quarta-feira, setembro 30

Fantochada ...


Anteontem, a pretexto da publicação do Euro Health Consumer Index, a nossa imprensa enfunava títulos a zurzir o nosso SNS:
«O sistema de saúde português está entre os piores da Europa. Tempos de espera elevados e falta de acesso rápido ao médico de família atiram Portugal para o 25.º lugar entre 33 países europeus»
link link
E assim:
«Portugal tem "o desempenho mais ineficaz da Europa Ocidental", defende organização sueca. Movimentos de utentes rejeitam esta conclusão» link

De anteontem para ontem melhorámos quatro posições: Passámos, em 24 horas, dos piores para os "assim, assim". E, assim, a "oportunidade" de ataque ao SNS esfriou e a súbita mudança do HCP passou para os títulos dos jornais:
«Organização sueca que atribuiu o 25º lugar ao sistema de saúde nacional corrigiu hoje, terça-feira, a avaliação. Portugal está em 21º lugar.»
link link

Que consideração nos deve merecer esta avaliação sueca ?!...
Como muito bem esclareceu fonte do MS: "Não se trata de uma avaliação objectiva dos vários sistemas de saúde europeus, estando condicionada por uma perspectiva desfavorável aos sistemas baseados em serviços nacionais de saúde de acesso universal."

Relatório: Euro Health Consumer Index (Índice Europeu do Consumidor dos Serviços de Saúde – EHCI) para o ano 2009.
link
Nota: E já somos os melhores no e-Saúde.

haquim avicena

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domingo, julho 26

Segurança dos Doentes


A substância activa bevacizumab, AVASTIN®, utilizada há vários anos, off-label, por iniciativa dos médicos oftalmologistas de todo o mundo, tem estado envolta em polémica, uma vez que a Genentech tem sido acusada de querer " fazer negócio" com uma outra apresentação da mesma droga, Lucentis ®, esta com indicações para o tratamento da degenerescência macular. A empresa tem vindo a contestar estas acusações, tendo publicado em Dezembro de 2008 uma informação acerca de vários casos de efeitos adversos em doentes em que foi aplicada: 361 casos reportados e 32 com sérias reacções inflamatórias intra-oculares. Portanto se para nós leigos, esta questão é agora objecto de discussão para a comunidade oftalmológica ela não é desconhecida.

Os recentes acontecimentos ocorridos no Hospital de Santa Maria, com a utilização desta substância, colocam no centro da discussão a "Segurança dos Pacientes" e a sua importância no processo de qualidade total das nossas organizações.

É importante que mesmo que apuradas as circunstâncias (?), enquadradas na informação reportada e publicada a nível mundial, se façam várias perguntas: a Comissão de Farmácia e Terapêutica do HSM aprovou a droga? os doentes tiveram conhecimento e aceitaram ser tratados com uma droga que não estava aprovada para este fim pelo INFARMED ?

A todos não posso deixar de perguntar, e se este "acidente" não tivesse envolvido o Hospital de Santa Maria, um serviço universitário dirigido por um professor universitário, teriam sido o Hospital e os médicos tratados com tanta tolerância por parte da imprensa, dos políticos da oposição e teriam recebido tanta solidariedade por parte dos pares, SPO e OM. Se a situação tivesse ocorrido noutro Hospital, não se teria já pedido a demissão do Ministro da Saúde, do Director do Hospital, etc. Que esta situação nos faça pensar a todos, primeiro nos doentes e nos seus direitos e depois na sua segurança.

