Infecção hospitalar
Depois do MD e de CC, foi a vez do director-geral da Saúde, Francisco George, acusar os médicos, desta vez, de serem os responsáveis, pelo menos, de 7% das infecções em doentes internados .link
O problema da infecção hospitalar tem várias causas e requer a implementação de um conjunto de procedimentos de cumprimento rigoroso por parte de todos os profissionais.
O problema da infecção hospitalar tem várias causas e requer a implementação de um conjunto de procedimentos de cumprimento rigoroso por parte de todos os profissionais.
No RU tem sido uma das matérias abordadas com frequência nos discursos do PM, Mr Brown (“PM promises cleaner hospitals”). link
"We know that over time, ingrained cleanliness problems build up, especially in hard-to-reach places like ceilings and ventilation ducts, which cannot be dealt with by day-to-day cleaning. So over the next year, for the first time, every hospital will receive a 'deep clean' designed to return our hospitals to the state they were in when they were built brand new.
"A ward at a time, walls, ceilings, fittings and ventilation shafts will be disinfected and scrubbed clean."
"We know that over time, ingrained cleanliness problems build up, especially in hard-to-reach places like ceilings and ventilation ducts, which cannot be dealt with by day-to-day cleaning. So over the next year, for the first time, every hospital will receive a 'deep clean' designed to return our hospitals to the state they were in when they were built brand new.
"A ward at a time, walls, ceilings, fittings and ventilation shafts will be disinfected and scrubbed clean."
Por cá, o nosso PM prefere o recurso às novas tecnologias e, segundo o presidente Bush, o jogging, correr meio nu pelo mundo inteiro.
3 Comments:
Atrevo-me a propor que seja atribuído a cada médico, enfermeiro e outro qualquqer profissional de saúde, um computador portátil e acesso à banda larga para poderem estudar e programar a hora da lavagem das mãos.
E assim teríamos mais um centena de governantes a fazer entrega das novas máquinas por todo o país.
Era gira...não era?!
A questão das infecções hospitalares tem vivido diversas etapas e actualmente é objecto de múltiplas abordagens. Desde os primórdios da medicina até ao mais recente desenvolvimento tecnológico da Saúde.
Perante esta campanha – que até parece ser um fruto de formidáveis conquistas do Plano Tecnológico deste Governo - pareceu-me crucial recordar um pouco de história das infecções hospitalares e recordar figuras dominantes e decisivas nesta luta.
Há pouco mais de um século, (na segunda metade do séc. XIX) na prática, não conhecíamos nada sobre bactérias, fungos, vírus.
As técnicas de assepsia eram, simplesmente, desconhecidas.
Na época coexistiam outros défices, permanentemente descurados: a dificuldade de informação e os limites da comunicação.
Os HH’s depósitos humanos, instituições de isolamento comunitário da doença, locias de silenciamento do sofrimento, de evicção da desgraça e, sejamos realistas, antecâmaras da morte. Em boa verdade nem eram Hospitais, eram asilos, ou melhor, seriam um conjunto de serviços desde os misericordiosos Hospícios, aos inexpugnáveis Sanatórios (nas altitudes), às fortificadas Gafarias, etc.
A doença era temida como um castigo divino. A morbilidade era uma pestilência. A caridade o seu soporífero.
Alojados num ambiente aberto sem barreiras eficazes – as grandes enfermarias com ridículos biombos – as contaminações proliferavam e as infecções grassavam. Tentavam evitar a violação do pudor. Mais nada.
Falta referir um aspecto particular: as Maternidades. Sem condições de assepsia a “febre puerperal” dizimava milhares de mulheres no pós-parto. O Dr.Oliver Holmes (Harvard), atento a este drama, designou-a de "black death of childbed". Milhares de orfãos eram lançados, sem qualquer esquema de protecção social estruturado, na comunidade. Apareceram, então, os Lactários e os Orfanatos.
É deste drama que surge a intuição de uma medida higiénica que viria a revelar-se fundamental: “a lavagem das mãos”. A sua implementação revelou-se extremamente eficaz no combate à “febre puerperal”. Um acto simples, tecnologicamente despedido de qualquer sofisticação. Água, sabão e persistência. Na verdade, só se tornou eficaz quando se transformou num ritual. E assim, as mãos que eram um lenitivo na doença deixaram de carrear a morte.
Uma notável enfermeira Florence Nightingale, percursora da Enfermagem moderna, vivendo a tragédia da guerra da Crimeia, onde mortos, moribundos e vivos se acumulavam no mesmo leito, teve exactamente a mesma noção. Aliás os HH’s, depois de Nightingale, no que diz respeito a cuidados, mudaram radicalmente. A melhoria da qualidade de vida dos doentes, foi a sua luta constante. Muitos dos actuais “direitos dos doentes” devem-se à sua meritória acção.
