CC, o menos popular
Do XVII Governo Constitucional
Goste-se ou não, o ministro da saúde, António Correia de Campos, temos de reconhecer, ao fim de dois anos e meio de governação, tem resultados para apresentar que não enganam.
Controlo dos gastos em Saúde, melhoria do acesso aos cuidados de saúde (+ consultas + cirurgias), aumento de ganhos em Saúde, reforma da rede de cuidados primários; criação de USF, criação da Rede de Cuidados Continuados Integrados, trabalhos de casa feitos em relação à sustentabilidade do SNS, reforma da rede de urgências, liberalização da propriedade das farmácias, redução do preço dos medicamentos, alargamento da rede do SNS a novas áreas de cuidados: IVG, saúde oral.
«Começa a ser cada vez mais difícil dizer mal deste ministro», diz o saudepe.
Não é o que conclui o Barómetro Marktest, Junho 2007, que coloca CC na última posição, entre os ministros do XVII Governo Constitucional, com 39.9% negativos.
Como explicar este défice de popularidade?
Segundo o próprio, não o incomoda ser o ministro mais impopular. Incomodava-o, sim, ser o ministro mais popular, sinal que não estaria a fazer nada neste Governo.(JP, 05.08.07).
«Uma reforma desta dimensão não se faz sem alguma legítima incompreensão inicial ou mesmo sem desagradar a alguma ilegítima posição instalada. Reforma significa nova forma, mudança para melhor. Demora tempo e energias a explicar? Pois demora, mas compensa» (CC, assinatura dos protocolos minhotos).
Para lá do bom trabalho e dos resultados positivos conseguidos, penso que CC não deve esperar. Deve fazer algo, quanto antes, para melhorar a imagem.
Por exemplo, rodar assessores. Refrescar a equipa do MS. Nomear secretário de estado, o professor António Ferreira. Perderá o Hospital de São João, EPE. Ganharemos todos.
Controlo dos gastos em Saúde, melhoria do acesso aos cuidados de saúde (+ consultas + cirurgias), aumento de ganhos em Saúde, reforma da rede de cuidados primários; criação de USF, criação da Rede de Cuidados Continuados Integrados, trabalhos de casa feitos em relação à sustentabilidade do SNS, reforma da rede de urgências, liberalização da propriedade das farmácias, redução do preço dos medicamentos, alargamento da rede do SNS a novas áreas de cuidados: IVG, saúde oral.
«Começa a ser cada vez mais difícil dizer mal deste ministro», diz o saudepe.
Não é o que conclui o Barómetro Marktest, Junho 2007, que coloca CC na última posição, entre os ministros do XVII Governo Constitucional, com 39.9% negativos.
Como explicar este défice de popularidade?
Segundo o próprio, não o incomoda ser o ministro mais impopular. Incomodava-o, sim, ser o ministro mais popular, sinal que não estaria a fazer nada neste Governo.(JP, 05.08.07).
«Uma reforma desta dimensão não se faz sem alguma legítima incompreensão inicial ou mesmo sem desagradar a alguma ilegítima posição instalada. Reforma significa nova forma, mudança para melhor. Demora tempo e energias a explicar? Pois demora, mas compensa» (CC, assinatura dos protocolos minhotos).
Para lá do bom trabalho e dos resultados positivos conseguidos, penso que CC não deve esperar. Deve fazer algo, quanto antes, para melhorar a imagem.
Por exemplo, rodar assessores. Refrescar a equipa do MS. Nomear secretário de estado, o professor António Ferreira. Perderá o Hospital de São João, EPE. Ganharemos todos.
9 Comments:
Em equipa ganhadora não se mexe. Há, no entanto, que fazer alguma coisa em relação aos cinzentões.
Os Americanos tinham a guerra ganha no terreno. Mas haviam perdido há muito o combate político. Por isso, tiveram de capitular.
Temperar a governação com "mais pedagogia, mais explicação, mais detalhe na comunicação com os cidadãos", não chega.
CC precisa de nos surpreender com algo mais.
O saudepe deveria sustentar as afirmações com dados objectivos. Saúde oral no SNS? Onde?
USF? Quantas?
Liberalização da propriedade? Em que DL?
Redução dos preços dos medicamentos? Para o doente?