haquim avicena

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terça-feira, julho 14

A obrigação de Informar


O DN traz hoje (13.07.09) nas páginas 2 e 3 , um trabalho sobre a utilização do sector privado por parte dos portugueses e o Editorial sobre o mesmo tema.
Matéria interessante, como interessante é a pergunta do editorialista sobre as posições do PS e PSD sobre SNS/Sistema Nacional da Saúde.
Acontece que, só por "distracção", deficiente trabalho de casa, interesse comercial (os grupos privados sempre vão garantindo alguma publicidade) ou sã provocação, nem a jornalista, nem o editorialista do DN se deram ao trabalho de referir, a propósito, as recentes conclusões do trabalho do Prof. Manuel Villaverde Cabral, apresentado nas Comemorações do SNS.
Bastaria uma vista de olhos ao livro ou aos poucos artigos publicados sobre o tema , para, pelo menos, terem incluído nos seus trabalhos o necessário contraditório.
É que, à parte as consultas da especialidade e a recuperação das listas de espera, milhares de portugueses que ao longo dos últimos anos, se viram obrigados a fazer seguros de saúde por causas das Hipotecas, continuam a preferir o SNS.
O estudo de Villaverde Cabral link diz isso mesmo: "O número de hospitais e clínicas privadas tem aumentado, mas ainda assim os portugueses continuam a recorrer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). De 2001 para 2008, a percentagem de utilizadores do serviço público subiu de 84,8 por cento para 89,9 por cento, enquanto a percentagem dos portugueses com seguros de saúde manteve-se perto dos 11 por cento."

Num momento de crise económica e social, em que a classe média se aproxima do SNS, nada melhor que dar uma mãozinha aos privados.
Já agora e para quem não saiba, MFL faltou recentemente à Conferência sobre o SNS prevista para OM Sul.

Avicena

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sábado, maio 30

O MS que se cuide...

O Jornal "El País" na sua edição de 29 de Maio de 2009, pública um conjunto de artigos onde faz o balanço da Saúde da Região de Madrid, governada há vários anos por Esperanza Aguirre do Partido Popular, apontada como uma eventual substituta de Rajoy à frente do PP.
O balanço é negro, aumento das listas de espera cirúrgicas, adiamento de construção de 55 centros de saúde por falta de financiamento, adiamento na aprovação da lei que permitiria a livre escolha de médico dentro da região são alguns dos aspectos focados no dossier.
Mas ainda mais preocupantes são as conclusões de um relatório da Inspecção do Trabalho sobre seis novos Hospitais inaugurados há menos de um ano e geridos em PPP parcial, o sector público gere a actividade clínica e os Privados são proprietários do edifício e gerem os serviços de suporte por trinta anos (PPP à maneira de Todos os Santos e Algarve).
Son cosas muy básicas, que uno ni se imagina que puedan faltar en un hospital: sillas de ruedas, grúas para levantar de la cama a los pacientes que no pueden moverse, cuñas para que hagan sus necesidades. También sorprende que en los quirófanos se acaben los guantes, las mascarillas y los gorros y no lleguen los suministros a tiempo. O que los trabajadores de un servicio tengan que darse un viaje a Ikea a comprar mesas y sillas para poder trabajar.” link
O Ministério da Saúde que se cuide e ponha os olhos nisto.
Avicena

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quinta-feira, março 12

O exemplo das USFs


Eles andam por aí…
Ar modernaço, radical. Vigilantes. Dando-se ares de vanguarda. Sempre prontos a criticar. A ver mais longe. A adivinhar perigos e embustes. Não se empenham nem negoceiam, não captam o essencial. Preocupados com o acessório, o secundário.
Autores de repetidos epitáfios à Reforma: O número de USF's não chegaria às 50… às 100... O Governo não aprovaria o Modelo B. As ARS's não pagariam pelo Modelo B. O Governo não aprovaria o Decreto-lei do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES). As Portarias de constituição dos ACES não seriam aprovados pelas Finanças. Os Directores Executivos seriam instrumentalizados pelo PS.
Etc. Etc.
Agora, um ano depois, descobriram que os ACES não têm autonomia financeira e personalidade jurídica. E tratam de inventar este problema extraordinário à volta dos Fundos de Maneio. Descobriram, uma vez mais, essa grande novidade, que o fim da Reforma está para breve.
O verdadeiro problema, é que, por debaixo da capa de radicais progressistas, de guardiães da Reforma. Esconde-se ... «o velho, de aspecto venerando, que ficava nas praias, entre a gente. Postos em nós os olhos, meneando. Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando. Que nós no mar ouvimos claramente. Um saber só de experiências feito . lançando avisos sobre a odisseia prestes a começar.»

