Vasco Reis
Tempo de Medicina— Qual deverá ser o caminho a tomar em relação à Saúde? link
VR— Acho que o grande caminho que, em boa parte, está a ser a ser prosseguido é o dos ganhos de eficiência. E estes passam em grande medida por situações de compressão da oferta. Quando digo isto não estou a referir-me à diminuição dos cuidados, mas sim à racionalização dos pontos de oferta. Com o que estamos a verificar com a concentração dos hospitais e a sua transformação em centros hospitalares não podemos ficar à espera que, de um dia para o outro, tudo fique equilibrado sobre o ponto de vista financeiro, mas vão aparecer os resultados porque se conseguem concentrar recursos que andam dispersos e podem ser duplicados. Penso que a grande via é a via da eficiência. E penso também que é uma via que deve ser seguida por todos os países que defendem os princípios da solidariedade financeira nacional do ponto de vista da sustentação futura dos sistemas. Nas questões do financiamento temos de considerar que, cada vez que se corta em alguma coisa ou se aumenta o pagamento pelo utente, alguém fica sem prestação porque fica sem capacidade financeira para receber essa prestação. Somos classificados como um país que tem Serviço Nacional de Saúde com financiamento público através de impostos. No entanto, um pouco mais de 30% das despesas com saúde são privadas, uma parte são despesas directas do cidadão em prestações, a outra são despesas como o pagamento de seguros, comparticipações para subsistemas de saúde, etc. Cada vez que se mexe nesta situação e se agrava esta posição já em si discutível, há fortes probabilidades de se estar a tirar cuidados a pessoas que sem esse apoio não os teriam.
VR— Acho que o grande caminho que, em boa parte, está a ser a ser prosseguido é o dos ganhos de eficiência. E estes passam em grande medida por situações de compressão da oferta. Quando digo isto não estou a referir-me à diminuição dos cuidados, mas sim à racionalização dos pontos de oferta. Com o que estamos a verificar com a concentração dos hospitais e a sua transformação em centros hospitalares não podemos ficar à espera que, de um dia para o outro, tudo fique equilibrado sobre o ponto de vista financeiro, mas vão aparecer os resultados porque se conseguem concentrar recursos que andam dispersos e podem ser duplicados. Penso que a grande via é a via da eficiência. E penso também que é uma via que deve ser seguida por todos os países que defendem os princípios da solidariedade financeira nacional do ponto de vista da sustentação futura dos sistemas. Nas questões do financiamento temos de considerar que, cada vez que se corta em alguma coisa ou se aumenta o pagamento pelo utente, alguém fica sem prestação porque fica sem capacidade financeira para receber essa prestação. Somos classificados como um país que tem Serviço Nacional de Saúde com financiamento público através de impostos. No entanto, um pouco mais de 30% das despesas com saúde são privadas, uma parte são despesas directas do cidadão em prestações, a outra são despesas como o pagamento de seguros, comparticipações para subsistemas de saúde, etc. Cada vez que se mexe nesta situação e se agrava esta posição já em si discutível, há fortes probabilidades de se estar a tirar cuidados a pessoas que sem esse apoio não os teriam.
1 Comments:
Bravo, Professor Vitor Reis.
Quem poderá contesta-lo?
Pois é como diz: temos um SNS tendencialmente gratuito e já vamos acima dos 30% das despesas com saúde suportadas pelos utentes.
E a tendência é para subirem ainda mais.
Mas, digo eu, a melhoria de qualidade dos "cuidados" não tem correspondência com os ganhos de eficiência que se (pre)anunciam.
A pressão para a redução das despesas é excessiva e tal política não é compatível com a melhoria de qualidade que tanto é precisa.
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