quarta-feira, julho 11

Partos em Badajoz, experiência exemplar

hospital infanta cristina


A
experiência portuguesa na área obstrétrica em Badajoz é como diz MD, uma "experiência exemplar".

Fundamentalmente, por 6 razões:

1.) pela prontidão da resposta - parece-me que ainda não houve casos partos em trânsito (todos sabemos do que estou a falar);

2.) pelo apoio obstétrico alargado e programado (a partir da 20ª semana da gravidez) que evita acidentes de percurso;

3.) em meados de junho deste ano, já se tinham realizado 260 partos,
entre eles 50 por cesariana (cerca de 20%). Um percentil mais próximo dos indicadores europeus.

4.) Em termos custos a opção Badajoz tem-se revelado mais eficiente, em termos de internamento. (1.675 € versus 2.619€ no H. S. Luzia -Elvas)

5.) em termos de satisfação das parturientes é notória a preferência por Badajoz em detrimento de Évora ou Portalegre (convenhamos mais distantes e menos cómodas)

6.) desconheço se existem dados disponíveis relativos à qualidade da assistência pediátrica neonatal, mas a amostragem é, ainda, curta.

Depois, de enumerar um conjunto de itens sobre a experiência de Badajoz, que me apraz registar, resta-me salvaguardar a "atipicidade" deste caso em termos de proximidade geográfica. Deslocar-se de Elvas ao Hospital Materno Infantil de Badajoz será assim como os lisboetas deslocarem ao "futuro" IPO de Oeiras-Barcarena.

Mas todos sabemos que eventuais problemas com as maternidades não residem na criação da nova rede, mas no apetrechamento técnico e humano das que estão no activo e, nomeadamente, no apoio pré-parto e na acessibilidade ("na hora") ao respectivo Hospital de referência.

Por outro lado, não devemos ocultar que a Comissão Nacional da Saúde Materna e Neonatal tentou criar uma Rede de Referência Materno-Infantil, cuja implementação no terreno é um enigma...

É que o caso Elvas-Badajoz sendo exemplar, interessa avaliar a globalidade e funcionalidade da nova rede. Cerca de 300 partos não fazem a Primavera...

PS - Espero que não venham a existir os "crónicos" atrasos da Administração Portuguesa nos pagamentos devidos à Junta da Extremadura.

A suceder, depois da exemplaridade mencionada, seria pior do que cuspir na sopa...
É-Pá