Não poderia deixar de evocar mais dois outros grandes actores deste problema hospitalar: as infecções nosocomiais.
Primeiro, Pasteur que nos legou importantíssimos conhecimentos sobre microorganismos sendo um dos pais da Microbiologia. De Pasteur, homem brilhante, absorvido pelas suas investigações e um pouco divorciado do Mundo, mas um pioneiro dos conceitos de assepsia, conta-se a seguinte história: num jantar para que foi convidado chega a hora da sobremesa – uvas. Pasteur discorre perante os convivas que, antes de as degustar, o apropriado seria lavá-las. E exemplificou lavando-as no copo de água que estava a sua frente. Só depois as comeu. Havia alguma incredibilidade entre os assistentes. Pasteur, conhecedor dos mecanismos de transmissão dos microorganismos insistia na lavagem e o convívio pós-prandial foi prosseguindo. Mais tarde, completamente alheio ao tempo e ao lugar, apossado de súbita sede, distraidamente, bebe a água do copo onde antes lavara as uvas, perante o sorriso complacente dos convivas…
Ainda no final do século XIX, surge um notável cirurgião William Halsted do Johns Hopkins Hospital (USA) que, sendo um grande inovador do desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, advoga o uso de luvas, reduzindo drasticamente as infecções hospitalares. Sublinhe-se o uso das luvas associado à lavagem das mãos. Isto é, as luvas estéreis não substituem a lavagem das mãos. Mas as luvas têm incontornáveis problemas, como seja, a sua reciclagem, o reprocessamento, a reutilização, etc., nomeadamente, pelos serviços de limpeza hospitalar, sem qualquer controlo.
Acabo aqui, por hoje, este interessante problema das infecções hospitalares que entusiasma quem vive num Hospital e, para além disso, se dedica aos procedimentos cirúrgicos.
Passei ao lado de questões que, hoje, são fundamentais. Isto é, “o ambiente hospitalar” que integra, para além dos aspectos humanos que considero consolidados, uma multidão de características de espaços físicos, como sejam a dimensão e distribuição dos diferentes instalações e compartimentos, a ventilação, a exaustão, as hot´s, etc., bem como o controlo de qualidade biológica desse “ambiente” e a indispensável educação versando medidas higiénicas.
Nos dia que correm, medidas administrativas e de optimização da gestão, podem com a criação de grandes departamentos apoiados em grandes enfermarias, em Hospitais que recorrem cada vez mais a procedimentos invasivos de diagnóstico e tratamentos, acrescer o risco de infecções hospitalares. É o que sucedeu no H. S. João (Porto). Mas isso é outra discussão.
E a minha esperança, enquanto vou olhando para as actuais transformações estruturais e funcionais dos Hospitais, é que não regressemos aos medievais Hospícios, sob a pomposa designação de Departamentos.
A mais proeminente figura da Igreja Católica de Moçambique indignou os activistas anti-Sida esta quinta-feira, ao afirmar que preservativos produzidas na Europa são deliberadamente infectados com o vírus HIV «para acabar com o povo africano».
«Sei que em dois países europeus estão a produzir propositadamente preservativos com o vírus», disse em entrevista à BBC o arcebispo Francisco Chimoio.
«Eles querem acabar com o povo africano. Querem colonizar tudo. Se não tomarmos cuidado, estamos liquidados», acrescentou.
O arcebispo, que não identificou os alegados responsáveis pela suposta fraude, disse ainda que os medicamentos retrovirais também estão a ser contaminadas.
A Igreja de Moçambique opõe-se formalmente ao uso de preservativos para combater a Sida, defendendo em alternativa a fidelidade no casamento ou a abstinência sexual.
«Se quisermos mudar a situação para encarar o HIV/Sida, é necessário adoptar uma nova mentalidade. Se não mudarmos a nossa mentalidade, estaremos liquidados em breve», acrescentou o arcebispo.
«(A nova mentalidade) significa casamento, fidelidade às suas mulheres e jovens abstendo-se das relações sexuais.» Activistas já qualificaram as declarações como «absurdas».
«Há anos que utilizamos preservativos, e ainda acreditamos que são seguros», disse à BBC a activista moçambicana Marcella Mahanjane.
Já o activista Gabe Judas, que coordena um grupo de teatro para promover a consciencialização sobre o problema, disse: «Os preservativos são uma das melhores maneiras de se proteger contra a Sida. São uma maneira segura e as pessoas devem usá-las».
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