a tal ponte.

1:34 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Alguém conhece o relatório da MCSP dos dezoito meses de actividade.
Não está no Portal da Saúde.
Não está disponível no site da MCSP.
Será que é um documento secreto?

11:54 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Quanto a Cuidados Continuados e Paliaticos, parece que agora se descobriu a pólvora!
Não é assim! Em 2004 já o (meu) hospital contratou camas para os chamados casos sociais. Depois desde há muitos anos neste hospital os casos sociais foram sendo tratados geralmente pelos Serviços Sociais (Técnicos de Serviço Social) em ligação com a Segurança Social.Simplesmente sempre houve imensas dificuldades de resposta, mesmo das IPSS's onde quem não tem dinheiro não entra.
Por outro lado, se o doente tem alta do hospital o MS/IGIF deixa de pagar; a solução era (foi) o hospital alugar camas (contratar com algumas instituições) para ali meanter "internados" os doentes sem condições de regresso a suas casas. E os preços até eram muito aceitáveis face ao "recebido" (contratado) do IGIF.
E é bom lembrar que, em 2004, o então Ministério da Saúde deu início ao processo de acordos com as SCM para a prestação de Cuidados Continuados.
Essa medida, recorde-se, começou por ser posta em causa (e suspensa) por CC, com forte contestação do seu amigo (e camarada) Padre V. Melícias.
Hoje o processo é apresentado como uma grande iniciativa deste governo!
Quanto ao HNSR (Barreiro), tanto quanto se conhece, tem no seu CA uma reputada AH e, assim sendo, à luz do que este blog defende (a maioria dos seus comentadores) não vejo como se pode falar de distracção ou ignorância!
E o CA é concerteza competente, caso contrário, teria sido substituído por CC.

3:00 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Hoje as listas de espera voltam a ser notícia.
Porque será?
Como era diferentemente tratado este assunto no tempo de LFP!
As declarações de Pedro Gomes ao jornal O SOL são dignas de um post neste blog.

3:29 da tarde  
Blogger Unknown said...

Tonitosa

O problema ou pelo menos parte dele, reside no facto de muita gente dos hospitais AH incluídos não terem percebido, talvez por distracção, por resistência à mudança ou por não acharem que o tema é uma prioridade, que a Rede de Cuidados Continuados Integrados é semelhante a contratar camas ou casos sociais é que não é. Passo a explicar: em 2003-2004 o Governo LFP fez publicar legislação e contratou camas para Cuidados Continuados, mas não definia tipologias de doentes, fluxos entre níveis de cuidados, critérios de altas nem criava equipas domiciliárias, pagava por cama quer estivesse ou ocupada ou não. Agora o que é que mudou, a tal pólvora, os Hospitais têm que ter obrigatoriamente uma equipa de gestão de altas, os serviços têm que conhecer os critérios que fazem com que cada um de nós venha a ser classificado com necessidade de cuidados continuados, referenciando às 48 horas o doente à equipa de gestão de altas para que esta em ligação com a equipa local do CS possa preparar a alta para: domicílio com apoio da equipa local; internamento numa das unidades convalescença até 30 dias; média longa duração até 60/90 dias e longa duração 90 e mais dias. Existe um manual de gestão de altas consensualizado anteriormente, as unidades têm recursos afectos, horas/profissional, com ênfase na reabilitação, indicadores de avaliação préviamente conhecidos e financiamento aprovado por cama/ocupada. Isto é daqui para a frente os Hospitais passam a ter instrumentos para se concentrarem na actividade dos doentes agudos, melhorarem a suas taxa de ocupação e demora média, olhando para os seus pacientes e descobrindo que a maior parte têm mais de 60 anos, entrando no Hospital por doença crónica descompensada ou por episódios agudos com ela relacionados e que mesmo nos episódios de "life-saving" a maioria dos doentes para além de terem mais de 60 anos têm outras patologias associadas, que as altas têm de ser preparadas incluindo as necessidades sociais, as de reabilitação para a vida e para a profissão (que em geral nunca foram uma prioridade). Quem gere os internamentos ou ida para o domicílio é a equipa local sedeada no CS articulando a Rede, o Hospital e os cuidados do CS, quer sejam prestados de uma forma mais intensa pelas equipas domiciliárias, agora têm enfermagem e fisioterapia, com apoio médico e de psicologia ou pelo médico família/enfermeiro de família. Se retirar algum do seu tempo para ler os documentos disponíveis na net, páginas da Missão CCI, do Alto-comissariado ou mesmo na de algumas ARS perceberá que estamos a falar de muitas coisas pela primeira vez. O Governo este e não outro e todos nós só podemos estar orgulhosos dos resultados, porque tivemos alguém que identificou o problema, colocando-o como prioridade no Programa eleitoral e de Governo, tendo depois de eleito e apenas em 18 meses colocado as medidas no terreno, partindo das melhores experiências internacionais, fazendo um diagnóstico da situação, organizando a metodoogia, encontrando mecanismo de financiamento e contratualizando de uma forma transparente, exigindo avaliação e prestando contas ao país e aos que partcipam no processo. Ao longo da minha vida profissional nunca tinha participado num processo semelhante, como diz o povo com cabeça, tronco e membros. Dificuldades muitas, resistências muitas, Directores de Serviços e AH que fazem orelhas moucas muitos, CA ausentes ou que ignoram o processo alguns, como diria o outro é da vida, aliás bastava ver alguns dos post para perceber o estado de conhecimento sobre o processo para muitos dos comentadores. Mas o que é importante é que mesmo num país marcado pelos ditos jocosos, as anedotas que riem da inveja nacional (como aquela do balde caranguejos portugueses que não necessitava de estar tapado, porque quando um queria fugir os outros lhe agarravam as pernas) se está a fazer e a iniciar um processo exemplar de que todos devemos ter orgulho, sabendo aproveitá-lo para melhorar a vida e a saúde dos cidadãos, mais que não seja por egoísmo uma vez que muitos de nós seremos dentro de um par de anos beneficiários do sistema. Quanto ao Barreiro, quem está lá dentro é que sabe, agora quem olha de fora o que pode perceber é que algo se passou para que a Rede não tivesse sido accionada.