Meus caros, em vez de se consumirem, torturarem com coisas sem importância, era bom (se não estiverem de má fé) que lessem com olhos de ler o Relatório da Comissão Consultiva da Reforma, e percebessem que o essencial da Reforma ainda está para acontecer. Que a prioridade se mantêm na criação de mais USF's, na construção das novas unidades com rigor, com princípios, com "Marca". Que é na construção da governação clínica, na função de apoio, na planeamento e na contratualização que se devem concentrar as preocupações dos reformistas. Que importa fazer explodir para cima e para os lados o exemplo das USF's (como ouvi em Aveiro). Deixem para lá os fundos de maneio, as burocracias e os pequenos poderes. Não vale a pena preocuparem-se com isso.

O verdadeiro problema, é que, no mesmo Barco seguem também muitos daqueles que nos últimos 25 anos se tornaram peritos em pôr paus e pedras na engrenagem (nas Direcções de Serviço, nas Sub-regiões, nas Direcções dos CS's). Os do costume. Uns e outros, face da mesma Moeda: Reforma e Contra-Reforma.
Ah, e não se esqueçam que os defensores do 60/2003, andam por aí.

Avicena

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sexta-feira, fevereiro 13

RCE (2)

O post que connosco o Xavier partilhou link referia que o Presidente Obama, tinha incluído no "pacote de estímulo" para a economia, "a atribuição de incentivos para os utilizadores de registos clínicos electrónicos (EHR – electronic health records), a partir de 2011". E a sua expansão até 2016, através de mecanismos incentivos/coimas.
Por cá, apesar das dificuldades com a largura de banda, as hesitações nas escolhas das aplicações/registos clínicos electrónicos, reclamações de concursos, etc., estamos muito à frente dos EUA. Nos últimos 4 anos fizeram-se progressos enormes.
Hoje a grande maioria dos médicos de família e enfermeiros dispõem de registos clínicos electrónicos, prescrevem electrónicamente, e dispomos ainda de aplicações no mercado desenvolvidas entre nós para cuidados de saúde primários.
No que se refere à aplicação Alert P1, não percebo o que é que ela tem de impessoal. É que resolvidos os problemas de interface com as outras aplicações (tardiamente resolvidos pela entropia do sistema), pela primeira vez o médico de família, tem a a oportunidade de referenciar clínicamente, de acordo com pressupostos anteriormente negociados, e enviar o seu pedido ao médico triador, escolhido pelo responsável do serviço que oferece a consulta. Claro que existem desconformidades, para além das técnicas, largura de banda, que remetem para as dificuldades entre níveis de cuidados, alicerçadas na falta de diálogo, na posição de supremacia dos médicos hospitalares sobre os de primeira linha, na gestão interna das consultas de primeira vez, capturadas a partir do Hospital (raramente os CS conseguem ter acesso a mais do que 30% de 1.ªs consultas dos Hospitais).
No que se refere aos hospitais, para além de boas práticas conhecidas do Hospital Santo António, Hospital do Espírito Santo - Évora e da Figueira, quisessem as lideranças médicas tomar em mãos o Registo Clínico Electrónico e outro galo cantaria. E o que dizer da informatização da esmagadora dos Serviços de Urgência, e do manancial de informação clínica para apoio à gestão e à governação clínica. É claro que podemos fazer melhor e mais depressa, que podemos ter sistemas de registos clínicos integrados, mas no que se refere aos RCE não nos precisamos de baixar ao que vem lá do lá do Atlântico. Basta olhar para os progressos de internacionalização que a Alert Sciences tem feito pelo mundo fora.
Avicena

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domingo, fevereiro 8

Andam aí...

foto JMF
Andam e estão por aí, uns desaparecidos, outros escondidos e alguns mesmo aparentemente reconvertidos. Mas quando menos se espera, o calor do palco, o brilho das luzes feéricas dos holofotes, derrete-lhes a capa e lá se vai a aparência e compostura.
Vêm estas palavras a propósito das recentes declarações do presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Portugal, na sessão de encerramento das Jornadas sobre os 30 anos do SNS, no Hospital de Santa Maria. Onde o ex-assessor da cintilante Secretária de Estado da Saúde do tempo de Santana Lopes, Regina Bastos, defendeu, a propósito do SNS, que deveriam "ficar de fora aquelas pessoas que menos precisariam do SNS",
link obrigando a Ministra da Saúde, também presente, a defender a manutenção do Serviço Nacional de Saúde (SNS) equitativo, universal e tendencialmente gratuito, tal como está legislado.
Ao contrário de PKM, recentemente convertido ao "neo-socialismo", RP, investido de presidente, não resistiu ao palco da fama, e deu asas ao seu habitual prolixo discurso,

Não sei o que levou Ana Jorge, a escolher tal personalidade, mas com amigos destes quem precisa de inimigos.

