No dignity for older patients on SNS
Este fim de semana fui visitar um familiar a um hospital "lá para cima".
Vim de lá sinceramente incomodado com o que vi.
Seguramente 70/80 por cento dos doentes são idosos a maioria deles vítimas de acidentes domésticos.
E ali estão aqueles homens e mulheres no seu sofrimento, muitos deles incapazes de utilizar sequer o comando, com uma parafernália de botões (as novas tecnologias em acção) para chamar os enfermeiros.
Mas pior que isso, uma família, em desespero, procurava solução para familiar operado há dois dias e a quem iria (?) ser dada alta na segunda feira.
Espantoso! Via-se, claramente, que a pessoa doente não tinha condições para regressar a casa.
E era latente a tensão entre os enfermeiros que, concordando com a família, se limitavam a dizer que nada podiam fazer já que "os senhores doutores é que mandam".
De repente dei comigo a pensar: aqui está um bom motivo para um comentário no Saúde SA.
Será que o Senhor Ministro da Saúde conhece (ou quer conhecer) esta realidade?
Serão estes os princípios pelos quais se regem os tão falados, e apregoados, Cuidados Continuados a Idosos?
Estará este médico a par da situação? Não será isto a obediência a critérios cegos de economia? Será isto a "qualidade em saúde"?
Por mim, fiquei elucidado.
Vim de lá sinceramente incomodado com o que vi.
Seguramente 70/80 por cento dos doentes são idosos a maioria deles vítimas de acidentes domésticos.
E ali estão aqueles homens e mulheres no seu sofrimento, muitos deles incapazes de utilizar sequer o comando, com uma parafernália de botões (as novas tecnologias em acção) para chamar os enfermeiros.
Mas pior que isso, uma família, em desespero, procurava solução para familiar operado há dois dias e a quem iria (?) ser dada alta na segunda feira.
Espantoso! Via-se, claramente, que a pessoa doente não tinha condições para regressar a casa.
E era latente a tensão entre os enfermeiros que, concordando com a família, se limitavam a dizer que nada podiam fazer já que "os senhores doutores é que mandam".
De repente dei comigo a pensar: aqui está um bom motivo para um comentário no Saúde SA.
Será que o Senhor Ministro da Saúde conhece (ou quer conhecer) esta realidade?
Serão estes os princípios pelos quais se regem os tão falados, e apregoados, Cuidados Continuados a Idosos?
Estará este médico a par da situação? Não será isto a obediência a critérios cegos de economia? Será isto a "qualidade em saúde"?
Por mim, fiquei elucidado.
Tonitosa
Health inspectors are to mount spot checks on NHS hospitals after finding hundreds of older people being treated without dignity or adequate privacy on wards across England.link
Anna Walker, the chief executive, said: "Where there is evidence that the right care is not being provided, we will use all our powers of assessment and inspection. Patients and the public do not want us to let this issue go - and we have no intention of doing so."
guardian 27.09.07
Anna Walker, the chief executive, said: "Where there is evidence that the right care is not being provided, we will use all our powers of assessment and inspection. Patients and the public do not want us to let this issue go - and we have no intention of doing so."
guardian 27.09.07
3 Comments:
O comentário do Tonitosa devia ser mais especifico, caracterizando melhor as situações que refere de falta de qualidade de atendimento dos utentes mais idosos.
Em certas circunstância torna-se complicado "dar a cara" a uma decisão que não é da competência dos Enfermeiros (estamos a falar da alta clínica...).
Daí que, muitas vezes os profissionais de Enfermagem se resguardem e direccionem as famílias para o médico assistente, pois se a decisão é sua, também deverá ser o mesmo a fundamentar (repare que os enfermeiros fazem esta fundamentação perante as famílias, e só quando não há mais argumentos, pois as famílias também não os aceitam, é que envia a questão para a "fonte").
No fundo, as coisas não são assim tão simples, existem vários factores que envolvem uma alta clínica, muitos deles prendem-se com a gestão económica dos internamentos.
Compreendo a dificuldade de certas famílias em levar os seus familiares para casa. Deveriam ser criadas estruturas alternativas de apoio para estas situações, pois as instituições hospitalares têm outro fim que não a promoção da convalescença.
Se os hospitais retivessem todos os utentes que não apresentam condições óptimas para a alta, então certamente não haveria camas suficientes para todos.
Enfim, este é um problema do quotidiano, comum, que necessita de uma rápida resolução, e que muitas vezes os enfermeiros se vêem envolvidos. A preparação para a alta sim, essa é da resposabilidade dos Enfermeiros e deve ser iniciada logo no início do internamento. No entanto, e com pena nossa, as famílias que mostram receptividade ao longo deste processo, são aquelas que apresentam mais dificuldades no momento da alta propriamente dito.
O problema tem um dimensão económico-social muito importante, e merecia mais atenção por parte dos orgãos do poder central.
Cumprimentos.
Sabemos que nem todas as situações se integram nas Unidades de Cuidados Integrados. E mesmo as que se integram, essas unidades têm uma capacidade finita.
Por todas essas razões, chamo a atenção para um parágrafo do comentário anterior que considero extremamente importante:
"No fundo, as coisas não são assim tão simples, existem vários factores que envolvem uma alta clínica, muitos deles prendem-se com a gestão económica dos internamentos."
Na verdade, numa organização hospitalar, deverá ser a "gestão do doente" a prevalecer. Embora possa vir a arrepiar as administrações se, em situações problemáticas, há esperas, possíveis, essa é a demora média.
Enfim, um problema clássico e recorrente na Saúde:
gerir doentes ou gerir doenças?
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