Reforma da rede de urgências? Reforma é redução?
Aumento de ganhos de saúde? etc., etc.?
- Espelho meu, espelho meu, há alguém pior do que eu?
- Há sim, os cinzentões !
Concordo com todas as questões postas pelo Sá Peliteiro.
Quando não é um rol de chavões sem sustentação e alguns até errados ou mal tratados.
Mas vejam-me esta peça de uma argúcia política notável que vai deixar todos, incluindo PM e PR com os cabelos em pé. E o significa de arrogância e determina que quem assim fala não deve fazer trabalho político:
Incomodava-me, sim, ser o ministro mais popular, sinal que não estaria a fazer nada neste Governo.
O Mestre falou e disse !
Caro Peliteiro
Agradeço o seu comentário .
Respondo-lhe lançando-lhe algumas perguntas como resposta.
a) - Não é verdade que a despesa do SNS com medicamentos no tempo do LFP crescia dois digitos ao ano?
b) - Não é verdade que CC decretou em dois anos consecutivos a descida do preço dos medicamentos em 6%?
c) - Não é verdade que no exercício de 2006, pela primeira vez em muitos anos, as despesas não ultrapassaram o orçamento da Saúde deste ano?
d) - Não é verdade que a propriedade das farmácias deixou de ser propriedade exclusiva dos farmacêuticos?
e) - Não é verdade que a produção do SNS no ano de 2006 cresceu em relação à registada no ano anterior (+ consultas, + cirurgias, + atendimentos em hospital de dia)?
f) - Não é verdade que o SNS está a assistir as mulheres que querem fazer IVG?
g) - Não é verdade que foi criado um novo esquema de reforço das comparticipações para os utentes mais pobres (óculos, proteses dentárias) ?
h) - Não é verdade que a criação das USF está a ser um êxito aumentando a cobertura e a qualidade do atendimento por parte dos médicos de família às populações ?
i) Na região Norte, onde reside o Peliteiro, os médicos de família já prescrevem todo o seu receituário medicamentoso "on line", bem como as consultas de especialidade e a informação de baixas e altas dos utentes desta região.
J) - A rede de cobertura pré hospitalar está a avançar em força.
k) - Estão a ser lançados concursos para adjudicação das farmácias hospitalares em vários hospitais aos quais o caro Peliteiro pode concorrer livremente;
l) Não é verdade que a Rede de Cuidados Continuados é um facto para dar assistência à população mais idosa?
m) Não é verdade que a ANF tem hoje mais poder de intervenção em novas áreas da saúde, em parte devido à politica deste governo. Por exemplo a exploração das farmácias hospitalares concessionadas.
A Saúde está a mudar tanto e tão aceleradamente entre nós que daqui a muitos poucos anos vamos achar ridiculo o tempo quepassámos a discutir estes pormenores. E se CC é (foi) um extraordinário Ministro que conseguiu reabilitar o SNS e melhorar os indicadores da saúde em Portugal
Um abraço.
Respondo-lhe lançando-lhe algumas perguntas como resposta.
a) - Não é verdade que a despesa do SNS com medicamentos no tempo do LFP crescia dois digitos ao ano?
R: Mantém-se o crescimento em dois digitos na maioria dos HHss Portugueses e na Medicina Familiar(cerca de 18% em 2006 ? - porque é que estes números não foram revelados) - a média só foi revelada mas feita à custa de muito poucos ! Mesmo assim ficou muito de empréstimo à Indústria Farmacêutica.
b) - Não é verdade que CC decretou em dois anos consecutivos a descida do preço dos medicamentos em 6%?
R: Foi, sem que a despeza privada em Saúde em Portugal, em relação à Europa, não continuasse a ser das mais elevadas.
c) - Não é verdade que no exercício de 2006, pela primeira vez em muitos anos, as despesas não ultrapassaram o orçamento da Saúde deste ano?
Simplesmente porque tinha um orçamento em que pela 1ª vez não houve sub-orçamentação. Mesmo assim quanto é que se ficou a dever aos credores que passou para 2007 ? Já agora quem é que sabe ler aquele número tão grande de débito à Indústria Farmacêutica.
d) - Não é verdade que a propriedade das farmácias deixou de ser propriedade exclusiva dos farmacêuticos?