Avicena haquim

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quinta-feira, dezembro 4

Cuidados domiciliários




Tive oportunidade de assistir à sessão de encerramento do Programa da Semana de Cuidados Continuados, e posso dizer-vos que valeu a pena. Valeu a pena conhecer o que de bom se tem feito pelo país nesta área, ouvir os testemunhos de profissionais empenhados e motivados, perceber que esta talvez seja a jóia da coroa da Reforma dos Cuidados de Proximidade, pela solidez das ofertas e pelos resultados. Pena é que ainda não tenha chegado a Lisboa, e por isso não tenha tido a visibilidade que merece junto dos mídia e dos fazedores de opinião.

Dispondo de quase três mil camas, com o objectivo de se aproximar no próximo ano do dobro. A RNCCI abrangeu em 2 anos 14.749 utentes, dos quais 10.307 passaram pelos internamentos, com taxas de ocupação elevadíssimas. Vale a pena passar os olhos pelo vídeo institucional colocado na página da UMCCI link, mas ficarão ainda mais surpreendidos se virem o vídeo da ARS Algarve sobre Cuidados Continuados Integrados Domiciliários, que naquela região abrange mais de uma dezena de equipas e mais de 1500 doentes diariamente,
link. Diz-me quem conhece a experiência, que não se trata de propaganda, fantástico !
avicena

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Testes gratuitos


Alguns dos nossos Bloggers, encarnam aquela velha máxima de serem mais papistas que o Papa. Veja-se o caso do "Postador" que classifica a medida de "sendo positiva, peca por tardia e pelos piores motivos", depois ficamos a saber "agora a Ministra vai ter que explicar como vai promover mais testes e assumir objectivos". Talvez o Postador não tenha lido o discurso da Ministra "Para fomentar o aumento da detecção precoce da infecção e combater o subdiagnóstico, o Ministério da Saúde decidiu que o teste para a detecção de anticorpos contra o VIH1 e VIH2 será gratuito para todos os utentes do SNS", se tivesse lido percebia que isto nada tem de transcendente, isto é os testes prescritos pelos médicos SNS passam a ser gratuitos, tal como já o são os testes realizados nos CAD fixos ou móveis.

Afinal, o Parlamento Europeu só aprovou no dia 20 de Novembro uma Resolução que exorta "a Comissão e os Estados-Membros a garantirem o acesso aos testes, que devem continuar a ser gratuitos e anónimos", link.
Enfim há muita a gente a sofrer da inveja e mesquinhez de que tanto fala José Gil.

Avicena

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terça-feira, dezembro 2

Sida, casos notificados


Desde 2001 a principal categoria de transmissão é heterossexual.
avicena

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quarta-feira, outubro 29

HPV


Arrancou em 27.10.08, a vacinação contra as infecções por Vírus do Papiloma Humano (HPV), destinada às jovens portugueses que completem 13 anos até ao final do corrente ano.
A integração desta vacina no Plano Nacional de Vacinação foi anunciada pelo primeiro ministro, José Sócrates, com pompa e circunstância (nov 07). Tendo o Governo disponibilizado para já 14 milhões de euros para aquisição da vacina Gardasil. A fornecer pela Sanofi Pasteur, seleccionada através de concurso público (55 euros a unidade) derrotando na negociação final a proposta da GSK (39,39 euros), devido à quadrivalência da vacina apresentada a concurso(protecção dos tipos 16, 18, 06 e 11 do HPV) .

