ULSM, filantropia didáctica
Não! Não quero chamar-lhe caridade. Nem vou considerar a atitude solidária como um óbulo ou uma oferenda a Hipocrates.link
Não sou (nem na política e nem na religião) um "cristão-novo".
Vamos, antes, chamar-lhe filantropia.
Filantropia, da nova, didáctica.
O equipamento requisitado (oportunamente) pelo ULSM para o Serviço de Neurocirurgia, vai permitir a realização, com moderna tecnologia, intervenções ao nível cerebral, nomeadamente ao nível de alguns casos de epilepsia, não foi atribuído.
Ficamos a saber – graças ao gesto filantropo - que não existia qualquer centro de referência, para estas situações, na região Norte.
Alguém, no MS, estará encarregue da inovação técnica. Segundo as últimas directivas do MS, penso que os centros de decisão estarão confinados ao mais alto nível. Bem longe dos que trabalhando no terreno (médicos e administração local), sentem a sua necessidade, quando não da sua urgência. É importante sabermos quem – no meio desta balbúrdia - tem responsabilidades.
Ficamos na dúvida se existe, ou não, no âmbito da Saúde, uma estratégia de investimento no campo da inovação. O mais provável é que não!
Estes centros estratégicos estão resguardados, distantes, em nome de inomináveis desperdícios. Cobertos por infindáveis burocracias quando não subsidiários de grupos de influência (regionais ou nacionais). Na realidade, verificamos que havia, por detrás da cortina, um vultoso desperdício. A equipa de neurocirurgia propõe-se efectuar cerca de 500 intervenções/ano, utilizando os novos equipamentos.
É esse o grande ensinamento que deve ser colhido a partir da atitude dos membros do CA da ULSM. Vem por a nu a pobreza franciscana que envolve a saúde nomeadamente no que diz respeito a estratégias de desenvolvimento e inovação e como elas são indispensáveis para o aumento da produtividade.
Certo, que terá de haver um plano estratégico para a inovação tecnológica. Se não arriscamo-nos a tropeçar com equipamentos sofisticados, aqui e acolá, por desempacotar. Estes nefastos exemplos que gostamos de publicamente exibir, não justificam nada, a não ser a necessidade de chamar às responsabilidades os seus autores, os seus promotores e os responsáveis. Não pode haver investimentos sem objectivos de ganhos de eficiência.
Para haver uma estratégia de investimento é necessário ser redefinida uma rede hospitalar nacional, onde se explicitem os níveis operativos de cada unidade hospitalar. Os trabalhos do Professor Ara Darzi, efectuados no plano “NHS Healtcare for London”, nomeadamente, no que diz respeito às particularidades da rede hospitalar, deveriam fazer-nos reflectir sobre a qualidade, as valências e os perfis dos HH’s (os que existem e os futuros). Equacionar a dimensão, o equipamento humano e de meios, a capacidade de resposta dos hospitais ditos “generalistas”.
Enfim, um gesto filantrópico, que nos leva muito longe.
Como nota de rodapé, este gesto também vem descobrir outro tipo de desperdícios. Não gosto de demagogias, mas “o que se passou na ULSM” faz-nos interrogar se um único veículo oficial não bastará para o serviço público das administrações hospitalares ?
Mas isto é, tão somente, contracção das despesas de administração.
Nada tem a ver com o essencial desta questão – a política de investimentos e a inovação tecnológica, a melhoria dos resultados, a eficiência, enfim, a defesa do SNS, enquanto pilar social deste País.
Por isso, a atitude da administração da ULSM, aparentemente gratuita perante a imensidão dos problemas é, no mínimo, didáctica.
E vale muito mais pelo didactismo do que pela filantropia.
Porque citando Dino Segré o conhecido "Pitigrilli":
"Agradecidos são aqueles que ainda têm algo a pedir "
É-Pá
Não sou (nem na política e nem na religião) um "cristão-novo".
Vamos, antes, chamar-lhe filantropia.
Filantropia, da nova, didáctica.
O equipamento requisitado (oportunamente) pelo ULSM para o Serviço de Neurocirurgia, vai permitir a realização, com moderna tecnologia, intervenções ao nível cerebral, nomeadamente ao nível de alguns casos de epilepsia, não foi atribuído.
Ficamos a saber – graças ao gesto filantropo - que não existia qualquer centro de referência, para estas situações, na região Norte.
Alguém, no MS, estará encarregue da inovação técnica. Segundo as últimas directivas do MS, penso que os centros de decisão estarão confinados ao mais alto nível. Bem longe dos que trabalhando no terreno (médicos e administração local), sentem a sua necessidade, quando não da sua urgência. É importante sabermos quem – no meio desta balbúrdia - tem responsabilidades.
Ficamos na dúvida se existe, ou não, no âmbito da Saúde, uma estratégia de investimento no campo da inovação. O mais provável é que não!