R: Onde estão as farmácias que não são propriedade de farmacêuticos ? Aumentou o poder e a organização da ANF sob a capa de a atacar.
e) - Não é verdade que a produção do SNS no ano de 2006 cresceu em relação à registada no ano anterior (+ consultas, + cirurgias, + atendimentos em hospital de dia)?
R: É verdade manteve-se a tendência de aumento da produção que vinha já de anos anteriores e de uma nova cultura instituída - mesmo assim à custa dos Grandes HHss.
f) - Não é verdade que o SNS está a assistir as mulheres que querem fazer IVG?
R: Só no passado mês é que as coisas ficaram organizadas e são mais os problemas, mesmo políticos, que as realizações - já agora CC era a favor ou contra o aborto ?.
g) - Não é verdade que foi criado um novo esquema de reforço das comparticipações para os utentes mais pobres (óculos, proteses dentárias) ?
R: Sim mas o reforço é tal que ninguém deu por ele.
h) - Não é verdade que a criação das USF está a ser um êxito aumentando a cobertura e a qualidade do atendimento por parte dos médicos de família às populações ?
R: Aumentou a cobertura a uns milhares de cidadãos e criou problemas graves em centenas de Centros de Saúde. Ainda não é possível avaliar o Tsunami.
i) Na região Norte, onde reside o Peliteiro, os médicos de família já prescrevem todo o seu receituário medicamentoso "on line", bem como as consultas de especialidade e a informação de baixas e altas dos utentes desta região.
R: Viva a informática. CC devia era preocupar-se porque cada Hospital tem ferramentas informáticas que não conversam com as demais existentes e ainda menos com as dos restantes HHss.
J) - A rede de cobertura pré hospitalar está a avançar em força.
R: A força é tanta que já deve ter passado sem ninguém a ver. A não ser que seja a privada. Essa está a crescer em todas as vilas de Portugal. E porque o dinheiro habitualmente não se engana é porque está a pensar que o público vai trabalhar melhor !!
k) - Estão a ser lançados concursos para adjudicação das farmácias hospitalares em vários hospitais aos quais o caro Peliteiro pode concorrer livremente;
R: São para os proprietários das farmácias privadas tendo prioridade as mais próximas.
l) Não é verdade que a Rede de Cuidados Continuados é um facto para dar assistência à população mais idosa?
R: Essa rede de cuidados continuados está tão desenvolvida que uma boa parte das camas HHs da Região de Lisboa (7-10%)? estão ocupadas por doentes que já tiveram alta médica faltando a alta social.
m) Não é verdade que a ANF tem hoje mais poder de intervenção em novas áreas da saúde, em parte devido à politica deste governo. Por exemplo a exploração das farmácias hospitalares concessionadas.
R: AH. SIM. À ANF sob a capa de ódio tem destilado muito amor. É por isso que boa parte das perguntas anteriores são pouco escorreitas.
E se CC é (foi) um extraordinário Ministro que conseguiu reabilitar o SNS e melhorar os indicadores da saúde em Portugal
R: Exactamente (Europa dos 15.
1º lugar europeu em tuberculose
1º lugar europeu em SIDA
2º lugar europeu em gravidez da adolescência.
1º lugar europeu na morte infantil depois dos 2 anos.
Brilhante !
Um abraço.
Caro saudepe,
Vou tentar responder à sua resposta de perguntas:
a) - Não é verdade que a despesa do SNS com medicamentos no tempo do LFP crescia dois digitos ao ano?
É. Mas , no entanto, quando o impacto da redução administrativa dos preços cessar, isto é para o próximo ano, logo veremos se o mercado dos medicamentos não retoma o seu crescimento "natural" de dois dígitos. De facto, na minha opinião, CC nada fez de estrutural para suster o descontrolo na despesa com medicamentos.
Note ainda que os doentes em 2007 pagaram os medicamentos mais caros e que muitos muitos foram descomparticipados.
b) - Não é verdade que CC decretou em dois anos consecutivos a descida do preço dos medicamentos em 6%?