No comunicado da DGS pode ler-se: link
«A vacina Gardasil é a única vacina contra infecções por Vírus do Papiloma Humano (HPV) licenciada nos EUA, tendo já sido comercializadas, em todo o Mundo, mais de 36 milhões de doses.
Assim, com base na evidência científica existente à data e disponibilizada por instituições de referência mundial (CDC e FDA), a DGS, em articulação com o INFARMED, considera que a vacina Gardasil® é segura e efectiva.
Por esta razão, a DGS mantém a recomendação de vacinar, no âmbito do Programa Nacional de Vacinação, as jovens de 13 anos de idade.»
Comunicado da DGS

Há, porém, quem não partilhe do optimismo da DGS no que concerne à evidência cientifica dos resultados da vacina link

(...) Despite great expectations and promising results of clinical trials, we still lack sufficient evidence of an effective vaccine against cervical cancer. Several strains of human papillomavirus (HPV) can cause cervical cancer, and two vaccines directed against the currently most important oncogenic strains (i.e., the HPV-16 and HPV-18 serotypes) have been developed. That is the good news. The bad news is that the overall effect of the vaccines on cervical cancer remains unknown. As Kim and Goldie1 point out in this issue of the Journal, the real impact of HPV vaccination on cervical cancer will not be observable for decades.(...)

In the meantime, there has been pressure on policymakers worldwide to introduce the HPV vaccine in national or statewide vaccination programs. How can policymakers make rational choices about the introduction of medical interventions that might do good in the future, but for which evidence is insufficient, especially since we will not know for many years whether the intervention will work or — in the worst case — do harm?
(...)

The model presented by Kim and Goldie is well done and ambitious, and it includes most of these factors. They conclude that under certain assumptions, vaccinating 12-year-old girls is associated with an incremental cost-effectiveness ratio of $43,600 per QALY gained, whereas adding a catch-up program for older girls and women is not cost-effective.
However, their base-case assumptions are quite optimistic. They presume lifelong protection of the vaccine (i.e., no need for a booster dose), that the vaccine has the same effect on preadolescent girls as on older women, that no replacement with other oncogenic strains of HPV takes place, that vaccinated women continue to attend screening programs, and that natural immunity against HPV is unaffected. Whether these assumptions are reasonable is exactly what needs to be tested in trials and follow-up studies. If the authors' baseline assumptions are not correct, vaccination becomes less favorable and even less effective than screening alone. For example, as shown in the article, if the protection of the vaccine wanes after 10 years, vaccination is much less cost-effective and screening is more effective than catch-up programs.
With so many essential questions still unanswered, there is good reason to be cautious about introducing large-scale vaccination programs. Instead, we should concentrate on finding more solid answers through research rather than base consequential and costly decisions on yet unproven assumptions. "Human Papillomavirus Vaccination — Reasons for Caution", Charlotte J. Haug, M.D., Ph.D. nejm 21.08.08
haquim avicena

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segunda-feira, outubro 20

iBank

Health Innovation Bank, base de dados online que tem por objectivo a divulgação de projectos e iniciativas com inovação em saúde, a criação de novas parcerias e projectos e a promoção do conhecimento de novas áreas de inovação na saúde. link

Um dos projectos que poderá ser consultado no iBank:
ELSA - Estratégias locais de saúde- Local Health Strategies in a networked society link
Project Coordinator: Prof. Constantino Sakellarides
Project Manager: Casimiro Dias
Ojectivos: Develop a demonstration network to create and test tools for the definition and implementation of Local Health Strategies (LHS) . Develop an information and communication system to promote spaces of constructive dialogue and negotiation between the stakeholders, at local, national and European level.

haquim avicena

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Reform

Should Make Health the First Item of Business link(...) Indeed, despite this disproportionate spending, the Commonwealth Fund survey found that more than a third of US adults reported having gone without needed health care in 2007 because of costs. More than a quarter, or approximately 50 million people, were without health insurance for at least part of the previous year. Compared with 38 million people in 2001, this increase provides little endorsement of free market approaches to the problem link
Further, the survey found that 72 million (or 41% of) working-age adults faced serious financial problems from medical bills, which resulted in more than one-quarter becoming unable to pay for food, heat, or rent . Ironically, these burdensome payments largely go to fund inefficiency, with health insurance administrative costs in the US running 30%–70% higher (as a proportion of total health spending) than in countries with more efficient public/private insurance systems (such as Germany, Switzerland, and the Netherlands). In other words, if the US could reduce these administrative costs to levels that European countries have already achieved, more than US$50 billion per year could be redirected to improve access to actual heath services(...)
link PLoS Medicine , Published: 14.10.08 .

