sábado, agosto 25

Socorro pré hospitalar





1.- A Emergency Medicine Journal (EMJ) publicou recentemente um estudo “The relationship between distance to hospital and patient mortality in emergencies: an observational study” onde se evidencia a associação entre o aumento das distâncias e o aumento da número de óbitos no transporte de doentes graves.
link

- Distâncias inferiores a 10 Km , a taxa de óbitos é de 5,8%
- Distâncias entre 12 e 20 KM a taxa sobe para 7,7%
- Distâncias superiores a 21 Kms a taxa sobe para 8,8%.
Esta associação não é prejudicada por outras variáveis como a idade, sexo, GDH e severidade dos doentes transportados.

2. - NHS: Ambulance service
Classificação dos grupos de emergência link
Alguns dos objectivos dos 31 NHS ambulance services trusts:
• responding to 75% of ambulance category A (life-threatening) calls within eight minutes or less • responding to 95% of Category A calls within 14 minutes in urban areas or 19 minutes in rural areas • responding to non-life threatening (Category B) calls within 14 minutes in urban areas or 19 minutes in rural areas • ensuring GP urgent calls arrive at hospital within 15 minutes of the time stipulated by the GP • thrombolysis (clot busting drugs) should be delivered within 60 minutes of the call for help. In 2004-05 55% of patients were treated within this time.

3. - SNS
Entre nós as coisas desenvolvem-se com menos sofisticação e muitas dificuldades.
E as distâncias a aumentar.
À espera de resultados dos investimentos recentes na rede de atendimento pré hospitalar, o INEM e Bombeiros vão respondendo com dificuldade às solicitações. São frequentes os casos relatados nos meios da comunicação social, relacionados com falhas ocorridas no transporte de doentes.
Entre os mais graves, a morte recente de duas pessoas, ocorrida na localidade de Lamarosa, Torres Novas. Segundo o IGAS, houve um “acumular de erros” na assistência de emergência. O INEM fez uma deficiente avaliação da gravidade do caso, confundiu a localização das vítimas e aconselhou um meio de socorro inadequado. Apesar do “esforço louvável” dos bombeiros locais, estes deveriam ter contactado o Centro de Orientação de Doentes Urgentes de Lisboa e Vale do Tejo (CODU LVT) com a informação de que as duas vítimas estavam em paragem cardio-respiratória. Para a IGAS é necessário um maior investimento nas triagens do CODU e de novas triagens/avaliações.

De acordo. É necessário um grande investimento na organização, equipamento e, essencialmente, formação de recursos humanos.

3 Comments:

Blogger vivo.numa.epe said...

Caro Xavier dizer que "Entre nós as coisas desenvolvem-se com menos sofisticação e muitas dificuldades.", é pouco para descrever o estado actual das coisas....
Para ajudar a justificar a nova rede de urgências foi refeita a rede de referênciação de doentes urgentes que impoem aos bombeiros determinados Hospitais mesmo que a mais de 30 minutos de distância (com boa metereologia e sem outros incidentes de percurso). Estas alterações originam situações absurdas de um acidentado no centro de uma cidade com Hospital, cuja urgencia vai ser requalificada, ter de aguardar mais de meia hora pela chegada da VMER quando estaria no Hospital da cidade em 2 minutos. É obvio que desta forma não existem números para justificar que certas urgências continuem abertas. Sendo a "qualidade" uma das bandeiras para a restruturação/encerramento de tantas urgências, pergunto se a taxa de mortalidade não será um critério major de decisão??!!!

7:00 da tarde  
Blogger vivo.numa.epe said...

Mais uma vez se demonstra que os números e a estatística são aquilo que se faz deles pois se os doentes nunca chegarem a entrar em determinada urgência nunca poderão ser contabilizados e desta forma contrariar os números com que sistematicamente nos justificam as piores medidas tomados por este ministro...

7:21 da tarde  
Blogger Paulo Ferreira said...

Actualmente com a nova reestruturação dos serviços de urgência, onde a politica é de encerrar em vez de melhorar a assistência, fez que aumentasse consideravelmente o tempo de transporte entre os locais de ocorrência para as unidades de saúde impostas pelo o SNS

Situação que motivou uma descida da percentagem de sobrevivência de certos doentes, com agravante aumentar os acidentes com veículos de socorro, que se vêm obrigados a percorrer longas distâncias em estradas nacionais.

Outra consequência dessa politica é a ocupação dos meios de socorro por mais tempo, originando rotura constante, como os preços pagos pelo o SNS e pelo o INEM as identidades prestadoras de socorro, quer os Bombeiros quer a CVP, parceiros directos do sistema integrado de emergência, onde os valores atribuídos não cobrem a despesas, quer combustível ou material utilizado, sem se falar no pagamento a tripulações ou renovação das ambulâncias depois do tempo itil de vida desses veículos. Valores pagos em norma são inferiores a bandeirada dos TÁXI, o que se prevê brevemente a falência técnica do sistema, sendo os primeiros culpados os INEM e as politicas do SNS.

Assim o socorro em Portugal vive uma situação critica, onde a propaganda utilizada para enganar o cidadão, tenta abafar a todo o custo os atropelos a vida de quem necessita de socorro.

5:54 da tarde  

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