É. E depois? Isso é o mais fácil. Até o meu contabilista fazia isso. Como disse no ponto anterior, isto é uma "habilidade" de curto prazo que fica bem nas manchetes e dá aparência de reformismo. Mas não é reformismo, é um expediente.
c) - Não é verdade que no exercício de 2006, pela primeira vez em muitos anos, as despesas não ultrapassaram o orçamento da Saúde deste ano?
É. Com um orçamento de base reforçada, mas é. Veremos o orçamento de 2007; e o de 2008. E isto, isoladamente, não significa nada - o meu contabilista também o saberia fazer: "racionar em vez de racionalizar". De qualquer dos modos, reconheço que é um bom resultado; repare que nunca contestei isto.
d) - Não é verdade que a propriedade das farmácias deixou de ser propriedade exclusiva dos farmacêuticos?
Não. Ainda não. Mas, o que é que de positivo isto implicará? CC não abriu nem uma Farmácia, não estimulou minimamente a concorrência. Só folclore. Tanta algazarra para nada, ficou tudo na mesma - ou pior.
e) - Não é verdade que a produção do SNS no ano de 2006 cresceu em relação à registada no ano anterior (+ consultas, + cirurgias, + atendimentos em hospital de dia)?
Tenho visto opiniões contraditórias. Os administradores hospitalares responderão melhor que eu. Não me apercebi de nada que contribuísse para o aumento dessa propalada maior produtividade.
f) - Não é verdade que o SNS está a assistir as mulheres que querem fazer IVG?
É. Pena não assistir com a mesma prontidão os doentes oncológicos. E o que disse sobre saúde oral?
g) - Não é verdade que foi criado um novo esquema de reforço das comparticipações para os utentes mais pobres (óculos, proteses dentárias)?
Quantos Portugueses são abrangidos e quantos recorrerão a esse programa? Uma minoria. Propaganda. Veremos as verbas dispendidas daqui a um ano. Aposto que irrisórias. Entretanto óculos e próteses dentárias e etc. são vendidas com margens de 200% e mais.
h) - Não é verdade que a criação das USF está a ser um êxito aumentando a cobertura e a qualidade do atendimento por parte dos médicos de família às populações ?
Não. Havia a meta de 100 até ao fim de 2006 e este número não será atingido nem no fim de 2007. Não conheço nenhum estudo que ateste que a qualidade do atendimento nas USF seja superior ao dos CS.
i) Na região Norte, onde reside o Peliteiro, os médicos de família já prescrevem todo o seu receituário medicamentoso "on line", bem como as consultas de especialidade e a informação de baixas e altas dos utentes desta região.
Isso é um longo percurso, não foi iniciado por CC. Não há receituário online, embora as Farmácias estejam preparadas para isso há anos.
J) - A rede de cobertura pré hospitalar está a avançar em força.
Se o diz...
k) - Estão a ser lançados concursos para adjudicação das farmácias hospitalares em vários hospitais aos quais o caro Peliteiro pode concorrer livremente;
Não posso não. Só se me sair o Euromilhões. Isto está feito para grandes "grupos" económicos. Aliás hoje, em saúde, é tudo para "grupos". A iniciativa individual do profissional de saúde já não existe. Quanto muito concorrerei a um Hospital pequeno como Famalicão ou Póvoa. Mas mesmo assim, provavelmente, ganharão "grupos" (a ANF já deve estar a tratar do assunto).
l) Não é verdade que a Rede de Cuidados Continuados é um facto para dar assistência à população mais idosa?
Deveria ser.
Não conheço nem um idoso que tenha recorrido a essa Rede.
m) Não é verdade que a ANF tem hoje mais poder de intervenção em novas áreas da saúde, em parte devido à politica deste governo. Por exemplo a exploração das farmácias hospitalares concessionadas.
É.
Correia de Campos não me convence, habituei-me a ver nele um político que não cumpre o que promete, um basófias.
Conheço razoavelmente bem duas áreas da saúde: as Farmácias (e os distribuidores de medicamentos) e os laboratórios de análises clínicas. Em ambas Correia de Campos dizia que fazia e acontecia, sobre ambas fez pender a Espada de Dâmocles, paralisando-as, agitando a opinião pública - mas nada de significativo aconteceu. Extrapolando para outras áreas, só posso concluir da sua incompetência. Lamento, mas é a minha opinião.
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