haquim avicena

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quinta-feira, outubro 16

Portugal, boas práticas



O “Relatório da OMS 2008 - Primary Health Care – Now More Than Ever”, link refere Portugal como exemplo de boas práticas. Que levaram à redução das taxas de mortalidade infantil, metade em cada oito anos, até aos actuais três por 1000 (2006). Em pé de igualdade com os níveis do resto da Europa Ocidental.
Por sua vez, a esperança de vida cresceu nove anos desde 1978. link
Pese embora, haja a registar o desenvolvimento de alguns desequilíbrios como o reforço do hospitalocentrismo, carência de médicos e enfermeiros e a utilização intensiva das urgências hospitalares.

haquim avicena

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quinta-feira, setembro 25

Health for All


"Speech" do Dr. Halfdan Mahler, Director Geral da OMS de 1973-1988, por ocasião de uma das sessões da última Assembleia Mundial da Saúde, a 61.ª. Vale a pena lê-lo e recordar que nas últimas décadas muitas vozes e "cabeças" de fazedores de opinião e de políticas de saúde, uns no activo outros não, alguns andam por aí (ou já andaram) pelas Universidades, pelos serviços, pelas Associações e mesmo pelos corredores do poder, a denegrir os princípios de Alma-Ata, "Health for All". Que eram coisas para os países periféricos e pobres, que não se aplicava aos países desenvolvidos. Fugiam como o diabo da cruz, quando ouviam falar de justiça social, equidade ou participação comunitária.

A primeira das interrogações de Mahler deve merecer de todos uma resposta reflectida e comprometida: "Are you ready to address yourselves seriously to the existing gap between the health "haves" and the health "have-nots" and to adopt concrete measures to reduce it?"
link

haquim avicena

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quarta-feira, setembro 24

Private medicine is not the answer


The way that health systems are organized, financed and managed is important. Improved performance is critical, even in countries with some of the best life expectancies, and the best health systems in the world. link

The rise of chronic diseases has uncovered further problems. It has demonstrated the burden of long-term care on health systems and budgets. It has revealed the catastrophic costs that drive households below the poverty line.
It has shown us the bitter irony of promoting health as a poverty-reduction strategy at a time when the costs of health care can themselves be a cause of poverty.
Prevention is by far the better option, and this requires behaviour change and coherence of government policies. At the same time, the main risk factors for chronic diseases lie beyond the direct control of the health sector.
In other words, the response to chronic diseases and many other health problems requires efficiency, fairness, and multisectoral action.
The values of equity, social justice, and universal coverage are solidly present in the Tallinn Charter. As the document before this Committee notes, these common values play a central role in health decision-making all across Europe.

The primary health care approach, as articulated in 1978, was almost immediately misunderstood. It was a radical attack on the medical establishment. It was utopian. It was confused with an exclusive focus on first-level care. For some proponents of development, it looked cheap: poor care for poor people, a second-rate solution for developing countries.
After 30 years, primary health care is no longer so deeply misunderstood. The ministerial conference has helped return primary health care to its original meaning. This is a rational approach to fair and efficient, good quality care. And its values, principles and approaches have relevance in rich and poor countries alike.
The Tallinn Charter drew on work that followed the Commission on Macroeconomics and Health. This work showed that health is not a drain on resources. Instead, it is a producer of economic gain.
A health system is not a burdensome money-guzzling duty. It is a strategic opportunity. A health system provides a strategic opportunity to manage health in a foresighted, proactive way. And it provides a strategic opportunity to manage the dynamic two-way relationship between a nation's health and its wealth.

Let us be frank. In most countries, an appeal to the value of health equity will not be sufficient to gain high-level political commitment. It will not be enough to persuade other sectors to take health impacts into account in all policies.
This is why I believe the work being done in this region is so important. You have elaborated a range of policy tools, incentive schemes, and legal and regulatory instruments for improving the performance of health systems.
You have done so based on solid evidence. And you have used some powerful – and persuasive – economic arguments.
Primary health care is quality health care. This is health care that requires resources. This is an approach that must be supported by powerful arguments and persuasive evidence. And this is an approach that requires enormous political courage.
haquim avicena

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sexta-feira, julho 25

Salvador Allende


No passado dia 26 de Junho de 2008, iniciaram-se as comemorações do 100.º aniversário do nascimento de Salvador Allende, com honras de chamada às primeiras páginas dos principais jornais da comunidade ibero-americana, Espanha incluída. Por cá a ocasião passou desapercebida ou foi relegada para uma pequena notícia nas páginas interiores dos jornais. Pura ignorância, desatenção ou indiferença.