Estes centros estratégicos estão resguardados, distantes, em nome de inomináveis desperdícios. Cobertos por infindáveis burocracias quando não subsidiários de grupos de influência (regionais ou nacionais). Na realidade, verificamos que havia, por detrás da cortina, um vultoso desperdício. A equipa de neurocirurgia propõe-se efectuar cerca de 500 intervenções/ano, utilizando os novos equipamentos.
É esse o grande ensinamento que deve ser colhido a partir da atitude dos membros do CA da ULSM. Vem por a nu a pobreza franciscana que envolve a saúde nomeadamente no que diz respeito a estratégias de desenvolvimento e inovação e como elas são indispensáveis para o aumento da produtividade.
Certo, que terá de haver um plano estratégico para a inovação tecnológica. Se não arriscamo-nos a tropeçar com equipamentos sofisticados, aqui e acolá, por desempacotar. Estes nefastos exemplos que gostamos de publicamente exibir, não justificam nada, a não ser a necessidade de chamar às responsabilidades os seus autores, os seus promotores e os responsáveis. Não pode haver investimentos sem objectivos de ganhos de eficiência.
Para haver uma estratégia de investimento é necessário ser redefinida uma rede hospitalar nacional, onde se explicitem os níveis operativos de cada unidade hospitalar. Os trabalhos do Professor Ara Darzi, efectuados no plano “NHS Healtcare for London”, nomeadamente, no que diz respeito às particularidades da rede hospitalar, deveriam fazer-nos reflectir sobre a qualidade, as valências e os perfis dos HH’s (os que existem e os futuros). Equacionar a dimensão, o equipamento humano e de meios, a capacidade de resposta dos hospitais ditos “generalistas”.
Enfim, um gesto filantrópico, que nos leva muito longe.
Como nota de rodapé, este gesto também vem descobrir outro tipo de desperdícios. Não gosto de demagogias, mas “o que se passou na ULSM” faz-nos interrogar se um único veículo oficial não bastará para o serviço público das administrações hospitalares ?
Mas isto é, tão somente, contracção das despesas de administração.
Nada tem a ver com o essencial desta questão – a política de investimentos e a inovação tecnológica, a melhoria dos resultados, a eficiência, enfim, a defesa do SNS, enquanto pilar social deste País.
Por isso, a atitude da administração da ULSM, aparentemente gratuita perante a imensidão dos problemas é, no mínimo, didáctica.
E vale muito mais pelo didactismo do que pela filantropia.
Porque citando Dino Segré o conhecido "Pitigrilli":
"Agradecidos são aqueles que ainda têm algo a pedir "
É-Pá
Etiquetas: E-Pá
7 Comments:
"O apetite do Estado raramente se deixou direccionar pela racionalidade da reflexão estratégica. Ficou obeso." (PKM no DE). Podiamos acrescentar: vezes ás 'comendo' equipamentos que duplicam a oferta regional, sem nexo e para satisfazer os apetetites de um qualquer director de Serviço faminto de carreira (ou outros "bens"), e que aprisionam o Estado num contrato milionário de manutenção exclusivo com o fabricante.
"No sector da Saúde em particular, o Estado nunca foi capaz de aplicar o teste do custo-benefício e decidir quais os serviços que devem ser prestados." (idem). Como o 'e-pá' confirma na sua deambulação.
"Já o seu corpo, na sua turbulenta e gulosa avidez, compra e come tudo fazendo-se acompanhar de requintadas mitologias. As mitologias são como que uma espécie de molhos para acompanhar o prato principal dos festins: Sai uma apendicectomia com molho à la John Snow! - diria, depois de baptizar o molho com o nome de um famoso pioneiro promotor da anestesia cirúrgica." (idem)
O molho deste prato filantrópico, ser à la Philips?
Filantropia? de quem? da multinacional que doou o equipamento e aprisionou o hospital no contrato de manutenção?
O "e-pá" é cá um demagogo pseudo-intelectual. Bem, ao menos não é mediocre como o "joaopedro" e a "clara". E torna-se engraçado de ler, por vezes.
Quando são os HHs a decidir a introdução de nova tecnologia, tudo pode acontecer.
Basta comparar a evolução do Amadora Sintra com o Garcia de Orta para constatarmos como se desenvolve o processo de engorda (Garcia de Orta) dos HHs.
Desconhecemos se por detrás da aquisição do novo equipamento não estará mais um processo de crescimento, expansão de serviços, insuficientemente estudado.
A decisão do CA da ULSM parece ser apenas um exemplo de generosidade.
Preferíamos antes que a equipa da ULSM fosse notícia por ter conseguido melhores resultados, melhorar a qualidade das prestações da empresa hospitalar que dirigem.
Meu caro mão na cuca,
Prometi a mim mesmo não responder a comentários embecis.
Desta vez abrir uma excepção.