8:46 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Avicena,
Nestas como em muitas outras coisas anunciadas pelo Governo (como agora com os portáteis e a banda larga) o que se vê e ouve é "muita parra e pouca uva".
Diga quantos caos foram tratados com toda essa teia de intervenções a que se refere. Conhece-os?
Equipas de getão de altas? Acha que essa é uma decisão que tenha que ser imposta pela tutela? Sabia que alguns SA's as criaram em 2004?
Estamos perante mais uma daquelas coisas teoricamente muito elaboradas, mas de resultados práticos muito escassos.
Mas reconheça-se, até serve para justificar mais uns quantos empregos nomeadamente para licenciados em cursos "sem mercado".

11:32 da manhã  
Blogger Unknown said...

Tonitosa

Se perder algum do seu tempo a ler a informação disponível, encontrará resposta às suas perguntas. Mas de qualquer das formas cá vai a resposta: 1.º 1.400 utentes tratados em seis meses; Equipas de Gestão de Altas em Guimarães, Braga, Fafe, Amarante, Hospital Santo António, Hospital São João Porto, Hospital Pedro Hispano, Vila Real, Alto Minho, Espinho, Ovar, Aveiro, Oliveira de Azeméis, Cova da Beira, Castelo Branco, HUC, Centro Hospitalar Coimbra, Sousa Martins-Guarda, Lamego, Viseu, São José, Capuchos, Curry Cabral, Santa Maria, Pulido Valente, Lisboa Ocidental (2 equipas), Santarém, Médio Tejo, Beja, Évora, Barlavento e Faro; Impostas pela tutela? Não, contratualizadas ARS a ARS de acordo com o enquadramento legal, claro!!! Os SAs criaram algumas em 2004, ainda bem, podem continuar agora de uma forma mais agilizada; se conheço? conheço, no terreno, procure algumas das unidades contratualizadas e visite-as, fale com algumas das equipas de gestão de altas, têm nomes e algumas até sítios na internet, Equipa de Gestão de Altas do HSM - http://www.hsm.min-saude.pt/Default.aspx?tabid=1507&MenuActive=Cuid, procure um dos CS com equipas locais e acompanhe-as no terreno, duvide mas procure a informação.

Perdoe-me mas a afirmação "Mas reconheça-se, até serve para justificar mais uns quantos empregos nomeadamente para licenciados em cursos "sem mercado", revela apenas desconhecimento, e é um insulto para os profissionais de saúde envolvidos, 1.100 profissionais (médicos, fisiatras, enfermeiros, terapeutas da fala, fisioterapeutas, assistentes sociais, auxiliares acção médica e directa) envolvidos na prestação de cuidados. Novos empregos alguns, de enfermeiros, fisoterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos, esperemos que o governo cumpra e que dê a possibilidade de criar ainda mais postos de trabalho.

8:31 da tarde  

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