Estudante de medicina (1927), socialmente comprometido, dirigente estudantil universitário, suspenso dos estudos e da actividade política e associativa em 1931, completou o curso de medicina em 1933. Socialista convicto, eleito como deputado pela primeira vez em 1937, assume o cargo de Ministro da Saúde em 1939 num Governo de Frente Popular. É dessa época o texto "Realidad médico-social chilena" onde descreve as condições de saúde do povo chileno e identifica a necessidade de realizar profundas reformas que tenham por base a melhoria das condições socioeconómicas.

Senador da República entre 1945 – 1970, torna-se na figura máxima do socialismo chileno, candidato derrotado à Presidência da República em 1952, 1958 e 1964, assume-se como o político médico mais influente, dirigindo o Colégio Médico do Chile de 1949 a 1963 e contribuindo ao longo desses anos para a expansão da saúde pública.

Por muitos considerado como um idealista e romântico, encarnando a esperança de uma sociedade mais justa, eleito Presidente da República em 1970 com o apoio de 36% do eleitorado, Allende e o Governo de Unidade Popular iniciam um programa de transformações do capitalismo em socialismo, num processo que vai ficar conhecido como a "a via chilena para o socialismo".

Ao assumir a Presidência, Allende confia a Saúde a profissionais reconhecidos e comprometidos com o programa da Unidade Popular que pretendia: "Asegurar la atención médica y dental, preventiva y curativa a todos los chilenos, financiada por el Estado, los patrones y las instituciones de previsión. Se incorporará la población a la tarea de proteger la salud pública."

Cercado pelo aparelho de Estado, pela maioria parlamentar de centro-direita, pelas Forças Armadas, pela maioria dos média, pelos grandes empresários, que paulatinamente vão tecendo um plano golpista com o apoio do governo e Nixon/Kissinger, decide convocar um plebiscito comprometendo-se a abandonar o Governo se derrotado.

Na manhã de 11 de Setembro de 1973, o dia escolhido por Allende para anunciar o plebiscito, eclode o Golpe Militar.

Recusa-se a renunciar e decide pagar com a vida a lealdade ao povo, resistindo até á morte na residência presidencial " Palacio de La Moneda".

"Mis palabras no tienen amargura, sino decepción, y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron… Yo no voy a renunciar… Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo… Tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo, donde la traición, pretende imponerse. Sigan ustedes, sabiendo que mucho más temprano que tarde, de nuevo, abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor."

Avicena haquim

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quinta-feira, julho 3

Boas notícias


É claro que as "boas notícias" nunca são notícia, mesmo aqui no Saúde SA.

Os programas de recuperação de listas de espera cirúrgicas existem desde 1995, o SIGIC desde 2004, mas até aqui nunca se tinha resolvido o problema da melhoria de acesso às primeiras consultas.

O que sabemos do que está publicado, relatórios da IGAS, do TC e dos INS é que mais de metade das consultas da especialidade se fazem no privado, sem que as várias administrações, os vários administradores, alguns aqui comentadores, conseguissem alterar o quer que fosse. Isto é, a porta das primeiras consultas permaneceu fechada, com performances muito abaixo da capacidade instalada. Foi necessário vir alguém de fora do sistema para o desregular pela primeira vez a favor dos cidadãos e a favor do SNS. Com algum "populismo" à mistura. Mas se não fosse esta entidade a colocar pressão sobre os oftalmologistas, tudo continuaria como sempre. Ou seja, dispúnhamos de um mecanismo de recuperação, o SIGIC, mas os interessados continuariam a empurrar os doentes para o sector privado onde se cobram valores entre 1.500 a 2.000 euros por catarata, dependendo da região e do "artista".

Foi necessário ao que sei, no caso de Faro, que alguém se enchesse de brios em defesa dos seus conterrâneos (esteve fora muitos anos), propondo ao Hospital Faro, a recuperação da lista de espera com os recursos do Hospital, a preços de SIGIC, mas com uma pequena "nuance" negociada em boa-hora pelo CA daquele Hospital: a obrigação da equipa de efectuar por cada cirurgia uma primeira consulta, ou seja, em números redondos, 100 cirurgias + 100 consultas por mês.