Todas as quintas feiras é uma festa.
É dia de PKM no DE.
Tornou-se um dia de culto.
Juntamo-nos para em conjunto decifrarmos a prosa multilingue, meio abrasileirada meio ucraniana, tentando espremer daquele bricabraque de leituras mal digeridas, algo que justifique a publicação de semelhante coisa no DE.
Desta vez chupámos,uma vez mais, com a fábula do Estado papão.
Como o estilo é que conta PKM não se poupa às grandes alegorias.
E lá tivemos o Descartes, a propósito de uma leitura de verão desse outro grande filósofo, Woody Allen, de seu nome, trazido à baila numa demonstração esforçada de grande profundidade e traquejo intelectual.
Meu caro, um tiro na nuca, faça um esforço e veja-se ao espelho.
Deixe-nos usufruir pacatamente deste nosso privilégio das quintas feiras. Tão semelhante com as lições do menino tonecas da minha meninice.
Porque embecil era o professor que fazia todas aquelas estranhas perguntas.
Agora já sabemos quem é o manecas: é o tonecas da meninice do joapedro.
Os únicos comentários imbecis que vemos neste blogue, são, sobretudo, os do joaopedro (bem coadjuvado pela clara). Quem serão estes infelizes personagens?
Joapedro, os textos do Prof. PM são quinzenais. Não são todas as 5ª Feiras. São textos muito bem escritos para quem os lê, de facto. Quem lê apenas uma frase, ou comenta a partir de comentários de outros, comenta com base em sentimentos mesquinhos, como é, obviamente, o caso do joapedro e da clara, que só dizem imbecilidades (como por exemplo a imbecilidade do "abrasileirado e ucraniano") e que indiciam o pior dos sentimentos xenofóbicos e de ódio ao estrangeiro ou, neste caso, ao estrangeirado.
Se não formos nós, amigos e alunos do Prof. PM a pôr as coisas no lugar, quem pode impedir estes idiotas de promoverem este autêntico circo de imbecis à volta de temas sérios?
Será que o xavier pode acabar com isto de uma vez? Os textos do Prof. Paulo Moreira não precisam deste tipo de discussão. Há outras pessoas em outros blogues e em outros meios, mais inteligentes, onde os temas lançados a debate são debatidos no sentido que é habitual entre pessoas sérias. O que se passa neste blogue, sobretudo com joapedro e clara, é simplesmente desnecessário.
Xavier, já lhe foi feito este pedido várias vezes e por vários meios. Não volte a introduzir textos do Prof. PM neste seu blogue. Joapedro e Clara terão finalmente paz e sossego e o própio e amigos não terão que perder tempo a ler as imbecilidades desses dois 'idiotas'.
Julgamos que o joapedro e a Clara também concordam com esta proposta?
Caro "mao na nuca":
Bem, a "minha/sua" anunciada demagogia, empurra-me na procura de um qualquer "alter ego" por aí escondido ou...
visto a esbanjar investimentos numa imperial escadaria da Philips... pejada de Directores de Serviço famintos, lendo fábulas de La Fontaine... (à falta de Woody Allen), rigorosamente vigiados por conselhos de administração brincando com marionetas teleguiadas engolindo sofregamente €€€'s, sacados a contratos de manutenção (milionários, quase passava ao lado).
Todos, morbidamente obesos..., venerando PKM ou, na linguagem digital, virados (ou vidrados) "Para Kem Manipula", segundo ritos budistas...onde a obesidade do simbolo, a par da contemplação filosófica, pontifica.
Assim seja!
A decisão de prescindir de carros de serviço (ou será apenas da "renovação" dos carros de serviço?) não deixou de ser uma excelente oportunidade mediática.
Mas também pode ser sinal da vontade de um estilo diferente. E muitas vezes gestos desta natureza podem ter o papel de mudar o espirito de toda a organização. Deverá ser fácil verificar daqui a um ano se valeu a pena prescindir dos carros de serviço.
Curiosa também a troca de comentários mais "ácidos" entre quem não gosta e de quem gosta de JPKM (ou pelo menos dos seus inúmeros pseudónimos). Neste campo, só resta defender a liberdade de expressão para todos, nos limites que o Xavier entender estabelecer (e que me têm parecido razoáveis).
Tudo isto não passa de filosofia, ou, num pior registo, de poesia.
Troca de galhardetes sem nenhum sentido.
PKM não diz disparates meus senhores! O que não é, é entendível. Mas... pelo "É-pá"? Pelo "Xavier"? ... Valha-nos Deus. Claro que sim, claro que é.
Aliás, são tão... como direi... "idênticos" no discurso! ... Perdoem-me. Há por aqui muitas flores, muita poesia frustrada, muita demagogia, muita filosofia inominada, muito saber de pacotilha.
... È bonito e impressiona "escrever bem". Mesmo que da escrita nada resulte.
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