A pressão subsequente com mais idas a Cuba, com a vinda do Oftalmologista espanhol ao Barreiro e a chegada do acordo com os cubanos às portas de Lisboa, permitiu criar condições para o PIO, e para a aceitação por parte dos oftalmologistas de realizarem 2,5 primeiras consultas por cada cirurgia.

No entanto, há quem diga que estas não são boas notícias, que se premeia o infractor. É pena que continuemos a discutir patranhas do Governo, práticas internacionais, a falência do sistema (mas alguma vez foi diferente? Então o nosso sistema não foi sempre misto de financiamento e prestação, alguma vez as consultas da especialidade foram feitas na sua maioria no sistema público?), em vez de nos concentrarmo-nos nesta oportunidade e mantermos a pressão sobre o governo, as administrações e os médicos e exigirmos os mesmos objectivos, por exemplo, para a Ortopedia, e, sobretudo, não nos esquecermos das pessoas, no caso dos muitos milhares que passaram a ver. Esses não querem saber das patranhas do Governo, das boas práticas internacionais ou da falência do sistema, sabem que foram operados num Hospital público e serão aliados para a defesa do SNS. Que os princípios não nos ceguem!
Avicena

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domingo, junho 8

HHs privados


José Carlos Peixoto , coordenador da rede de prematuros lança o alerta. link
"Os hospitais privados que estão a abrir têm em regra um serviço de neonatologia, o que não se justifica, nomeadamente porque Portugal não tem, felizmente, um número de prematuros que o justifique". Ocorrem cerca de mil casos anuais. Estes serviços não têm massa crítica para ter uma resposta eficiente, porque o número de especialistas é reduzido".
Adicionalmente estão a retirar-se recursos humanos aos hospitais que estão vocacionados para prestar esse tipo de cuidado e que no País são 22 unidades. O problema agrava-se com o défice de especialistas disponíveis para fazer urgências.
José Carlos Peixoto estranha que a Comissão Nacional Materno-neonatal, que costumava dar pareceres prévios à abertura desta valência em hospitais, não tenha emitido um parecer nos últimos dois anos.
link DN 07.06.08

Avicena

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sexta-feira, maio 30

Sicko 2008


A entrevista do Prof. Miguel Gouveia link revela alguma falta de modéstia e está recheada de hipocrisia. Para quem tão bem conhece o tema, sistemas de saúde, esqueceu-se o Professor de explicar que os "pequenos" sistemas das caixas de previdência foram construídos durante o Estado Novo, com base em organizações corporativas controladas pelo estado fascista, bem longe do enquadramento da época bismarckiana, das monarquias constitucionais, dos ventos dos movimentos sindicais, das ideias socialistas e da revolução industrial. Portugal só teve em 1946 uma Federação das Caixas de Previdência e uma Lei da Assistência Hospitalar, enquanto que a Prússia tinha optado por um sistema de seguro social em 1883. Esquecendo-se que o país apresentava uma baixa capacidade para financiar a saúde, 2.8% PIB em 1970, que dispunhamos de uma cobertura de cerca 86% da população à data do 25 de Abril, que o complexo médico-industrial era incipiente, centrado nos médicos 8.156 em 1970, dispunhamos apenas de 13.797 enfermeiros (quem cuidava dos doentes eram ajudantes de enfermagem) e que a profissão médica acumulava diversas ocupações face à debilidade financeira das instituições públicas. Fala do SNS como se a Lei Arnaut alguma vez tivesse sido implementada, esquecendo que vivemos num sistema misto quer de financiamento quer de prestação, onde o sector privado sempre deteve uma fatia choruda do orçamento através das convenções. O último parágrafo, poderia ser passado para cinema por qualquer guionista de LA e figurar mais tarde num excerto de um qualquer documentário realizado sobre "como acabar com sistemas de saúde públicos". Se o Saúde SA instituir um Prémio "SICKO 2008" pode desde já contar com a minha proposta de nomeação do Professor Miguel Gouveia.
Avicena

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